Sanduíche africano de ovo e cebola

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Este sanduíche super simples é um clássico de comida de rua na África Occidental. Comi por todo lugar em Dakar. O cara frita uma cebola na hora, na sua frente, mistura ovo, e recheia com isso uma porção bem grande de um baguete finíssimo e crocante (herança francesa, você pode achar pão espetacular na áfrica francófona) e embala o todo em um papel de jornal, na maneira dos shawarmas.

Fazer esse sanduíche em casa é muito fácil. Para dois sanduíches, você precisa de 2 cebolas grandes e 4 ovos. Corte as cebolas em fatias grossas, frite em uma colher de sopa de manteiga, até ficar bem dourado. Acrescente uma boa pitada de sal. Bate um pouco os ovos juntos em uma tigela, e despeja por cima da cebola. Deixe fritar por 5 minutos, e vire por pedaços, com uma espátula. Não precisa ficar inteiro como um omelete. Deixe fritar mais, virando os pedaços até tudo ficar bem dourado.

Recheie pedaços da melhor e mais fina baguete que você consegue encontrar, retirando um pouco do miolo da baguete, para deixar mais espaço, e colocando o máximo de recheio possível!

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Vlaai holandês

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O vlaai (se pronuncia vlái simplesmente) é um tipo de torta doce típica da Holanda e das Flandres (parte flamenga da Bélgica). A versão mostrada aqui é a holandesa (a belga é completamente diferente e parece um pudim, farei algum dia). Existem muitos tipos de vlaai, com muitos recheios que vão de todo tipo de frutos até arroz doce. Esta aqui é feita com maçã, ameixa e canela, que é um sabor bem típico dessas regiões. A particularidade da massa é que é levada, feita com fermento de pão.

Para a massa (adaptado daqui):

  • 250g de farinha
  • 30g de manteiga
  • uma pitada de sal
  • 1/2 ovo, batido (a outra metade servirá para pincelar)
  • 15g de fermento para pão fresco ou 7g de fermento seco
  • 75ml de leite morno
  • 30g de açúcar

Para o recheio:

  • 2 maçãs
  • 6 ou 7 ameixas
  • 300g de açúcar
  • 1 colher de chá de manteiga
  • 1 colher de sopa rasa de canela
  • 3/4 de xícara de água

Se tiver uma máquina de pão, coloque todos os ingredientes da massa dentro, e rode o programa “massa”, que vai misturar e deixar descansar. Se não, dilua o fermento no leite, e misture os outros ingredientes da massa, sove até formar uma bola bem lisa. Deixe descansar em uma vasilha coberta com um pano úmido, por uma hora. A massa deve mais ou menos dobrar de volume.

Enquanto isso, faça o recheio. Descasque e corte as maçãs em cubos, corte as ameixas em pedaços de tamanho similar (não precisa descascar, apenas retirar o caroço), e coloque numa panela com o açúcar, a água, a canela e a manteiga. deixe cozinhar por 40 minutos em fogo baixo, mexendo com frequência. Os frutos devem desmanchar, mas não totalmente. O bom é quando ainda formam pedaços. Se ficar muito líquido, adicione meia colher de chá de fécula de batata, ou maisena se não tiver.

Aquece o forno a 200°C. Unte uma forma de torta com manteiga, separe mais ou menos um quarto da massa, que servira para fazer a “rede”, e abre o resto com um rolo sobre uma superfície enfarinhada, e coloque no fundo da forma. Faça alguns furos com um garfo, para que não se formem bolhas durante o cozimento. Coloque o recheio por cima. Abra o restante da massa, e recorte nela tiras de 1cm de largura. Coloque essas tiras na massa para formar uma rede. No fim, pincele com a metade de ovo restante.

Asse por 20 a 30 minutos, ou quando estiver dourado. Sirva morna.

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แกงกะหรี่ (Curry amarelo tailandês)

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Continuamos aqui a nossa exploração dos famosíssimos curries tailandeses. Após o verde, eis o amarelo. O curry amarelo (kaeng kari) já é bem menos forte que o verde, mas continua perigoso para quem não gosta de pimenta. O sabor é radicalmente diferente do verde, mas também bem diferente do gosto típico do curry em pó que se encontra por aqui. Como o curry verde, este pode ser preparado com frango, peixe, carne de porco ou bovina, ou frutos do mar. Este aqui é com frango, me pareceu a versão mais normal. A receita a seguir é adaptada desta.

O acompanhamento típico do curry amarelo, o ajat (relish de pepino japonês), também está descrito abaixo.

