Terrina de salmão com ervilhas e aspargos

Essa receita eu fiz para o a noite da virada do ano. Sempre tive uma curiosidade enorme sobre esses “pratos transparentes”… se você era pelo menos uma criança nos anos 70, deve lembrar que eles eram muito populares naquela época. Depois meio saíram de moda, não sei. Enfim, eu nunca mais vi. Como a minha mãe não cozinhava e não se tratava de um prato típico, nunca cheguei a comer, mas sempre quis saber como era.
Assim, estávamos já muito “redondos” do Natal, cansados de comer comidas pesadas e ainda passando muito calor nesses dias. Resolvi tentar fazer as duas coisas: uma janta mais leve e matar a curiosidade. A receita eu peguei daqui http://www.plurielles.fr/recettes-cuisine/. Ficou assim:


Para 04 pessoas:

  • 500ml de caldo de legumes clarificado
  • 08 folhas de gelatina incolor
  • 300 g de filé de salmão
  • 01 maço de aspargos verdes
  • 300 g de ervilhas congeladas
  • 02 chalotas (échalotes)
  • 01 colher de sopa de óleo
  • sal
  • pimenta
Amacie as folhas de gelatina na água fria.
Forre uma terrina com filme alimentar. (Importante! Eu esqueci e o meu não ficou tão bonito quanto o da foto deles!!)
Mergulhe as ervilhas na água fevente salgada e deixe cozinhar o tempo indicado no pacote. Escorra e reserve.
Descasque os aspargos (de novo, importante! eu não descasquei – tirar a pelezinha – e depois foi super difícil de cortar). Tempere à gosto e leve para cozinhar no vapor por 20 min com a panela tampada.
Corte o salmão em fatias espessas. Tempere à gosto e cozinhe no vapor durante 15 minutos.
Aqueça o caldo de legumes clarificado e temperado. Quando levantar fervura, retire do fogo. Derreta a gelatina no caldo.
Coloque uma camada espessa de ervilhas no fundo da terrina. Depois faça outra com as fatias de salmão, acrescente alguns aspargos. Despeje a gelatina-caldo até cobrir e deixe na geladeira por 10 minutos.
Tire a terrina da geladeira e termine de preencher alternando ervilhas, salmão e aspargos. Despeje a gelatina restante até cobrir e leve para gelar durante pelo menos 3 horas.
No momento de servir, desenforme a terrina num prato, corte em fatias e sirva com salada verde.
*Clarificando um caldo.
Eu fiz o caldo de legumes em casa, com coisas que tinha na geladeira. Fiz com salsão, espinafre, cebola roxa, alho, cenoura e abobrinha. Coloquei 500 ml de água para ferver e enchi 1/3 disso de legumes variados. Deixei ferver por 1h mais ou menos. Escorri, mas ficou turvo. Ali dizia clarificado e pela foto dava para ver que ficava completamente transparente. Descobri como faz.
Para clarificar 500 ml de caldo, basta fazer assim:
1. Verificar o tempero do caldo e acertá-lo se necessário.
2. Despejar 1 clara de ovo no caldo e bater.
3. Levar o caldo ao fogo até ferver, quando estiver fervendo, tirar as claras cozidas com uma escumadeira.
4. Cobrir e deixar descansar 15 min.
5. Coar num pano de algodão limpo sobre uma peneira.

Não imaginei o gosto que ficaria, pela cara, sempre achei que ia ficar com gosto de sopa. Mas não… fica com gosto de salada e é bom.. só que dá bastante trabalho!

Camarões com beurre blanc

A entrada da nossa ceia de Natal também vem do blog SimplyReceipes. Ficou uma delícia total. Não é muito complicado de fazer, mas exige um pouco de paciência para limpar os camarões.

  • 500 a 800g de camarões (grandes e frescos e inteiros se possível, mas camarões congelados também servem). A quantidade depende do tamanho, se tem casca, etc…
  • 2 laranjas
  • 150g de manteiga
  • 3 echalotas ou 1 cebola roxa
  • 1/2 xícara de vinho branco seco
  • azeite de oliva

Comece por limpar o camarão. Se for congelado, descongele na geladeira por um dia. Se tiver casca, descasque, tirando a cabeça primeiro, depois a casca com as patas. Pode deixar o rabo. Se seu camarão estava congelado, tome um cuidado extra porque a carne vai ficar bem mais frágil.

