Espaguete com castanhas e cenoura

“A ideia inicial era uma macarrão alho e óleo, mas aí eu vi as castanhas e resolvi colocar.” Esse é o depoimento da cunhada sobre a criação do prato. Depois de várias experiências, consolidou-se essa receita:

  • 2 cenouras grandes cortadas em tirinhas (à juliana)
  • 300g de castanhas de caju grosseiramente picadas
  • 5 dentes de alho grandes bem picadinhos
  • 200ml de vinho tinto seco
  • 300g de parmesão ralado
  • sal e pimenta preta à gosto
  • 1 pacote de espaguete

Refoga em bastante azeite de oliva o alho, quando começar a dourar, coloque a cenoura e a castanha. Antes da cenoura amolecer, já acrescenta o vinho, o sal e a pimenta. Deixa evaporar uns 2 minutos e acrescenta o macarrão já cozido, al dente. Aí basta mistura bem o parmesão ralado e… está pronto!
É uma delícia! Valeu, Dani!

Risotinho rápido

A foto tá de baixa qualidade, mas o risoto, humm! 

Você sozinho em casa, chove lá fora, vontade de comer algo quente e gostoso sem ter que sair pra buscar.
Resta abrir a geladeira e se virar com o que tem dentro. Nem sempre o resultado é satisfatório, mas às vezes merece até post. Com vocês, risoto à jato de alho-poró e maçã!

  • 1 cebola pequena
  • 1/2 pimentão vermelho pequeno
  • 1 alho-poró pequeno
  • 1 maçã pequena (eu tava sozinha, gente!)
  • 2 colheres de manteiga
  • um bom punhado de parmesão
  • 1/2 copo de suco de laranja
  • 1 1/2 xícara de arroz cozido

Claaro que fica “ultrarápido” se o arroz já estiver cozido, como o meu estava, mas se não tiver arroz cozido aí na sua casa, isso não vai demorar muito mais.
Refogue um pouco a cebola e o pimentão picadinhos em uma colher de manteiga. Acrescente o alho-poró também picado, e deixe refogar até começar a amolecer. Junte o arroz cozido e o suco de laranja, misture bem. Se secar, coloque um pouco mais de água. Acrescente a maçã em tirinhas, misture, acrescente o parmesão (a mistura tem que estar meio úmida, se precisar, acrescente um pouco mais de suco ou água) e misture outra vez. Prove e ajuste o tempero – eu salguei com uma colherada de shoyo. Junte outra colherada de manteiga e abafe por 2 minutos. Voilá! =)

Lambe-lambe do TioDin

Tiodin nos convidou e acabou convidado por nós! Fez um maravilhoso lambe-lambe (que eu comecei a postar no ano passado!!) … bom, vou deixar que ele explique:

Uma receita manezinho (do ilhéu barriga-verde, que nasce na ilha mesmo – aliás, só é manezinho que nasce NA ilha, no continente não vale). Consta que os pescadores, desde sempre, catam os mariscos das pedras na maré baixa para fazer diversos pratos, entre eles o lambe-lambe feito com arroz: os mariscos que se abrem durante o cozimento e ficam recheados de arroz saboroso. É rápido, fácil, delicioso e além de tudo, barato: em Floripa, o quilo de mariscos custa R$ 4,00. Gastamos cerca dois quilos nessa receita.

Ajudei o Tiodin a preparar a iguaria para um batalhão e observei os segredos. Seguem as medidas aproximadas para cerca de 15 pessoas (bota a cabeça aí pra calcular frações!):

3 dúzias de mariscos frescos, na concha
6 cebolas
6 tomates
1 pimentão verde
1 pimenta dedo-de-moça
1 copo de vinho branco seco
2 envelopes de hondashi (mistura para tempero sabor peixe)
3 xícaras de arroz

Os mariscos costumam já vir limpos, mas aperfeiçoamos essa higiene retirando um pouco mais dos cabelinhos que ficam grudados, com ajuda de uma faca. TioDin gosta de deixar o arroz pré-cozido, mas essa é uma daquelas peculiaridades dessas receitas típicas, daquelas que cada família tem uma.