  • 600g de peito ou sobrecoxa de frango
  • 1 cebola grande
  • 1 batata grande
  • 1 cenoura
  • 3 dentes de alho
  • 2 a 3 colheres de sopa de pasta de curry amarelo (se encontra na loja Towa na Liberdade)
  • 200ml de leite de coco

Para o ajat:

  • 1 pepino japonês
  • 1/2 cebola pequena (ou parte da cebola acima)
  • 1 pitada de sal
  • 1/2 colher de chá de açúcar
  • 2 colheres de sopa de vinagre de arroz
  • 2 colheres de sopa de água
  • 2 pimentas de cheiro (ou outras pimentas da sua escolha se você achar o curry fraco!)

O preparo não apresenta dificuldade nenhuma. Coloque em uma panela, com um pouco de óleo, o frango (cortado em pedaços se for peito), a cebola e o alho fatiados, e a cenoura cortada em tiras. Refogue, mexendo os pedaços de frango com frequência, até eles começar a dourar. Acrescente a batata cortada em cubinhos (não precisa descascar – aliás, nunca precisa descascar batatas…), a pasta de curry, e um copo ou dois de água (não precisa cobrir tudo, mas formar um molho abundante).

Mexa bem, a pasta de curry vai desmanchar e engrossar a água. Acrescente mais água se necessário, e deixe cozinhar o todo até as batatas ficarem cozidas. Tome cuidado de não deixar queimar.

Enquanto isso, faça o preparo do ajat: misture o sal, o açúcar, o vinagre e a água em uma tigela. Corte o pepino e as pimentas em fatias as mais finas possíveis. Espera a hora de servir para jogar e misturar o pepino e a pimenta na mistura de vinagre, porque o vinagre tira um pouco da bela cor verde do pepino.

Quando as batatas estão cozidas, retire do fogo, acrescente o leite de coco, misture. Sirva com o ajat e arroz basmati.

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Geleia de ameixas

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Mais uma geleia bem fácil e com muito gosto… Fica bastante ácida, mas é assim que é boa mesmo. A regra é simples, para cada 100g de ameixas, coloque 66g de açúcar, ou seja, dois terços do peso das ameixas. Coloque as ameixas com tudo, pele e caroços, cortadas em pedaços, em uma panela. Adicione o açúcar, um pouco de água (meia xícara para 400g de ameixas), e deixe cozinhar, mexendo com frequência, em fogo baixo, por pouco mais de uma hora, ou até que tenha a consistência desejada. Os caroços vão se separar da fruta, e serão fáceis de pescar quando a geleia estiver pronta.

Se você for escolher ameixas vermelhas, a cor fica assim, incrível…

Sambar

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O sambar é uma dessas receitas indianas que aparentemente tem inúmeras variações. Este aqui partiu de uma tentativa de reproduzir – hackear, dirão certas pessoas – o do Madhu. Fiz uma mistura de temperos mais forte, e deixei os pedaços de legumes um pouco maiores. A receita apresentada aqui é um mix desta e desta. Não tinha tamarindo por perto, então usei um pouco de molho de tamarindo tailandês no lugar. As proporções a seguir são para 2 a 3 pessoas.

  • 100g de ervilha partida
  • 1 berinjela
  • 1 cebola
  • 1 abobrinha
  • 3 tomates
  • 1 pimenta vermelha
  • 1 colher de sopa de feno grego
  • 1 colher de sopa de grãos de mostarda
  • 1 colher de sopa de folhas de curry
  • 2 colheres de sopa de coentro em grãos moído
  • 1 colher de chá de cúrcuma
  • 1 colher de chá de assafétida
  • 2 colheres de sopa de molho de tamarindo
  • 1 colher de sopa de ghee ou algum outro óleo (manteiga de garrafa serve bem também)

Você precisará, como para várias receitas indianas, fazer o preparo em 2 panelas: uma para cozinhar os legumes, outra para fritar os temperos. Comece por colocar a ervilha em uma panela grande, com dois dedos de água. Deixe cozinhar por 20 minutos.

Enquanto isso, numa frigideira, aquece o óleo ou ghee, e deixe fritar os sementes de mostarda e feno grego, a pimenta e a cebola cortadas fino, e as folhas de curry. Quando as sementes começam a pipocar, acrescente a assafétida e o cúrcuma, e a berinjela cortada em pedaços pequenos. Deixe fritar por alguns minutos, mexendo com frequência.

Quando a ervilha começa a ficar macia, coloque na panela a abobrinha e o tomate cortados em pedacinhos, e o conteúdo da frigideira. Deixe cozinhar tudo junto por mais 20 minutos, mexendo de vez em quando.

Sirva com chapati ou arroz basmati.