Retire a “veia” preta dos camarões, fazendo um incisão leve nas costas do camarão e retirando a veia com uma faca ou com a mão mesmo. Em seguida, lave os camarões e deixe eles secar em um papel absorvente.

Faça o beurre blanc assim: Raspe o zesto duma meia-laranja. Doure as echalotas cortadas bem fino em manteiga, adicione o vinho, o suco das duas laranjas e o zesto. Cozinhe em fogo alto, e deixe reduzir até sobrar um xarope. Acrescente a manteiga aos poucos, colher de sopa após colher de sopa, mexendo com um fouet, e deixando engrossar entre cada vez.

Por fim, frite o camarão muito levemente. Coloque em uma frigideira 3 ou 4 colheres de sopa de azeite de oliva, aqueça até o óleo ficar muito quente. Coloque delicadamente os camarões, um por um, e frite eles por apenas um minuto de cada lado.

Sirva imediatamente, com o beurre blanc por cima.

Salada grega

A salada grega é um clássico absoluto na Grécia. Onde você for comer, será servida uma salada grega antes da refeição (como por exemplo a mussaka). É o couvert local, por assim dizer. Ela é normalmente feita com queijo feta (o famoso queijo de cabra grego), mas para baratear (o queijo feta custa o olho da cara) pode também usar um outro queijo de cabra ou até um queijo de minas muito novo, daqueles que são muito moles e que tem um gostinho azedo ainda. Você precisará portanto de:

  • 100 a 200g de queijo feta, de cabra ou de minas novo
  • 3 ou 4 tomates
  • 1 ou 2 pepino japonês
  • uma cebola roxa
  • azeitonas pretas
  • alface comum (facultativo)
  • orégano
  • azeite de olive da melhor qualidade (procure por extra virgem de primeira pressão a frio)

Corte os tomates e o pepino e o queijo em cubos. Fatie a cebola bem fino, e destaque as rodelas. Rasgue algumas folhas de alface, e coloque tudo num prato. Adicione azeitonas, polvilhe com orégano e regue com uma dose generosa de azeite de oliva.

Crepes (como na Bélgica)

Crepes, ou panquecas, são na verdade um prato totalmente universal, como o cachorro quente ou a pizza, mas vamos fazer aqui algumas versões que fazem sucesso na Bélgica. A massa é uma massa de panqueca bem comum, basta passar os ingredientes seguintes no liquidificador:

  • 200g de farinha
  • 4 ovos
  • 400 ml de leite
  • 1 colher de chá de óleo
  • 1 colher de sopa rasa de maizena
  • 1 colher de sopa rasa de açúcar
  • 1 pitada de sal

As panquecas podem ser feitas com antecedência, fica mais fácil para produzir várias panquecas prontas na hora de servir. Despeje algumas colheres de sopa de óleo em uma frigideira, deixe esquentar, recolhe o óleo (que servirá para a panqueca seguinte), despeje uma concha de massa, incline a frigideira de todos os lados para que a massa se reparta bem por igual, e frite por alguns minutos dos dois lados.

Agora é só pegar uma panqueca, colocar na frigideira (não precisa mais por óleo), colocar o recheio desejado nela, dobrar em 2 e deixar cozinhar por alguns minutos. Não precisa virar de lado.

Bacon, queijo e ovo

Este é um clássico. Não é nada light, mas é uma delícia total. Antes de rechear, frite um pouco de bacon cortado em pedaços e rale um pedaço de queijo (mussarela, prato ou qualquer outro queijo que derreta). Disponha queijo e bacon na panqueca, e coloque uma gema de ovo por cima. Feche e cozinhe por um minuto ou dois.

Mussarela de búfala, tomate seco e rúcula

Este é (um pouco) mais light. Coloque pedaços de queijo mussarela de búfala (ou de queijo de cabra) na panqueca, 2 ou 3 pedaços de tomate seco e folhas de rúcula. Feche e cozinhe por um ou dois minutos.

Açúcar mascavo, creme de leite e limão

Este é o crepe de sobremesa. Coloque 3 ou 4 colheres de sopa de açúcar mascavo, a mesma quantia de creme de leite, e esprema o valor de um colher de chá de suco de limão por cima. Feche e deixe cozinhar por um a dois minutos.

Coloco aqui quantidades aproximativas dos ingredientes dos recheios descritos acima (para 4 pessoas), mas é bastante variável, e se pode também inventar outras combinações.