Então, depois de limpar os mariscos e deixar todos os temperos picados, e o arroz pré-cozido, fizemos um sofrito: um refogado, com cebola, tomate, pimentão, pimenta. Acrescentamos vinho e hondashi, os mariscos, o arroz, terminando de cozinhar, e voilá!
A ideia é comer usando a conchinha como colher – daí o nome. É infinitamente mais gostoso! 😀

O que vocês acham? Será que a Tatá gostou? 😀

Enrolado da Sogra


Resolvi prestar homenagem! Viu, sogrona?! hehehe
Essa é mais uma receita fácil (disseram aqui que eu só posto “receita fácil”! Mas gente, o que eu posso fazer? Ou eu sou realmente prática, ou levo a vida numa light, com muita disposição! hehehe! Ou sou preguiçosa mesmo!) Digam aí, é fácil ou não?

  • 1 rolo de massa (folhada ou massa para pastel)
  • 2 tomates picadinhos
  • 150g de presunto picadinho
  • 150g de parmesão ou outro queijo ralado
  • orégano
  • pimenta
  • azeitonas picadas a gosto

Abra a massa com cuidado, só depois que ela estiver à temperatura ambiente, e corte ao meio no sentido “do comprido”, pra fazer dois “enrolados”.

Misture todos os ingredientes do recheio e distribua entre as duas metades. Não coloque muito se não fica difícil fechar! Junte as bordas, pincele com ovo ou manteiga, e leve ao forno até dourar (cerca de 35 minutos).
Está pronto! Não é fácil?!

E a contribuição da sogra? Foi com a inspiração! Ela faz um enrolado que eu adoro, mas nunca pedi a receita, e acho até que ela faz a massa em casa. O meu não ficou igual, até porque só tinha massa folhada no supermercado, e fiz com essa mesmo. Mas ficou bom também, deu pra matar a vontade e ter uma nova ideia pro blog! 😉

Polenta com sobras de churrasco


Mais uma ideia do que uma receita no sentido estrito, essa sugestão é muito útil sobretudo para os gaúchos. Dizer que nos lares do sul tem churrasco uma vez por semana é até pouco! Portanto, reciclagens são bem vindas!
Pique as sobras de carne assada em cubos, separando ossos e excesso de gordura (um pouco de gordura é bom!). Com esse picado de carnes, que poderá misturar gado, porco, frango, salsichão (linguiça), peru, enfim, o que houver, vamos preparar um molho com tomate grosso e bem temperado. Cebola, alho, tomate e cheiro verde é a minha sugestão, mas isso é à gosto do cozinheiro.
Numa outra panela, preparamos um polenta não muito dura – você pode comprar um pacote de polenta instantânea e seguir as instruções da embalagem.
Polenta e molho prontos, vamos dispor num refratário fazendo um sanduíche: metade da polenta, o molho, e por cima o restante da polenta. Salpique com parmesão e leve ao forno até gratinar. Agrada a família toda no almoço de domingo. Ou de segunda, que no domingo foi o churrasco! 😀

Bolo de maçã e iogurte


Bolinho invenção da casa! Fica úmido e perfumado, e some rapidamente ao ser colocado sobre uma mesa de chá, à tarde.

  • 3 maçãs médias, com casca e sem sementes
  • 1 pote de iogurte natural
  • 2 ovos
  • 2 colheres de azeite
  • 1 xícara e meia de açúcar mascavo
  • 2 xícaras de farinha de trigo integral
  • 1 xícara de aveia em flocos
  • 1 colher de sobremesa de fermento químico
  • 1 colher de chá de canela
  • 1 punhado de passas

Bata no liquidificador as maçãs, o iogurte, os ovos, o azeite e o açúcar. Despeje a mistura numa tigela e acrescente a farinha, a aveia, a canela e as passas, misturando delicadamente a cada adição. Por último, junte o fermento. Coloque numa forma de bolo inglês untada e leve ao forno médio por cerca de 40 minutos. Vai perfumar a casa toda! Experimente com chá preto.

Paçoca de Pinhão da Mari

Não é da Mariel nem da Mariana, é da Mari Bortoli mesmo, mais uma convidada especial do blog! A idéia era ir postando a receita conforme fosse sendo preparada, como no Macarrão dos Alpes, ditado pelo Michael, lembra? Mas se as circunstâncias não foram favoráveis naquele dia, não tardamos por esperar! Segue agora a deliciosa receita, aprovadíssima por mim e todos os demais convivas, acompanhadas das fotos impecáveis da Lis! 😉

Do jeitinho que a Mari ensinou:

  • 2 kg de pinhão
  • 1 kg de filé de carne de porco
  • 200 g de bacon
  • 2 pimentas (dedo de moça s/sementes)
  • 1 maço de salsinha
  • Sal

Primeiro passo:

Cozinhe o pinhão numa panela de pressão por aproximadamente 40 minutos. Descasque o pinhão. Aos poucos, num triturador, triture o pinhão descascado. Reserve.

