geleia de abacaxi

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Cada vez mais, acho que o segredo de uma geleia boa é no que você coloca além do açúcar e da polpa da fruta. Sempre precisa de uma casca, um caroço, um zesto, etc… para dar mais gosto. Esta rende mais ou menos 500g de geleia e é feita com:

  • 1/2 abacaxi com a casca
  • 1 copo (200g) de açúcar branco

Normalmente é melhor usar açúcar demerara para fazer geleia, mas como o sabor do abacaxi é bem delicado, resolvi usar um açúcar mais “fraco”. Comece por retirar a casca do abacaxi, coloque as cascas em uma panela, cubra com água e deixe ferver. Passe a polpa do abacaxi no liquidificador, e coloque em outra panela com o açúcar. Deixe cozinhar com a panela tampada, mexendo com frequência.

Quando o “chá de cascas” ferveu por alguns minutos, abaixo o fogo e deixe reduzir. Quando sumiu mais ou menos a metade da água, retire do fogo.

A geleia deve cozinhar por mais ou menos uma hora, uma hora e meia. Se secar muito, acrescente um pouco do chá de cascas. No final, a geleia deve ter reduzido muito, e ficado bem pastosa. Acrescente mais chá, e misture bem até ficar da consistência que desejar. Coloque na geladeira por algumas horas antes de comer.

Pão de chocolate

paodechocolate1Um pão bem fácil, mas que requere dois ingredientes não muito fáceis de encontrar: gotas de chocolate (se encontra na central do sabor, ou, mais caro, na casa Santa Luzia), e flocos de trigo (na zona cerealista). Para um pão de 600g:

  • paodechocolate21 ovo
  • 200ml de leite (completar um copo com o ovo no fundo)
  • 1 1/2 colher de sopa de óleo de girassol
  • 400g de farinha de trigo (2 copos e meio)
  • 80g de flocos de trigo (1/2 copo)
  • 150g de gotas de chocolate (3/4 copo)
  • 1 colher de chá de sal
  • 1 colher de chá de açúcar
  • 2 colheres de sopa (1 sachê) de fermento para pão

Se faz com uma máquina de pão, use o programa mais rápido que tiver (o pão fica mais compacto, vai bem com este pão), e coloque todos os ingredientes de uma vez. Se prefere um programa mais lento (o pão cresce mais, mas fica mais seco), coloque o chocolate somente na metade do ciclo (a máquina avisa).

Se fizer a mão, misture todos os ingredientes exceto o chocolate, sove bem por alguns minutos, e deixe descansar meia-hora em um lugar quente. Acrescente o chocolate, sove novamente mas não demais para não derreter as gotas de chocolate, forme uma bola, coloque numa forma de assar metálica (ou nua forma de pizza), e deixe descasar por mais meia-hora, uma hora. Asse em forno quente (250⁰C) por 45 minutos.

Geléia de mexerica – BERGAMOTA!

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É a temporada das mexericas bergamotas!, e o momento perfeito para esta geleia bem simples e barata, o segredo é por bastante zesto. O gosto de mexerica fica incrível. As quantidades abaixo dão mais ou menos 500g de geleia, multiplique conforme quiser.

  • 5 mexericas
  • 200g (um copo) de açúcar

Comece por raspar a casca das mexericas com um ralador, usando a grelha mais fina. Com as 5 mexericas, você vai recolher mais ou menso 2 colheres de sopa de zesto. Descarte o resto da casca, e retire todas as sementes das mexericas (importante, senão dá um gosto amargo). Passe os pedaços de mexerica rapidamente no liquidificador, apenas 1 ou 2 segundos, queremos apenas triturar um pouco, não fazer suco.

Coloque a mexerica, o zesto e o açúcar em uma panela, e cozinhe em fogo baixo por uma hora, mexendo com frequência, ou, se você tiver uma máquina de pão, ela provavelmente tem um programa “geleia” que faz a mesma coisa.

Calda belga de frutas

Depois de anos e anos indo para a Bélgica e mesmo tendo morado por lá um tempo eu descobri que desconhecia essa maravilha maravilhosa. Só na última viagem eu fui conhecer essa calda, que na verdade é o recheio do Gaufre aux fruits, mas pode ser usada para várias outras coisas.

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No meu caso eu gosto de usar para comer com iogurte caseiro, ou para cobrir tortas ou cremes. Também serve como recheio de strudel. A calda belga original é de cerejas, mas é possível de fazer com qualquer fruta. As que combinam melhor são as mais azedinhas: morangos, damascos, ameixas. Mas já vi também de maçãs, peras e abacaxi. No caso eu usei morangos, porque estava fácil e barato para achar e uma caixinha de 250g dá perfeitamente as duas xícaras. É fácil de fazer a calda, mas precisa ter alguns cuidados.