  • 1 receita de massa de panquecas descrita acima
  • 200g de bacon
  • 400g de queijo mussarela ou prato
  • 200g de mussarela de búfala
  • 200g de tomate seco
  • 1 maço de rúcula
  • 400g de açúcar mascavo
  • 200g de creme de leite
  • 3 limões

Creme de agrião

Para 02 pessoas:

  • 02 batatas grandes
  • 01 cebola média
  • 01 colher de sopa de manteiga
  • 250g de agrião
Frite as cebolas na manteiga até ficarem douradas. Acrescente as batatas cortadas em pedaços pequenos (quanto menores mais rápido será o cozimento) e frite mais um pouco. Deixe cozinhar até que as batatas fiquem macias, acrescentando água quando necessario.
Quando as batatas estiverem macias cubra-as com água (deixando uns 2 cm acima das batatas ) e deixe ferver. Coloque o maço de agrião na panela e deixe murchar. Leve tudo ao liquidificador ou passe um mixer. Salgue e se necessário deixe a água secar um pouco para obter uma consistência cremosa.
Depois é só servir. Bom apetite!

* Alguém tem um bebê que não quer comer? Pois então, sirva essa iguaria francesa para ele e tranforme-o num bebê gourmet. Sucesso garantido. E o Esteban aprova!

Sopa de cenoura

Esta sopa é muito simples de fazer, é um clássico na França e na Bélgica, comi isso na minha infância toda. Além disso, é saudável e vegetariano. Você precisa de:

  • 6 a 8 cenouras grandes
  • Sal, Pimenta do reino
  • 1 ou 2 cebolas (opcional)
  • Queijo ralado para servir

Se decidir fazer a versão com cebola, frite primeiro as cebolas cortadas em rodelas em um pouco de óleo. Senão, comece a partir daqui:
Corte as cenouras em rodelas, coloque em uma panela (junto com as cebolas se tiver), coloque uma colher de chá de sal e cubra de água.
Deixe cozinhar com a panela tampada por 30 minutos, ou até que as cenouras fiquem bem macias quando espetadas com uma faca.
Passe tudo no liquidificador, em várias vezes se necessário.
Acrescente mais um pouco de sal se necessário, um pouco de pimenta do reino a gosto, e deixe cozinhar mais 5 minutos
Sirva com queijo ralado como na foto acima.

Cheese pudding


É uma versão salgada do pudim de pão, e consta que é comum na Irlanda. Tradicionalmente você prepararia com pão de forma sem casca novinho, mas funciona muito bem para aproveitar qualquer tipo de pão “dormido” – comida irlandesa com jeitinho brasileiro!! Serve como um jantar mais leve, um acompanhamento no almoço ou até um lanche da tarde!

  • pão cortado em fatias uniformes, para fazer sanduíches
  • manteiga
  • queijo cheddar ralado ou outro
  • 4 ovos
  • 1 xícara de caldo de galinha ou leite
  • 1/2 xícara de creme de leite
  • pimenta do reino

Aqueça o forno. Prepare sanduíches com pão, manteiga e cheddar, e vá distribuindo-os “em pé”, lado a lado, numa forma untada. Se conseguir cortar os sanduíches mais ou menos em formato de triângulo, vai ficar mais bonitinho.
Bata os ovos com o caldo de frango (ou leite) e o creme de leite e derrame sobre os sanduíches, empapando-os bem.


Deixe repousar por 30 minutos, cubra com mais queijo ralado, pimenta moído, e leve ao forno até dourar.
Fica muito bom!

Tacacá da Amazonia

Faz tempo que estou (estamos!) querendo postar sobre comidas brasileiras neste blog. Finalmente, depois de uma viagem, conseguimos os ingredientes para fazermos alguns pratos.
Começamos pelo Tacacá.
Se trata de uma iguaria da região amazônica, e cada estado faz um “sotaque” diferente no tempero. Se bebe em cuias, é uma espécie de sopinha com camarões secos e ervas da região.
Resolvi preparar como se faz em Manaus, parecido com o de Belém, mas os amazonenses dizem que o Tacacá paraense é fraco e os paraenses retrucam opinando que o Jambú manauara não está bem cozido… Aqui, um termo meio ao sotaque manauara. Bem bom…
Para umas seis cuias médias precisamos de