Segundo passo:

Numa panela de ferro, frite a carne de porco por aproximadamente 30 minutos (use pequenas quantias de água – colheradas – para evitar que a carne queime). Acrescente o bacon e deixe fritar por mais uns 10 minutos. Acrescente sal a gosto.

Terceiro passo:

Pique com uma faca a salsinha e a pimenta.

Quarto passo:

Junte o pinhão triturado com a carne de porco e o bacon. Mexa todos os ingredientes até a mistura ficar parelha. Junte a salsinha e a pimenta.

Sirva com arroz branco e vinho.”

Hummm! Sabe o quê?! Acho que vou fazer hoje mesmo! 😀

Você sabia? A paçoca de pinhão é uma receita típica de Santa Catarina, onde o fruto* da araucária é abundante. É ou era, pois dizem que o pinhão está em extinção. Não é de se duvidar, já que o frutinho era filho da quase extinta Mata Atlântica

*Na verdade o pinhão é uma semente.

Barrinhas de chuva (Barrinhas de aveia)

Variação sobre a receita, usando também passas, linhaça, gergelim e flocos de cevada.

Indo além da pipoca de microondas e do bom e velho bolinho de chuva, segue uma delícia rapidinha para os sábados chuvosos. Barrinhas de aveia práticas, gostosas e saudáveis.

  • 120g de manteiga
  • 5 colheres de sopa de mel
  • 250g de aveia em flocos
  • 6 mariolas picadas(banana-passa ou outra fruta seca ou cristalizada)

Derreta, numa frigideira, a manteiga em fogo baixo, cuidando para não escurecê-la. Acrescente o mel e dissolva, mexendo sempre, ainda no fogo. Junte então a aveia e a mariola picadinha e vá misturando, mexendo sempre por mais uns 8 minutos. Coloque então numa forma untada não muito grande (pode ser de bolo inglês), nivelando e apertando com as costas de uma colher. Leve ao forno médio por cerca de 20 minutos.
Corte no formato de barrinhas ou losangos, mas só depois de morna, caso não queira transformá-las em granola! Dá para comer morna ou fria, e você pode experimentar infinitas variações sobre a base de aveia, manteiga e mel.
Bom apetite!

Grão-de-bico com ervas ou Cozido de outono


Receita totalmente “inventada”, que se eu não anotasse rapidamente, como estou fazendo, certamente se perderia nas ladeiras da memória. Eu queria usar um saco de grão-de-bico (porque estava com vontade) e tudo-o-que-tinha-na-geladeira (pois iria viajar). O resultado foi surpreendente, e pareceu até premeditado. Tão incrível que mereceu este post. Anote e reproduza, mesmo que só a ideia base. Nós garantimos!

  • 500g de grão-de-bico deixado de molho na véspera
  • 3 sobrecoxas de frango orgânicas
  • 200g de músculo bovino
  • 1 cebola
  • 1/2 pimentão
  • 1/2 lata de milho
  • 6 pimentõezinhos-pimentas “de sítio” (não sei como chama)
  • 3 dentes de alho picados
  • 1 batata grande, com casca, cortada em cubinhos
  • todos os restos de ervas “ex-frescas” (que secaram na geladeira!) que você tiver – para terem uma ideia eu usei: tomilho (bastante), hortelã (idem), estragão, alecrim, manjerona e possivelmente outras que vieram junto nesses pacotes mistos.
  • 1 pimenta biquinho em conserva
  • 1 pedaço de casca de limão siciliano