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Poha (falsa)

poha4Meu amigo Dushyant me falou da poha um tempo atrás, e me passou esta receita. Se trata de um prato bem comum na Índia, infelizmente o ingrediente principal, a poha, que é um tipo de arroz batido, é impossível de conseguir aqui. Contudo, muitas outras pessoas fora da Índia também tentaram reproduzir sem ter o verdadeiro poha. Pesquei o método a seguir em vários lugares da net, e pelo aspecto, ficou muito parecido…

  • 250g de arroz parboilizado
  • 1 xícara de amendoim sem pele
  • 2 colheres de sopa de manteiga ou ghee
  • algumas folhas de curry
  • uma colher de chá de sementes de mostarda
  • 2 colheres de sopa de cúrcuma
  • 3 tomates
  • 2 batatas
  • 1 cebola
  • 1 pimentão verde
  • 1 pimenta vermelha

Eis o método para reproduzir a textura da poha: Cozinhe o arroz em muita água (como se fosse macarrão), deixe cozinhar um pouco mais que normalmente, até ele começar a desmanchar. Escorra. Coloque o arroz cozido no liquidificador, acrescente um pouco de água, bata por um ou dois segundos, acrescente mais um pouco de água, bata mais um pouco, e continue assim até aproximar a textura da poha, meio pasta, meio grãos. Em seguida, acrescente uma pitada de sal e o cúrcuma:

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Numa outra panela, frite os amendoins, as folhas de curry e as sementes de mostarda na manteiga por alguns minutos, até os grãos de mostarda pipocar. Acrescente então todos os legumes cortados em cubos pequenos. Deixe fritar com a panela tampada por 5 a 10 minutos, mexendo com frequência. Adicione um pouco de água se tende a queimar. Acrescente sal se precisar.

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Quando a batata está cozida, basta misturar a poha, e está pronto!

Boeuf bourguignon

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O boeuf bourguignon é um prato megaclássico da culinária francesa. O mais famoso de todos, provavelmente (a não ser que seja o ratatouille agora? O malditos da Pixar estragaram tudo). Tem também neste blog uma versão mais cotidiana do boeuf bourguignon, mas vou mostrar a receita certa, desta vez. É um mix da receita clássica da Julia Child, e de como vi as pessoas preparar este prato na França profunda. O segredo está em duas coisas: O alho inserido na carne, e o duplo cozimento, fritar + assar.

  • 1kg de carne bovina de boa qualidade (coxão mole, alcatra, filé mignon, etc)
  • 100g de bacon
  • 1 cebola grande
  • 1 cenoura
  • 2 cabeças de alho
  • 200g de cogumelos
  • 2 colheres de sopa de manteiga
  • 2 colheres de sopa de vinho do porto
  • 1/2 litro de vinho tinto seco
  • ervas de provence

Corte a carne em 3 ou 4 pedações. Descasque os dentes de alho. Faça umas incisões nos pedaços de carne, e enfie os dentes de alho nelas. Numa panela grande, derrete a manteiga, adicione o bacon cortado em tiras finas, deixe fritar por alguns minutos. Acrescente alguns dos pedaços de carne (deixe eles bem a vontade na panela, faça em várias vezes) e frite por alguns minutos de cada lado.

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Passe a carne para uma assadeira. No lugar dela, na panela, coloque a cebola e a cenoura cortadas em rodelas finas. Deixe fritar mais alguns minutos, até começar a dourar. Coloque a cebola e a cenoura na assadeira também, intercalando mais ou menos com os pedaços de carne. Coloque um pouco de sal por cima, e salpique as ervas de provence. Adicione o vinho, que deve chegar mais ou menos na metade da altura da carne, ou seja, metade da cerne fica banhada no vinho, outra metade fica exposta, e vai criar uma casca quando assar.

Coloque no forno (200°C) e deixe assar por mínimo uma hora. Reduza a temperatura depois de meia-hora, se você tiver um forno muito potente, para não escurecer demais a carne.

Não lave a panela onde fritamos tudo! Ela ainda deve servir mais uma vez: Lave os cogumelos, adicione mais um pouco de manteiga na panela, e deixe eles dourar, mexendo eles com frequência. Não precisa cozinhar eles por inteiro, apenas superficialmente. Quando estão prontos, jogue o vinho do porto na panela, e mexe bem para catar todos os resíduos de cozimento das bordas da panela. Desligue o fogo e reserve.

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Quando a carne está pronta, corte em pedaços menores, e sirva com os cogumelos, e o acompanhamento que quiser (um gratin dauphinois por exemplo, ou, como aqui, um risotto de limão siciliano).