  • 2 litros de Tucupí (caldo extraído da mandioca brava, venenoso, mas que fervido por horas, fica pronto para se consumido sem perigo. Ingrediente difícil de conseguir em São Paulo mas que custa de 2 a 5 reais no Mercadão de Manaus, ou no Ver-o-Peso de Belém. Também tem um circuito paulista do Tucupí, mas custa mais de R$10 o litro)
Sacolada vinda de Manaus. Os pezinhos à esquerda não eram ingrediente.
  • 2 maços de Jambú (uma chef de restaurante, aqui em São Paulo, me disse que se consegue no Mercadão da Lapa)
  • 1 maço de chicória pequeno (não adianta, não é a mesma daqui, vou procurar no mercadão da Lapa se acho. Aquela de lá.. eu trouxe, né?)
  • Folhas de Alfabaca
  • 1/2 Kg de camarão seco médio ou graúdinho
  • 2 cebolas médias
  • 8 dentes de alho
  • 6 colheres rasas de goma de mandioca (massa para fazer tapioca ou massa puba, serve)
  • Sal
  • Pimenta cumari, ou qualquer outra pimenta fresca, de cheiro.

Antes de nada, se colocam os camarões durante horas, de molho para tirar o sal; eu troquei a água algumas vezes e enxaguei muito bem, porque deixei por pouco tempo. Por último “sequei” eles numa frigideira sem nada até tomarem uma corzinha mais alaranjada.

Depois se coloca o tucupí num panelão a fogo médio. Na mão, se vai cortando para dentro do caldo, as cebolas, o alho e a chicória, em pedaços médios a graúdos. Quando ferver se acrescentam as folhas de alfabaca e uns pedacinhos de pimenta esmagada, sal a gosto. Deixar ferver bastante até a cebola ficar transparente e molinha.

Enquanto isso, limpar o Jambú, (Se trata de uma planta de folha parecida com o agrião, a seleção das folhas é parecida também, e se deixam as flores e os talos. Se descartam apenas os talos mais duros e as folhas murchas ou muito amareladas) colocar água para ferver em outra panela e quando levantar fervor jogar as folhas para escaldar, deixar até mudar de cor e ficar com uma consistência mastigável. Se cozinha em troços grosseiros. Pegar com uma pinça e colocar no Tucupi antes de servir ou, diretamente na cuia, quando se fizer a montagem.

Numa outra panelinha dissolver a farinha de tapioca com água fria e, quando os resto das coisas estiverem mais o menos prontas, coloca no fogo e mexer até que magicamente vai ficando uma goma transparente.


Montagem

Numa cuia (ou uma cumbuquinha para sopa, ou até mesmo uma caneca) se coloca uma concha bem cheia do Tucupí, se acrescenta o Jambú cozido (a não ser que já tenha sido misturado, claro), uma colher grande de goma (ou não, os manauaras não gostam muito de goma, preferem acrescentar logo farinha) e por último os camarões secos. Serve-se bem quente e, acreditem não suei nenhuma gota naquele forno à beira do Rio Negro. Não acrescentei pimenta, mas pode ser feito um molinho com o próprio caldo do Tucupí e mais umas pimentinhas do cheiro. Se entrega um palito, tipo espetinho, para ir “catando”as folhas e os camarões, e glup!!!

Algumas pessoas garantem que o Tacacá é o melhor remédio contra a ressaca. Eu gosto da dormência que as folhas de Jambú traz pros lábios e língua!

Αυγoλέμoνo – Sopa grega de galinha


Essa sopa é basicamente uma canja grega, fácil de fazer, com ingredientes que você possivelmente terá em casa. Porém, com os temperos helênicos, o sabor, para nós, parecerá inusitado. Vale muito a pena!

  • 600g de frango orgânico
  • 1 cebola cortada grosseiramente
  • 2 dentes de alho
  • 1 colher de azeite de oliva
  • 1 xícara de arroz
  • 2 ovos e 1 gema
  • 1 limão siciliano
  • cebolinha
  • tomilho
  • louro
  • pimenta branca em grãos


Refogue ligeiramente cebola, alho, frango, tomilho, louro e a pimenta. Junte água quente suficiente para cobrir (ou um caldo de legumes caseiro). Quando o frango cozinhar, retire e corte em pedacinhos. Reserve.
Refogue o arroz em um pouco de azeite e junte o caldo do frango. Quando o arroz estiver cozido, junte o frango picado. À parte, bata os ovos, a gema, e o suco do limão, e depois junte um pouco do caldo quente. Jogue a mistura de limão na sopa, mexendo sem parar, e cuidando para não ferver, senão pode coalhar! Junte a cebolinha e sirva imediatamente, com pão e queijo.