Refogue o frango em azeite de oliva com a pele até começar a dourar. Acrescente o músculo cortado em pedaços grosseiros, e deixe selar também. Vire as carnes e doure do outro lado – ah! salpiquei um pouco de açúcar mascavo nessa hora! Junte então a cebola, o pimentão, o alho e as pimentas, tudo picadinho, e refogue mais um pouco. Acrescente a batata em cubinhos ao refogado. Deite o milho com a sua água. Misture bem e junte o grão-de-bico. Cubra com água e vá juntando as ervas, separando as folhas dos talinhos e esmigalhando-as dentro da poção mágica. Não esqueça da casquinha de limão (que eu retirei antes de servir), e da pimenta biquinho. (Nessa hora confesso que ficou um pouco estranho, parecendo mesmo uma poção: um caldo borbulhante com uma capa de verdinhos variados por cima!) Deixe cozendo em fogo moderado até o grão-de-bico amaciar. Se preferir, use pressão, calculando o tempo para o grão-de-bico.
No final desse cozimento, que levou cerca de uma hora em panela comum, o frango estava desmanchando, o músculo estava muito macio, e as batatas derreteram quase totalmente, ajudando a formar um caldo grosso. O grão-de-bico ficou com uma textura excelente, al dente. A mistura exagerada de ervas pareceu bem proporcionada. E NÃO FUI SÓ EU QUE ACHEI!!
Acho que foi importante também fazer tudo bem lentamente, dando um tempo para cada ingrediente que foi acrescentado ir se incorporando, antes de pôr o próximo – cheguei a pensar em escrever cada frase numa linha, pra dar o tempo, hehe – o que resultou em cerca de duas horas de cozimento desde o frango ir pra panela. Ah! Salguei a poção com sal grosso, achei que tinha errado a mão, mas quando pronto pareceu perfeito.
Acompanhamentos? Dispensamos. Comemos de colher, achando que parecia um grande e delicioso cozido medieval!

Trouxinhas de doce de leite


Essa é fácil mesmo, inclusive curta. E é um furto do Marcelo. Como ele ainda não se animou a postar aqui, nós vamos começar a colocar nossos favoritos, devidamente repetidos por nossas mãos.
Você vai precisar de:

  • 1 pacote de massa filo
  • 1 pedaço de fondant de leite, ou doce de leite para corte
  • 1 ou 2 ovos

Corte a massa em quadrados de mais ou menos 10cm, e pincele ovo batido (ou só gema) dos dois lados. Coloque no centro um quadradinho de doce de leite e feche a trouxinha, como se fosse um ovo de páscoa. Leve ao forno numa forma untada até dourar e está pronto!
Não é fácil? Fica uma delícia, com o caramelo grudando no dente (sim, a mágica transforma o doce num caramelo!), e você pode servir sozinha ou com sorvete. Ou com o que a imaginação mandar! Compartilhe suas ideais conosco por aqui.

Hotpot


Essa receita é a base para dezenas de variações do conceito: legumes cozidos e bem temperados num grosso molho de tomate, com bacon, para quem curte, ou com especiarias, para dietas vegetarianas ou lights. Abaixo, descrevo a “UR”receita, numa porção para 4 pessoas. A foto, porém, já é de uma variação.

  • 250 g de bacon em tiras largas
  • 2 cebolas em rodelas
  • alho à gosto
  • 1 lata de tomates pelados ou 4 a 5 tomates maduros
  • 4 batatas pequenas em pedaços grandes, cubos ou rodelas
  • 4 espigas de milho cortadas em pedaços curtos
  • pimenta vermelha à gosto

Frite o bacon em sua própria gordura até tostar e retire do tacho, reservando. Na gordura, frite a cebola e o alho, deixando refogar por alguns minutos. Acrescente então os tomates, as batatas, a pimenta e o bacon, e deixe cozinhar em fogo brando por cerca de 15 minutos. Junte o milho, e um pouco de caldo de legumes ou água, se for necessário, e deixe cozer mais 10 minutos. Está pronto! Salpique salsinha para dar um toque de cor. Eu gosto de serví-lo só com pão, e comer como uma sopa, mas você pode acompanhá-lo com arroz, couscous marroquino, quinoa, ou até um macarrão.
É uma ótima maneira de incorporar legumes ao dia-a-dia, e é fácil variá-la: na receita da foto, por exemplo, eu acrescentei couve picada no final do cozimento, e usei abóbora em cubinhos, com casca, no lugar do milho. Ficou uma delícia!

Broinhas da Dona Lourdes


A receita, destas deliciosas e famosas iguairias, experimentei em Caconde, cidade do interior de São Paulo, próxima de Minas Gerais. Foram feitas pelas mãos de um ser especial, como a Dona Lourdes, daí claro, o nome das broas.