ผัดไทย (Pad Thai)

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O Pad Thai deve ser o prato mais famoso da cozinha tailandesa (Para quem mora em São Paulo, tem um lugarzinho escondido numa galeria da rua Augusta que faz um pad thai muito legal)… A base da receita é simples: macarrão de arroz (udon) + molho pad thai + molho de ostras + leite de coco. Todo o resto (legumes, carne, peixe, frutos do mar, o que mais quiser) é opcional. Este aqui tem bastante legumes:

  • padthaisauce300g de carne bovina ou suína, ou frango, ou peixe, ou camarão, ou um mix desses
  • legumes diversos, como cenoura, abobrinha, salsão, alho-porró, cebola, batata, berinjela, pimentão
  • 200ml de leite de coco
  • 2 colheres de sopa de molho shoyu
  • 2 colheres de sopa de molho de ostras
  • 2 colheres de sopa de molho pad thai
  • 1 pimenta vermelha (sem as sementes se quiser menos ardido)
  • 1 colher de sopa de alho picado
  • 300g de macarrão de arroz, tipo udon, já cozido
  • 1 colher de sopa de óleo
  • alguns ramos de manjericão

É melhor usar um wok, mas dá também para fazer em uma panela ou frigideira de bordas altas. Coloque o óleo no wok, com  todos os legumes e carnes cortados em tiras finas, o alho e a pimenta. Se for usar peixe ou camarão, deixe eles para o fim.

pad thai2Deixe fritar, mexendo continuamente (“stir-fry“) por alguns minutos. Adicione o molho shoyu. Frite mais alguns minutos, e acrescente o molho pad thai e o molho de ostras. Deixe fritar mais, até que os legume estejam começando a ficar cozidos, mas firmes ainda. Todo o segredo da cozinha asiática está ali, no ponto perfeito dos legumes, cozidos mas crocantes.

Acrescente os pedaços de peixe ou o camarão, se usar. Adicione o leite de coco e o macarrão. Deixe cozinhar por alguns minutos, mexendo algumas vezes. Decore com folhas de manjericão, e sirva.

Torta de limão siciliano

tarte au citron

Esta receita é um clássico da minha mãe, vem de uma receita da minha vó, que vem de uma receita de Paul Bocuse. É bastante diferente daquela torta de limão que encontramos por aqui, onde a massa é feita com leite condensado, e que tem merengue em cima. Esta aqui tem uma massa feita com farinha de amêndoa.

Para a massa podre:

  • 250g de farinha
  • 100g de manteiga em temperatura ambiente
  • 1 colher de sopa de açúcar
  • 1/2 colher de chá de sal
  • água

Para o recheio:

  • 250g de açúcar
  • 3 ovos
  • suco de 2 limões sicilianos
  • 75g de farinha de amêndoas
  • 250g de creme de leite

Idealmente, faça a massa podre uma hora antes: Misture todos os ingredientes, exceto a água. Amasse com as mãos, até formar uma farofa muito úmida. Acrescente um pouquinho de água até obter um ponto trabalhável. Se a massa ficar muito grudenta, coloque ela na geladeira por uma hora.

Disponha a massa podre em uma forma para torta grande (+/- 26cm) untada com manteiga, e pre-asse ela por 10 minutos em forno quente (>250°C).

Faça o recheio: misture primeiro todos os ingredientes exceto o creme de leite, e, quando ficar bem homógeno, adicione o creme de leite. Despeje  por cima da massa pre-assada. Asse por 30 minutos. Deixe esfriar antes de servir.

แกงเขียวหวาน (Curry verde tailandês)

curry verde

Este prato incrível não é para os fracos. Fica muito, mas muito ardido. Mas também tem um sabor de um intensidade que raramente se prova. A pasta de curry verde na verdade tem pouco a ver com o que conhecemos como curry, se trata de uma pasta feita principalmente (unicamente, talvez?) com pimenta verde. Não venha dizer que não foi avisado. A receita é bem fácil e muito rápida… A pasta de curry verde se encontra em uma das mercearias que ficam na praça da Liberdade, a berinjela tailandesa no sacolão da rua Dona Veridiana.

Você pode fazer este prato com carne bovina, frango, porco, peixe, ou alguma combinação destes. Fiz aqui uma versão bem clássica, de frango com camarão.

  • green curry paste500g de peito de frango
  • 200g de camarão cozido
  • 400ml de leite de coco
  • 3 ou 4 colheres de sopa de pasta de curry verde
  • 1 cebola
  • 1/2 berinjela comum, ou 1 berinjela tailandesa
  • 1/2 cenoura
  • 1 maço de manjericão
  • 2 colheres de sopa de molho de peixe tailandês
  • arroz de jasmim, ou arroz basmati
  • 1 colher de sopa de alho fatiado

Você pode preparar este prato em um wok ou uma panela bem grande. Corte o frango em pedaços pequenos, e deixe eles dourar com a cebola picada e o alho em um pouco de óleo. Acrescente a cenoura cortada em tiras finas e a berinjela cortada em cubos pequenos. Deixe fritar por mais alguns minutos, mexendo muito (é o famoso “stir-fry” asiático).