Grão-de-bico com ervas ou Cozido de outono


Receita totalmente “inventada”, que se eu não anotasse rapidamente, como estou fazendo, certamente se perderia nas ladeiras da memória. Eu queria usar um saco de grão-de-bico (porque estava com vontade) e tudo-o-que-tinha-na-geladeira (pois iria viajar). O resultado foi surpreendente, e pareceu até premeditado. Tão incrível que mereceu este post. Anote e reproduza, mesmo que só a ideia base. Nós garantimos!

  • 500g de grão-de-bico deixado de molho na véspera
  • 3 sobrecoxas de frango orgânicas
  • 200g de músculo bovino
  • 1 cebola
  • 1/2 pimentão
  • 1/2 lata de milho
  • 6 pimentõezinhos-pimentas “de sítio” (não sei como chama)
  • 3 dentes de alho picados
  • 1 batata grande, com casca, cortada em cubinhos
  • todos os restos de ervas “ex-frescas” (que secaram na geladeira!) que você tiver – para terem uma ideia eu usei: tomilho (bastante), hortelã (idem), estragão, alecrim, manjerona e possivelmente outras que vieram junto nesses pacotes mistos.
  • 1 pimenta biquinho em conserva
  • 1 pedaço de casca de limão siciliano

Refogue o frango em azeite de oliva com a pele até começar a dourar. Acrescente o músculo cortado em pedaços grosseiros, e deixe selar também. Vire as carnes e doure do outro lado – ah! salpiquei um pouco de açúcar mascavo nessa hora! Junte então a cebola, o pimentão, o alho e as pimentas, tudo picadinho, e refogue mais um pouco. Acrescente a batata em cubinhos ao refogado. Deite o milho com a sua água. Misture bem e junte o grão-de-bico. Cubra com água e vá juntando as ervas, separando as folhas dos talinhos e esmigalhando-as dentro da poção mágica. Não esqueça da casquinha de limão (que eu retirei antes de servir), e da pimenta biquinho. (Nessa hora confesso que ficou um pouco estranho, parecendo mesmo uma poção: um caldo borbulhante com uma capa de verdinhos variados por cima!) Deixe cozendo em fogo moderado até o grão-de-bico amaciar. Se preferir, use pressão, calculando o tempo para o grão-de-bico.
No final desse cozimento, que levou cerca de uma hora em panela comum, o frango estava desmanchando, o músculo estava muito macio, e as batatas derreteram quase totalmente, ajudando a formar um caldo grosso. O grão-de-bico ficou com uma textura excelente, al dente. A mistura exagerada de ervas pareceu bem proporcionada. E NÃO FUI SÓ EU QUE ACHEI!!
Acho que foi importante também fazer tudo bem lentamente, dando um tempo para cada ingrediente que foi acrescentado ir se incorporando, antes de pôr o próximo – cheguei a pensar em escrever cada frase numa linha, pra dar o tempo, hehe – o que resultou em cerca de duas horas de cozimento desde o frango ir pra panela. Ah! Salguei a poção com sal grosso, achei que tinha errado a mão, mas quando pronto pareceu perfeito.
Acompanhamentos? Dispensamos. Comemos de colher, achando que parecia um grande e delicioso cozido medieval!

Patê de fígado dos Prazeres


Vou escrever pelo Zé, que está aqui do lado com preguiça. Esta é uma “adaptação muito pessoal” das tradicionais receitas de patês franceses.
Você vai precisar de:

  • 600g de fígado de frango limpos, sem gorduras e sem nervuras
  • 1 peito de frango de mais ou menos 500g
  • 2 cebolas grandes
  • 6 dentes de alho grandes
  • 1 xícara de salsinha picada
  • 1 xícara de cebolinha picada
  • 1 colher de café de cravo moído
  • 1 colher de café de noz-moscada
  • 1 colher de café de canela em pó
  • 1/2 colher de café de gengibre em pó
  • 1/2 tablete de manteiga (100g)
  • 1/2 xícara de azeite
  • 1 colher de sobremesa de açúcar
  • 1 dose de conhaque ou o alcoólico seco de sua preferência (whisky, brandy, pinga)
  • sal à gosto
  • 3 ovos
  • 1 copo de leite ou creme de leite
  • 1 xícara de farinha de rosca