Para que elas fiquem igualzinhas às da foto precisamos:

  • Um pote de nata. Não fica bom creme de leite, já experimentei tem que ser nata mesmo, aquela mais grossa e o pote nos serve de medidas pro resto dos ingredientes)
  • Meio “pote” de açucar cristal
  • Dois ovos
  • Dois potes de fubá o mimoso da Yoki
  • Um pote de farinha de trigo
  • Uma colherzona de pó Royal.

Se misturam os ingredientes nessa ordem, primeiro colocar num recipiente para mistural um bol, a nata, com o açucar e os ovos. Bater na mão, com um garfo, até ficar uniforme. Acrescente depois aos poucos, o fubá, ate ficar um grude forte, não desespere, é assim mesmo. Nesta fase utilizo uma colher do tipo pão duro. Por último a vai colocando a farinha de trigo e a colher de fermento. Nesse ponto já é bom por a mão mesmo. Depois, vou formando bolinhas, pegando pequenas porções com uma colher e amassando elas pra ficarem tipo umas bolachas, não muito finas.

Por ultimo coloco no forno, numa placa untada com manteiga, por uns 20 minutos na primeira leva, as segunda demora apenas uns 10 minutos e, se der uma terceira, fique ligado que pode ser bem mais rapido. Apenas precisam ficar douradas e descolarem por baixo. A receita rende umas 40 broinhas que se comem rapidinho!!!

Como mencionei acima, com esta preparação, ficam igualzinhas às da foto. Para ficarem melhores ainda, como as da Dona Lourdes, se precisa nata caseira. Sim, aquela de verdade!!! Ela também assa as broinhas num forno elétrico e ficam igualmente douradas por cima e por baixo. As da foto são feitas no forno de gás.

O Irineu me contou, enquanto experimentava, que há um dez anos no Brasil, tinha um ministro que queria fazer uma lei que fizesse das broas a iguaria nacional, pelo sabor e pelas diversas manifestações em quase todos os estados. Não o culpo!

Torta de pimentões e ervas

Essa tortinha mais parece uma pizza, e também é perfeita pra servir em pequenos pedaços em confraternizações descontraídas. Pelo menos é assim que eu uso, mas acho que serve também para uma boa entrada.
Primeiro, preparamos a massa:

  • 2 xíc. de farinha de trigo
  • 1 colher de sopa de fermento em pó
  • 150 ml de leite
  • 1 gema
  • sal a gosto ( sugestão: 1 colher de chá rasa)

Misture numa tigela a farinha, o sal e o fermento. Dissolva a gema no leite e vá acrescentando à farinha. Misture bem com uma colher por uns 5 minutos, e depois transfira para uma superfície enfarinhada para sovar. Sove até que fique macia e elástica, e então deixe crescer por uma hora numa tigela untada, em algum lugar aquecido. Eu coloco no forno, que embora esteja ainda desligado, ficará morninho com o preparo que acontece em cima: a cobertura.
Você vai precisar de:

  • 2 pimentões amarelos grandes
  • 2 pimentões vermelhos grandes
  • 4 cebolas grandes
  • azeite de oliva
  • ervas frescas, 2 ou 3 variedades (tomilho, orégano, salsinha, sálvia, manjerona… eu não dispenso o tomilho!)

Descasque e pique, em tiras finas, os pimentões e as cebolas. Pique também as ervas. Coloque tudo para cozinhar em fogo moderado, com três colheres de um bom azeite numa frigideira. A mistura não deve dourar, portanto, fique de olho: se for preciso, acrescente colheradas de água.
A cobertura ficará no fogo cerca de 30 minutos, até que os legumes estejam macios. O aroma pela casa será inebriante!

Com a cobertura pronta, vamos abrir a massa já crescida e montar a torta. Agora é o momento de ligar o forno, para pré-aquecer. Mas tire a tigela de dentro!!
Abra a massa com um rolo numa superfície enfarinhada, até ficar do tamanho da forma (cerca de 30 cm de diâmetro). (O ideal é que fique um pouquinho maior que a fôrma, para poder fazer uma bordinha, uma parte particularmente deliciosa da torta!) É um pouco difícil, por sua qualidade “elástica”. Ela teimará em encolher! Mas quando conseguir, transfira com cuidado para a forma untada, e fure-a com um garfo.

Cubra com o refogado de pimentões, regue com mais azeite, e leve ao forno por 25 a 30 minutos, até que esteja crescida e crocante! Sirva quente, com uma taça de vinho. Que tal?