Acrescente o molho de peixe, a metade do leite de coco, e a pasta de curry verde. Tampe a panela, e deixe cozinhar mais alguns minutos. No final, acrescente o camarão e o restante do leite de coco, cozinhe mais um minuto ou dois. Retire do fogo, coloque as folhas de manjericão, e sirva com arroz de jasmim.

Vareniques de batata doce com molho de peixe

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Peguei esta receita da Andrea Kaufmann, ficou uma delícia rara, apesar de ter dado um pouco de trabalho, porque tem muitas etapas. O salgado do peixe e o doce da batata doce formam uma combinação incrível. Os ingredientes são bastante fáceis de encontrar, apenas usei peixe salgado que encontrei na Liberdade em vez do haddock defumado. A receita seguinte dá para 4 pessoas:

  • 6 cebolas
  • 300g de peixe defumado (neste caso usei anchova salgada)
  • 2 colheres de sopa de manteiga
  • 2 batatas doces grandes
  • 200g de creme de leite
  • 1/2 litro de leite
  • 1 xícara de farinha
  • 1 xícara de semolina
  • 3 ovos
  • endro seco

O preparo se faz basicamente em 4 partes: o preparo do recheio, o preparo do peixe,  o preparo dos vareniques, e no fim o cozimento dos vareniques. Dá para fazer as 3 primeiras etapas no mesmo tempo:

1. O recheio: Corte 5 cebolas em fatias, frite na manteiga, mexendo com frequência, até ficar bem douradas. Acrescente as batatas doces cortadas em pedacinhos, acrescente um pouco de água, quase até cobrir, e deixe cozinhar em fogo baixo com a panela tampada. Mexa de vez em quando, acrescente água se secar muito, até a batata começar a desmanchar e formar um quase-purê (é bom ter pedacinhos ainda). Não coloquei sal porque meu peixe era bastante salgado… Você que vê.

2. O peixe: Explico o que fiz para peixe salgado, veja a receita original se você for usar peixe defumado. Deixe o peixe de molho na metade do leite por uma hora, apertando ele de vez em quando para extrair o máximo de sal. Retire do leite, escorra o máximo possível. Cozinhe os pedaços de peixe na outra metade do leite, deixando ferver por alguns minutos. Retire e reserve o peixe, Acrescente o creme de leite no leite fervido e misture bem. Reserve esse molho. Frite a cebola que sobrou em um pouco de óleo até dourar, acrescente os pedaços de peixe e deixe dourar um pouco de cada lado.

3. Os vareniques: Misture a farinha e a semolina, adicione os ovos, e misture bem até formar uma massa bem homógena. A massa fica bem grudenta, vai precisar de bastante farinha nas mãos para manipular.

4. A montagem: Deixe ferver bastante água numa panela grande. Pegue umas bolinhas de massa do tamanho de um morango, abra com um rolo em uma superfície coberta com farinha, até formar um disco de mais ou menos 12cm de diâmetro. Coloque uma colherada de recheio de batata doce no meio, feche o varenique e aperte as bordas com um garfo. Coloque imediatamente na água fervente, porque a massa é frágil, os vareniques tem tendência em grudar e se desmanchar se deixados esperando. Cozinhe cada um por 5 a 10 minutos (eles boiam na superfície da água quando estão cozidos).

Coloque os vareniques num prato, os pedaços de peixe com cebola por cima, e cubra com o creme e endro.

김치찌개 (Kimchi Jjigae) – Cozido de kimchi e tofu

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Para estrear a nossa seção de comida coreana, aqui está um clássico bem fácil de fazer,  desde que você tenha uma comunidade coreana por perto, para conseguir o kimchi.  O kimchi é acelga fermentada, marinada em pimenta. Um processo bastante similar ao sauerkraut. Na Liberdade, em São Paulo, quase todos os mercadinhos tem, de vários tipos, marcas, cores e nível de pimenta. O kimchi mais velho tem mais sabor e arde mais.

O kimchi jjigae é um cozido tradicional, e, como todos os pratos tradicionais, cada um tem a sua receita predileta. Você pode fazer ele com vários tipos de legumes, carne de porco, até frutos do mar. Mas todas devem ter kimchi, tofu, e alguns legumes básicos. É essa versão simples que fizemos aqui. Comida coreano geralmente é MUITO apimentada, o kimchi normalmente já vem um pouco apimentado (depende do kimchi), o resto é com você…

  • 1 cebola
  • 400g de tofu
  • 400g de kimchi
  • 1 pimenta vermelha grande, ou algumas malaguetas (a gosto)
  • 1 colher de sopa de alho picado
  • 1 pimentão verde
  • cebolinha fresca
  • 3 colheres de sopa de shoyu
  • 3 colheres de sopa de mirin (ou outro tipo de vinho doce)
  • 1 colher de sopa de óleo (oliva, girassol, como prefere)

O preparo não é complicado: Frite a cebola fatiada, o alho, o pimentão fatiado, e os outros legumes que quiser adicionar (abobrinha, vagem, cenoura, cogumelo, etc.) no óleo, mirin e shoyu, mexendo com frequência, até os legumes começar a ficar transparentes, mas deixe eles crocantes ainda.