Pique tudo grosseiramente, misture e passe tudo no processador, bem processado. Deixei uma pasta bem lisa. Escolha a fôrma de sua preferência, unte generosamente com azeite e deite o patê. Leve ao forno pré-aquecido em banho maria, por 50 minutos, com a água já quente, pra facilitar. Para verificar se já está pronto, faça como com um pudim: espete um palito e veja se sai seco.
O Zé, como gosta de cozinhar e distribuir para os amigos, fez em forminhas pequenas, como vocês podem ver na foto. Rendeu 25 forminhas! Um patê sem igual, que agora você pode fazer na sua casa! 😀

Sopa de Pimentões da Gaëtane


Essa sopinha é tudo de bom! Usa pimentões vermelhos e amarelos,
fica com uma cor linda, e é rica em vitamina C. Perfeita para uma noite fria com os amigos, como prato principal ou entrada.
Nós calculamos em média 1 pimentão e meio por pessoa, dos grandes. E, para a matiz que gostamos, usamos 2 amarelos para cada vermelho (ou será o contrário?!). Então, vou dar as quantidades para 4 pessoas:

  • 4 pimentões amarelos grandes
  • 2 pimentões vermelhos grandes
  • 1 pote (200g) de queijo cremoso. Nós usamos este:


Limpe os pimentões, tirando o talo verde e as partes brancas de dentro, bem como as sementes. Coloque as polpas coloridas em uma panela, cubra com água e leve ao fogo. Cozinhe até ficarem macias ao espetar um garfo.
Coloque no liquidificador os pimentões, a água (Vá colocando aos poucos, pois não precisa ser toda. Isso vai variar a cremosidade, portanto, depende do gosto de cada um. ) e o queijo cremoso. Bata até ficar homeogêneo, e retorne à panela para aquecer novamente ( o queijo está frio, lembra?) e acertar o tempero, com sal (nós nem usamos) e pimenta-do-reino.
Se você tiver um raminho de salsinha para enfeitar, vai ficar uma pintura! Nós servimos com pão ou torradas.
Bom apetite!

Você sabia?O pimentão é rico em vitaminas e sais minerais, especialmente ácido fólico, potássio, e vitaminas A, E e C. Algumas pessoas acham o fruto indigesto, mas isso é relatado principalmente em relação ao pimentão verde, e pode ser evitado utilizando-o sem a pele. Prefira sempre os orgânicos, que não acumulam agrotóxicos.

Sopa de cebola

Este é um típico prato de bistrô parisense. Em qualquer lugar onde você para, no meio da noite agitada da métropole, pode ter certeza que terá como comer uma sopa de cebola bem perto. É bem fácil de fazer em casa também.

Retire a pele de 8 a 10 cebolas comuns (aquelas que tem a pele marrom, não as brancas nem as roxas), e pique eles bem fino. Em uma panela, aquece duas colheres de sopa de manteiga, acrescente uma pitada de sal, e frite a cebola até ficar bem dourada. Ascende o forno em 250°C. Passe a cebola rapidamente no liquidificador (não faz mal se sobra bastante pedaços ainda), e acrescente um meio-litro de água. Recoloque no fogo por 10 minutos.

Retire do fogo, e despeje a sopa em cumbucas individuais. Cobre a sopa com fatias de pão, de preferência amanhecido. Em cima do pão, cobre com queijo mussarela ralado grosso, ou em fatias se você não tem ralador. Coloque no forno por aproximadamente 25 minutos, ou até que o queijo tenha dourado.

Bolinhos de sardinha

Esta receita marroquina é fácil de fazer e fica deliciosa. São bolinhos feitos com sardinhas frescas e muito tempero, que cozinham num molho de tomates. Acompanhe com arroz ou, melhor, cuscuz marroquino. As quantidades abaixo são para 4 pessoas.

Os bolinhos

Corte a cabeça, o rabo, e limpe bem 500 a 600g de sardinhas frescas. As vezes você encontra elas já abertas e sem cabeça, facilita. Coloque numa saladeira. Adicione 2 colheres de sopa de alho triturado, 1 colher de sopa de paprika doce, 1 colher de sopa de cominho, uma colher de chá de pimenta preta, uma boa pitada de sal, e o suco de um meio limão. Triture com um pilão até formar uma massa. Forme bolinhos pegando um punhado da mistura e pressionando com a mão. Aquece um fundo de óleo em uma panela, e frite rapidamente os bolinhos, 3 ou 4 minutos de cada lado, apenas para eles não se desmanchar depois. Reserve.