Variações. Dois toques especiais já testados e aprovados, para agradar a paladares diferentes:

  • cubra a torta com alguns filés de anchovas – para as pessoas e os dias que combinam com o bem salgado;
  • salpique passas pretas – para as pessoas ou os dias que pedem um toque mais doce.

Lemon Curd

A última colherada!

Descobri essa delícia há pouco tempo, na casa do nosso amigo Zé Roberto Prazeres, o “Zé dos Prazeres”, como chamamos. A lenda dizia que era feito por mãos de velhinhas inglesas anglicanas, e o Zé dizia que era fácil comprar, porém… nós não nos contentamos com tão pouco! Qual é o nosso barato?! Fazer!
So… procurei a receita, e achei no site da BBC. Mas engana-se quem pensa que a receita abaixo é mera tradução. É, eu fiz como eles diziam, mas achei um pouco mais doce e/ou um pouco menos ácido do que me apraz. Então fiz pequenas adaptações.
Você vai precisar de casca e suco de 4 limões sicilianos (acho que pode ser qualquer limão, mas esse dá um sabor mais “típico”), 4 ovos, 110g de manteiga sem sal, 400g de açúcar. A receita é tão simples que a parte mais trabalhosa é raspar o limão – raspe só a parte colorida da casca! Depois, extraia o suco. Misture casca e suco com a manteiga fria, cortada em pedacinhos, os ovos ligeiramente batidos e o açúcar. Eu bati o açúcar no liquidificador por um minuto antes de usar, já que outra receita dizia pra usar açúcar extrafino (açúcar de confeiteiro). Esse é um truque simples para fazê-lo em casa.
Agora é só levar ao banho maria, fogo baixo, e ir mexendo. Demora um pouco, e parece até que não vai dar certo. Mas, de repente, a mágica se faz! A mistura talhada vira um creme aveludado. O cheiro é delicioso desde o começo. Está pronto quando, ao virar a colher, fica uma “capinha” de creme.
Pela foto vocês podem ver que segui à risca as instruções “Pour into warm sterile jars, cover, seal and label. Refrigerate.” Sim, tem mais um ponto importante aqui: precisamos guardar em vidros esterilizados, já que não usamos conservantes. Veja aqui como fazer. (Eu dispenso o passo 3, secar no forno. E além disso, como vocês podem observar, eles não usam o pano no fundo da panela como recomendam. Eu também não!)
Essa receita rende dois vidros com capacidade para 400, 500 ml. Use para recheios de tortas, sonhos, coberturas para sorvete, para passar no pão, ou simplesmente para comer de colher!

Älplermakronen ou "Macarrão dos Alpes"

Foto fresquinha, do macarrão feito minutos atrás!

 

Receita fácil e saborosa, um prato típico suíço (achou que era só fondue e raclete??!!). Que tal impressionar hoje à noite? 😀

Basicamente um macarrão com… batatas e queijo! E creme de leite! Segundo nosso amigo suíço Michael, que está ali na cozinha preparando e ditando pra mim as quantidades, as pessoas por lá dizem que este é um prato pra se fazer quando se tem batatas sobrando, hehe!! Ele diz que a proporção tradicional é mais ou menos o mesmo peso em massa, batata e queijo. Mas o Michael particularmente coloca MAIS queijo!!

Então, mãos à obra!
Para 4 pessoas, colocamos pra cozinhar 4 batatas grandes em cubinhos em uma panela de 5 litros com água fria. Assim que a água ferver, vamos esperar 5 minutos e acrescentar nessa mesma panela, junto com as batatas, a massa, 400g de penne. Cozinharemos mais o tempo necessário para a massa, no caso, cerca de 10 minutos.
Numa tigela separada, você deve ter cerca de 400g de queijo ralado. Nós estamos usando um mistura de gruyère e emmenthal, pois o toque é suíço 😉 Mas creio que é possível abrasileirar ou dar o toque pessoal, de acordo com os seus queijos preferidos. Vale uma primeira tentativa com essa mistura suíça, claro! Essa mistura foi temperada com um pouco de pimenta e noz moscada moídas na hora.
Agora, uma pequena controvérsia alpina: colocar ou não um pouco de presunto cozido. Nós estamos usando, cerca de 100g, também ralado e misturado aos queijos.
Quando o macarrão finalmente estiver cozido, escorreremos a água e vamos misturá-lo ao queijo e a cerca de 250g de creme de leite fresco. Hummm!!! Assim já pode ser considerado pronto, é um jeito de serví-lo. Nós temos um porém: é possível gratiná-lo! Então nós guardamos um pouquinho do queijo para pôr por cima e metemos tudo no forno. Esperamos criar aquela linda casquinha dourada e finalmente servimos!
Vai acompanhado de purê de maçãs (!!!) ou uma saladinha e coberto por cebolas carameladas (fritinhas na manteiga).
Guten appetit!
Você sabia? Segundo fontes locais (o Michael, aqui do meu lado) essa receita surgiu como uma forma de reaproveitar sobras, e acabou tornando-se um ícone da culinária suíça.
Pelo mundo: Enquanto um suíço consome em média 20kg de queijo por ano, no Brasil, a média per capita/ano é de apenas 3kg.