Adicione o kimchi, a pimenta, misture, e adicione água até cobrir os legumes. Deixe cozinhar em fogo médio por 10 a 15 minutos. Corte o tofu em cubos de mais ou menos 2cm de lado, e adicione. Cozinhe por mais 5 minutos sem mexer para não desmanchar o tofu. No fim, coloque cebolinha por cima.

Sirva com arroz para sushi, vai bem também com arroz integral.

geleia de abacaxi

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Cada vez mais, acho que o segredo de uma geleia boa é no que você coloca além do açúcar e da polpa da fruta. Sempre precisa de uma casca, um caroço, um zesto, etc… para dar mais gosto. Esta rende mais ou menos 500g de geleia e é feita com:

  • 1/2 abacaxi com a casca
  • 1 copo (200g) de açúcar branco

Normalmente é melhor usar açúcar demerara para fazer geleia, mas como o sabor do abacaxi é bem delicado, resolvi usar um açúcar mais “fraco”. Comece por retirar a casca do abacaxi, coloque as cascas em uma panela, cubra com água e deixe ferver. Passe a polpa do abacaxi no liquidificador, e coloque em outra panela com o açúcar. Deixe cozinhar com a panela tampada, mexendo com frequência.

Quando o “chá de cascas” ferveu por alguns minutos, abaixo o fogo e deixe reduzir. Quando sumiu mais ou menos a metade da água, retire do fogo.

A geleia deve cozinhar por mais ou menos uma hora, uma hora e meia. Se secar muito, acrescente um pouco do chá de cascas. No final, a geleia deve ter reduzido muito, e ficado bem pastosa. Acrescente mais chá, e misture bem até ficar da consistência que desejar. Coloque na geladeira por algumas horas antes de comer.

Feijão branco com tomate, manjericão e alho

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Achei esta receita por acaso em um blog de cozinha francesa, fica delicioso e bastante diferente do feijão de cada dia. O grande diferencial é que em vez de fazer como se costuma fazer no Brasil, cozinhar o feijão primeiro e depois jogar os temperos nele, se faz o inverso: cozinhar o “fritado”, e jogar o feijão nele… O sabor fica muito diferente.

  •  250g de feijão branco seco
  • 4 tomates maduros
  • 2 colheres de sopa de alho triturado
  • 1 cebola
  • 100g de linguiça, carne seca ou bacon (facultativo)
  • manjericão (de preferência fresco, mas o seco serve muito bem)
  • 2 colheres de sopa de azeite de oliva
  • sal e pimenta do reino

Comece por cozinhar o feijão branco numa panela de pressão (35 a 40 minutos depois de aparecer a pressão). Numa outra panela, frite a cebola fatiada, o alho e a carne juntos. Acrescente os tomates cortados em cubos grandes. Tampe a panela e deixe cozinhar por 5 a 10 minutos, mexendo de vez em quando, e acrescentando água se começar a secar muito. Quando os tomates começam a desmanchar, jogue o feijão cozido escorado, e acrescente sal, pimenta do reino a gosto, e bastante manjericão. Misture bem, e sirva logo em seguida.

Bon appétit!

Frango Yassa

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Alguns dizem que o frango yassa é o prato mais famoso do Senegal (acho que o mais famoso é a Thieboudienne, mas a concorrência é forte). Se trata de frango marinado no suco de limão, e cozido com muita cebola. É bem simples de fazer, nenhum ingrediente é difícil de encontrar. O preparo (fora a marinada), dura em torno de 40 minutos. Para 4 pessoas:

  • 600g de sobrecoxas de frango
  • 6 ou 7 cebolas grandes
  • 6 limões (verdes ou sicilianos, como prefere)
  • 2 colheres de sopa de mostarda de Dijon
  • 6 colheres de sopa de óleo vegetal (canola, girassol ou qualquer outra)
  • 6 colheres de sopa de azeite de dendê

Comece por deixar o frango marinar com um colher de chá de sal, e o suco de 2 limões. Mexa de vez em quando para que a marinada envolva bem o frango. Idealmente faça isso uma hora antes de fazer o resto, para deixar marinar bastante tempo.