O molho

Bate 5 ou 6 tomates cortados em cubos, uma cebola descascada e cortada grossa, e uma colher de sopa de salsa picada (ou mais se preferir) no liquidificador. Coloque a mistura numa panela, com uma xicara de água e uma pitada de sal. Deixe ferver com panela tampada por 15 minutos, coloque mais um pouco de água se ficou pouco molho, e coloque no molho os bolinhos. Não mexe mais, para evitar que eles quebrem. Apenas vire eles uma vez no meio do cozimento para que eles cozinhem por igual. Cozinhe por 5 a 10 minutos com a panela semi tampada.

Pita gyros

A pita é um tipo de sanduiche grego, recheado com carne, repolho marinado, queijo feta e molho de alho.

A pita é um grande ícone da culinária grega e de todos os países que bordam a Grécia. Por isso, tem inúmeras declinações. A que nos faremos aqui é uma versão bem básica, feita tanto na Grécia como na Turquia. Mas essa pita também se espalhou através a Europa inteira, e é hoje uma das comidas de rua mais fáceis de encontrar em todo lugar da Europa. Em Bruxelas, existe até uma “rua da Pita” (oficialmente rue du Marché aux Fromages) onde todas as casas são restaurantes de pita.

Você vai precisar preparar 4 recheios. As quantidades são para 4 pessoas:

O repolho marinado

Coloque numa saladeira uma colher de chá de sal, uma ou duas colheres de sopa de açucar, uma meia xicara de vinagre branco e uma colher de sopa de orégano. Misture bem até que o açucar e o sal estejam totalmente diluidos. Em seguida, corte um meio repolho em lâminas bem fininhas, corte duas ou três vezes no sentido perpendicular, para que as tirinhas não fiquem muito compridas. Coloque o repolho na saladeira, e misture bem. Reserve, e misture novamente de vez em quando para que todo o repolho fique bem impregnado com a marinada.

O queijo feta

Simplesmente corte 200 a 300g de queijo feta (queijo de cabra grego) em cubinhos, ou, se não encontrar ou se fica muito caro, de um outro queijo de cabra, ou, mais barato ainda, de um bom queijo de minas.

O tsaziki (molho de alho)

Isto é um molho muito típico da Grécia, que pode usar com muitos outros pratos, ou até comer com pão. Retire com um descascador a pele de um pepino japonês, e corte ele em pedaçinhos bem pequenos. Retire a pele de umas 10 a 15 dentes de alho (ou mais, se você tem bastante corajem) e corte também bem fininho. Coloque os dois numa cumbuca e esmague com um pilão, até quase ficar uma massa. Acrescente um pote de iogurte integral (+/- 200g, não adoçado, claro), uma pitada de sal se acha necessário e uma pitada de orégano. Misture bem, e reserve.

A carne

Corte 600g de carne bovina (coxão mole, alcatra, o que tiver disponível) em tirinhas, como para um estrogonofe. Tempere com sal, tempero para gyros se você tiver, ou algum outro tempero para carne (tempero para churrasco, tempero mexicano, etc…). O tempero típico de gyros é uma mistura de paprika, pimenta do reino, coentro em grãos, cominho, canela, cravos, salsa, orégano e noz moscata. Misture bem, e frite em uma frigideira com um fio de azeite de oliva.

Quando todos os recheios estão prontos, dispõe na mesa com pão para pita. O pão de pita é um tipo de pão sírio bem fino, mas nem todos os pãos sírios servem para fazer pita, porque não são sempre resistentes o suficientes para ser abertos. Você provávelmente devera experimentar várias marcas até achar uma boa. Conte 3 ou 4 pães por pessoa se são pequenos. Se você tem uma torradeira, pode torrar levemente os pãos antes de servir (eles devem ficar moles ainda, para poder ser abertos)

Cada convidado pega um pão, corte um pedaço dele, abre o pedaço maior (é oco), e abre ele como se fosse um saquinho. Em seguida, recheia com um pouco de cada recheio, ao gosto de cada um.

Se você quiser, pode acrescentar muitos outros recheios como milho, cubinhos de tomate, molho rosé (iogurte + catchup), cubinhos de abacaxi, ou qualquer outra idéia que surja da sua imaginação. Mas não fique sem experimentar uma vez esta versão autêntica!