Petí Gatô

Foto furtada na rede, mas são os bolinhos da confraria mesmo. Eu os comi! 

Ou, como dizemos por aqui, “bolinhos”! Sucesso absoluto e imbatível, é muito fácil fazer em casa. Não dá mais pra comprar por aí, a 12 reais (ééé, São Paulo é f!), muitas vezes com um creme artificialmente “introduzido”, depois de provar do seu próprio. (Porque o petit gateau autêntico fica cremoso por dentro porque está cru. É! Mas você vai admitir que nunca comeu nada mal assado tão gostoso!)

Vamos precisar:

100g de chocolate em barra amargo.(Pode ser ao meio-amargo, mas na minha opinião fica muito doce)
100g de manteiga

150g de açúcar
50g de farinha de trigo

2 ovos
1 gema

forminhas de papel de 6cm de diâmetro (mais ou menos…)

Primeiro, ligamos o forno, pra deixar bem quente. Derretemos o chocolate, a manteiga, misturamos (eu já derreto junto, numa panelinha de fundo grosso em fogo beeem baixo. Vale usar microondas também). Acrescentamos os ovos e a gema ligeiramente batidos misturados com o açúcar, e a farinha, misturando muito bem a cada acréscimo. Fica uma mistura pesada, bastante gordurosa, evidentemente.
Despejamos nas forminhas, umas 10, todas já dispostas numa assadeira, pra facilitar o “transporte” até o forno.
Agora, muita atenção: eles devem assar por apenas 9 minutos! É claro que essa precisão vai variar de forno pra forno, e você deve ir ajustando, testando várias vezes até chegar ao ponto ideal, onde o bolinho fica com uma casquinha assada por fora e mole por dentro. Mas aposto que ninguém vai se incomodar de repetir até acertar!
É só pegar na forminha (deixe esfriar um pouco, pra não se queimar!) e comer com a mão mesmo, separando o papel. Uma delícia!
O sorvete de creme continua valendo como bom acompanhamento. (Não fica legal pra desenformar, porque fica meio baixinho, a forminha é rasa. Mas nada impede que você teste em fôrmas maiores, menos fôrmas ou mais massa, claro, e veja o resultado. Não esqueça que isso também vai influir no tempo de forno.)

Também pode-se fazer numa forma maior, redonda, um “grand gateau”, assando por cerca de 15 minutos, mas esse eu nunca testei!

Lasanha (Lacto)Vegetariana

Aaron Shaw apresenta a lasanha colaborativa. 

Esta receita é mais uma invenção da confraria (o que não quer dizer que outras mentes já não a tenham inventado também por aí!) e se tornou um estrondoso sucesso, tendo aparecido pela primeira vez para comemorar um aniversário do nosso querido amigo Sergio Amadeu. Aliás, rolou uma permuta: troca-se duas lasanhas por um computador!! A tradicional lasanha à bolognesa perdeu seu brilho e ficou de lado após os primeiros “humms” e “nhams” provocados pela concorrente.
Orgulhosamente apresentamos a famosa Lasanha Vegetariana “da Mariel”.

Nós podemos prepará-la com um ou dois molhos. O vermelho é indispensável, e o branco pode ou não ser usado, para cobrí-la e gratiná-la. Note que ela acaba tendo duas versões: a vegetariana estrita e a lactovegetariana 😀
Na verdade, vegetariana mesmo eu nunca fizemos, porque não dispenso o queijo.
O recheio é composto por camadas do saboroso molho, queijo, berinjela, cenoura e abobrinha. E massa, claro. Parece besta, não? Mas vamos aos segredos, que a gente acredita em código aberto e conhecimento compartilhado!