O resto é muito simples. Corte a cebola em fatias bem grossas, e deixe fritar no óleo vegetal, mexendo com frequência, até a cebola ficar bem dourada. Retire a cebola da panela e reserve. Acrescente os pedaços de frango e o azeite de dendê, e deixe os pedaços dourar, virando eles para dourar de todos os lados. Reserve a marinada. Isso tudo demora mais ou menos 30 minutos.

Quando o frango está ficando dourado, acrescente a marinada, a mostarda, e o suco de todos os limões restantes. Cozinhe com a panela tampada, por mais uns 10 minutos, acrescente a cebola, sal (e pimenta) ao gosto, e deixe cozinhar em fogo baixo por mais alguns minutos, para os gostos se misturarem, mas não deixe a cebola desmanchar! Este prato fica bom quando esta cheio de cebola.

Sirva com arroz branco, ou, como aqui, com cuscuz marroquino.

Aloo Baingan

aloo baingan

Aloo significa batata, e baingan berinjela, em – até onde pesquisei – várias línguas da Índia. Se você for procurar por “aloo” na net, tem muitas receitas do país inteiro a base de batatas, sempre rende um prato bem diferente, delicioso e rápido. Este aqui é fácil e bem rápida de fazer (mais ou menos 30 minutos, mais 20 minutos para a marinada das berinjelas). As quantidades a seguir fazem um prato para 2 a 3 pessoas

  • 1 berinjela grande ou 2 pequenas
  • 3 batatas médias
  • 1 cebola grande
  • 5 ou 6 dentes de alho
  • 2 colheres de sopa de óleo
  • 2 colheres de sopa de cúrcuma
  • 2 colheres de sopa de coentro moído
  • 2 colheres de sopa de masala
  • 1 colher de sopa de mostarda
  • 1/2 copo de água

Esta receita a principio não tem pimenta, mas se você preferir, adicione a gosto.

Comece por cortar as berinjelas em pedaços bem compridos. Coloque os pedaços em uma vasilha com bastante sal (um bom punhado). Mexe um pouco para que o sal cobre os pedaços mais ou menos uniformemente, e deixe descansar por 20 minutos. Isso retira o gosto amargo das berinjelas (dá para pular esta etapa, mas juro que o gosto fica muito melhor). Quando descansou, lave bem os pedaços de berinjela para retirar o sal.

Corte as cebolas em fatias, descasque o alho (deixe os dentes inteiros), e frite os dentes de alho sozinhos por um minuto ou dois no óleo aquecido. Acrescente a cebola, e deixe fritar mexendo de vez em quando até a cebola ficar transparente. Retire a cebola e o alho da panela, e reserve.

Na panela onde fritou a cebola, jogue a berinjela e as batatas não descascadas, cortadas em pedaços compridos. Coloque a água no fundo, tampe a panela e deixe cozinhar por 10 minutos. Acrescente todos os temperos, a cebola, o alho, a mostarda, mais um pouco de água se ficou muito seco, e cozinhe por mais 10 minutos, mexendo de vez em quando.

Quando a batata ficou bem macia, está pronto! Acompanhe com arroz comum, ou, melhor, arroz basmati (de jasmim) ou chapatis.

Pão de chocolate

paodechocolate1Um pão bem fácil, mas que requere dois ingredientes não muito fáceis de encontrar: gotas de chocolate (se encontra na central do sabor, ou, mais caro, na casa Santa Luzia), e flocos de trigo (na zona cerealista). Para um pão de 600g:

  • paodechocolate21 ovo
  • 200ml de leite (completar um copo com o ovo no fundo)
  • 1 1/2 colher de sopa de óleo de girassol
  • 400g de farinha de trigo (2 copos e meio)
  • 80g de flocos de trigo (1/2 copo)
  • 150g de gotas de chocolate (3/4 copo)
  • 1 colher de chá de sal
  • 1 colher de chá de açúcar
  • 2 colheres de sopa (1 sachê) de fermento para pão

Se faz com uma máquina de pão, use o programa mais rápido que tiver (o pão fica mais compacto, vai bem com este pão), e coloque todos os ingredientes de uma vez. Se prefere um programa mais lento (o pão cresce mais, mas fica mais seco), coloque o chocolate somente na metade do ciclo (a máquina avisa).

Se fizer a mão, misture todos os ingredientes exceto o chocolate, sove bem por alguns minutos, e deixe descansar meia-hora em um lugar quente. Acrescente o chocolate, sove novamente mas não demais para não derreter as gotas de chocolate, forme uma bola, coloque numa forma de assar metálica (ou nua forma de pizza), e deixe descasar por mais meia-hora, uma hora. Asse em forno quente (250⁰C) por 45 minutos.

Geléia de mexerica – BERGAMOTA!

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É a temporada das mexericas bergamotas!, e o momento perfeito para esta geleia bem simples e barata, o segredo é por bastante zesto. O gosto de mexerica fica incrível. As quantidades abaixo dão mais ou menos 500g de geleia, multiplique conforme quiser.

  • 5 mexericas
  • 200g (um copo) de açúcar

Comece por raspar a casca das mexericas com um ralador, usando a grelha mais fina. Com as 5 mexericas, você vai recolher mais ou menso 2 colheres de sopa de zesto. Descarte o resto da casca, e retire todas as sementes das mexericas (importante, senão dá um gosto amargo). Passe os pedaços de mexerica rapidamente no liquidificador, apenas 1 ou 2 segundos, queremos apenas triturar um pouco, não fazer suco.

Coloque a mexerica, o zesto e o açúcar em uma panela, e cozinhe em fogo baixo por uma hora, mexendo com frequência, ou, se você tiver uma máquina de pão, ela provavelmente tem um programa “geleia” que faz a mesma coisa.

Calda belga de frutas

Depois de anos e anos indo para a Bélgica e mesmo tendo morado por lá um tempo eu descobri que desconhecia essa maravilha maravilhosa. Só na última viagem eu fui conhecer essa calda, que na verdade é o recheio do Gaufre aux fruits, mas pode ser usada para várias outras coisas.

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No meu caso eu gosto de usar para comer com iogurte caseiro, ou para cobrir tortas ou cremes. Também serve como recheio de strudel. A calda belga original é de cerejas, mas é possível de fazer com qualquer fruta. As que combinam melhor são as mais azedinhas: morangos, damascos, ameixas. Mas já vi também de maçãs, peras e abacaxi. No caso eu usei morangos, porque estava fácil e barato para achar e uma caixinha de 250g dá perfeitamente as duas xícaras. É fácil de fazer a calda, mas precisa ter alguns cuidados.

Para umas 300g (que eu uso em 6 iogurtes ou uma torta média), você precisa de:

  • 2 xícaras de frutas picadas em tamanho para comer sem precisar cortar
  • 1/2 xícara de açúcar
  • 1/4 de xícara de água
  • 1 colher de sopa de suco de limão
  • 2 e 1/2 colheres de chá de fécula de batata ou maisena (a minha irmã jura que tem fécula de batata para vender por aí, mas eu nunca vi… usei maisena mesmo)
  • 1 colher de sopa de água

Então… coloque as frutas picadas, o açúcar, o suco de limão e 1/4 de xícara de água numa panela e deixe ferver. O limão é importante para não escurecer e ficar com cara de geleia. Baixe o fogo e deixe as frutas cozinharem até ficarem macias, mas sem desmanchar, mexendo às vezes. Quando estiverem macias retire as frutas da calda e reserve. Misture a maisena (ou fécula) com a água para não embolotar e acrescente na calda que ficou na panela, mexendo sempre até engrossar. Quando estiver espessa, coloque as frutas novamente e mexa um pouco. Deixe esfriar e sirva como preferir. 🙂

Chapati

Eu adoro chapati. Temos um restaurante indiano muito bom próximo a nossa casa. Mas ultimamente ele tem exagerado um pouco nos preços… Então eu resolvi dar uma pesquisada nas receitas. E descobri que fazer chapati é super fácil. Essa receita tem muitas variações, mas eu escolhi uma bem simplesinha, que me pareceu a mais tradicional. E olha, ficou igualzinho.

Para fazer 6 chapatis você precisa de:

  • 1 xícara de farinha integral
  • 1 fio de óleo ou azeite
  • 1 pitada de sal (a gosto)
  • farinha para abrir a massa

Coloque a farinha numa tigela com o sal e um fiozinho de óleo (nem precisa em algumas receitas mas eu achei legal colocar) e vá acrescentando água aos poucos até que seja possível fazer uma bola homogênea. Ela tem que desgrudar da sua mão. Divida a massa em 6 pedaços iguais e faça bolinhas menores com cada um deles.

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Pegue uma bolinha de massa, passe na farinha e achate com a mão. Abra a massa com um rolo ou rolinho (eu não tenho um rolinho ainda, mas vou providenciar) em forma circular, numa espessura como se fosse uma panqueca.

Leve uma frigideira ao fogo (eu só tenho tefal, mas eles usam uma de ferro fundido) e deixe esquentar bem. Coloque o chapati e deixe até que ele comece inflar (sim, é bizarro), quando ele inflar vire para cozinhar o outro lado. Para baixar e ele ficar chatinho, use  um pano de prato limpo e seco dobrado em várias camadas e aperte-o na frigideira, funciona bem.

Faça com os outros e depois sirva com o seu prato preferido indiano!

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