Você vai precisar de (aproximadamente):

1 1/2 kg a 2kg de tomates maduros (bem vermelhos!)
2 ou 3 berinjelas médias
3 ou 4 cenouras médias
2 ou 3 abobrinhas médias

alho

manjericão

garam masala
azeite de oliva

queijo mussarela (mais ou menos meio quilo)
queijo parmesão para gratinar
massa pronta para lasanha
(eu uso uma seca de cozimento rápido)

Falaremos do molho branco oportunamente.

Dois segredos importantes são:

grelhar os vegetais – nós vamos fazer lâminas não muito finas (cerca de 2mm de espessura) das abobrinhas, berinjelas e cenouras também, e, antes de usá-las para fazer camadas na lasanha, vamos dispor de uma chapa ou frigideira aquecida para grelhar rapidamente cada fatia dos dois lados. Isso vai “selar” os ingredientes, reter o sabor, e… sei lá, tô inventando! Mas fica legal, já experimentei com e sem o processo.

temperar o molho com manjericão + garam masala.E um pouco de açúcar. Já não se sabe mais como surgiu essa mistura, mas o toque todo especial e sabor inigualável creio que esteja aí, embora esta seja uma análise além do nosso alcance de seres terrenos.
Mas que diacho é garam masala? É uma mistura de temperos indiana, que leva sementes de coentros, cominhos, cardamomo, cravo-da-índia e canela, mas que evidentemente varia de cidade pra cidade, casa pra casa, etc. Eu compro ela pronta num restaurante indiano perto de casa, mas se na sua cidade não tem, você pode tentar uma receita caseira.

O molho vermelho é um “sugo” básico: aqueça azeite de oliva, coloque dois ou três dentes de alho para dourar (cuidado pra não queimá-los! Se queimar, melhor começar tudo de novo.) Acrescente os tomates, cortados em 4, de preferência sem pele, mas essa história de tirar a semente eu acho um desperdício! Deixe, toda vida, fogo brando, mexendo às vezes. Os tomates vão começar a se desmanchar, mas a idéia é que o molho fique “pedaçudo” mesmo. Nada de bater no liquidificador!
Quando estiver nesse ponto, vamos acrescentar:

um bom punhado de folhas de manjericão fresco, mal picadas,
uma colherzinha de garam massala (com o tempo você vai adaptando a dose ao seu paladar),
e uma meia colher de açúcar (eu uso o mascavo).

Pra ser bem sincera, quase sempre abro mão do sal – confio no sal dos queijos e pra mim já é suficiente – mas é aqui que o sal vai. Coloque também umas pitadas de pimenta-do-reino moída na hora.

Esse molho, bem apurado e denso, vai servir de amálgama e de meio para cozinhar a massa. Molho pronto, legumes fatiados e grelhados, podemos seguir para a montagem. Nesse ponto você já pode ligar o forno, pra ir pré-aquecendo.

Um refratário retangular, de 40 cm X 20cm, aproximadamente. Primeiro, cubra o fundo com molho, uma camada fina que pode ser bem líquida. Depois,uma camada de massa. Cubra essa massa com uma farta camada de molho. (Mais um segredo aqui, básico para todas as lasanhas: a massa deve sempre ficar entre duas camadas de molho.) Aí, colocamos uma camada de um dos vegetais, o queijo mussarela (“tipo” mussarela) previamente ralado grosso, molho, e massa novamente. Está pronto pra começar uma nova camada, desta vez com outro dos vegetais: molho, cenoura (por exemplo), queijo, molho, massa. Molho, berinjela, queijo, molho, massa. Vá fazendo até quase encher a fôrma. A última camada vai ser massa.
“Mas espera aí, a massa não tinha que estar sempre entre molhos?”
Sim! Muito bem! A última camada vai ser massa, coberta de molho e queijo para gratinar!

E nessa cobertura, as variações: o molho da última camada pode ser branco, coberto de parmesão. Ou ainda, pode ser molho vermelho coberto com fatiazinhas de tomate-cereja (ou outro tomate pequeno) e salpicado com parmesão e algumas folhas de manjericão, o que fica lindo!

Você vai levar essa pesada fôrma ao forno pré-aquecido por cerca de 40 minutos, ou conforme as instruções da embalagem da massa.
É um prato aromático e dispensa acompanhamentos. A não ser um bom tinto leggero!