Para umas 300g (que eu uso em 6 iogurtes ou uma torta média), você precisa de:

  • 2 xícaras de frutas picadas em tamanho para comer sem precisar cortar
  • 1/2 xícara de açúcar
  • 1/4 de xícara de água
  • 1 colher de sopa de suco de limão
  • 2 e 1/2 colheres de chá de fécula de batata ou maisena (a minha irmã jura que tem fécula de batata para vender por aí, mas eu nunca vi… usei maisena mesmo)
  • 1 colher de sopa de água

Então… coloque as frutas picadas, o açúcar, o suco de limão e 1/4 de xícara de água numa panela e deixe ferver. O limão é importante para não escurecer e ficar com cara de geleia. Baixe o fogo e deixe as frutas cozinharem até ficarem macias, mas sem desmanchar, mexendo às vezes. Quando estiverem macias retire as frutas da calda e reserve. Misture a maisena (ou fécula) com a água para não embolotar e acrescente na calda que ficou na panela, mexendo sempre até engrossar. Quando estiver espessa, coloque as frutas novamente e mexa um pouco. Deixe esfriar e sirva como preferir. 🙂

Nutella de bolacha

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Você conhece o salame de chocolate? Não? Temos que colocar a receita aqui um dia desses. Enfim, isto é basicamente uma versão para passar no pão desse famoso salame. Se faz em 5 minutos. Você precisará de:

  • 150g de chocolate meio-amargo
  • 150g de creme de leite ou de nata
  • 50g de bolachas da sua preferência (bolachas Maria, bolachas de maisena, ou se mora na França, petit beurre LU!)
  • 30g de açúcar de confeiteiro

Comece por bater as bolachas no liquidificador até formar uma farinha. Derrete o chocolate no banho-maria, e acrescente todos os demais ingredientes. Misture bem, e coloque na geladeira por algumas horas antes de comer.

Chocolate quente belga

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Vale a pena conhecer esta receita: a maneira belga de fazer chocolate quente. Extremamente fácil, só precisa ter um chocolate mais ou menos bom (o Nestlé serve, até resolverem vender Côte d’Or no Brasil). O resultado fica algo grosso, não tanto quanto um desses chocolates italianos que ficam quase como um creme, mas com muito gosto de chocolate… O seguinte vale para uma boa caneca:

  • 1 caneca de leite integral
  • duas barras de chocolate meio-amargo (+/- 50g)
  • 1 1/2 colheres de sopa de açúcar

Esquente o leite em uma panela, acrescente o açúcar, corte o chocolate em pedaços, acrescente, e mexe (sem deixar ferver) até tudo ficar derretido. Perfeito para as tardes frias e chuvosas com cara belga, e acompanhamento perfeito para um bom craquelin

Vaution

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Provavelmente, certamente, você nunca ouviu falar do vaution (pronuncia-se mais ou menos como “vôssião”). Teria que ter morado em Liège. Acho que só passear por lá de férias não basta. Algum indígeno teria que introduzir você, e ainda assim teria que ser bem amigo já (os Liégeois não compartilham seus segredos com qualquer um assim tão facilmente) . Se trata de um doce, algo entre uma bolacha gigante, um pão e uma torta de açúcar, e tem um gosto e uma textura muito peculiares. É um doce bem tradicional e bem antigo, na verdade originário da cidade de Verviers, mas que virou conhecido pelos não-Verviétois em Liège.

O preparo não é muito complexo, mas é um pouco trabalhoso. Na verdade a receita abaixo é uma transcrição quase idêntica desta (com a metade das quantidades), feita por um pâtissier famoso. Recomendo assistir o vídeo se você pretende fazer, e esse site contém também outros doces belgas bem interessantes,  pretendo ilustrar aqui um dia ou outro. O vaution se come de preferencia morno (meia-hora após sair do forno), faça ele por exemplo para comer no final da tarde com um chá ou um café, e você fará um verdadeiro goûter belga.

  • 250g de farinha
  • 20g (2 cubos) de fermento de pão fresco
  • 100ml de leite
  • 280g de açúcar (30g para a massa + 250g para o recheio)
  • 1 colher de chá de sal
  • 200g de manteiga (70g para a massa + 130g para o recheio)
  • 1 ovo para a massa + 1 clara para fechar  as bordas + 1 gema para pincelar
  • 2 colheres de sopa de canela em pó
  • açúcar de confeiteiro para polvilhar

Faça a massa: Dissolva o fermento no leite, e misture com a farinha, os 30g de açúcar, o sal, os 70g de manteiga e o ovo. Sove bem durante vários minutos, para ter uma massa muito homógena. Se fica muito mola, acrescente um pouco de farinha até conseguir formar uma bola. Deixe repousar por uma hora numa vasilha coberta com um pano em um lugar quente. A massa vai dobrar de volume. Misture os 250g de açúcar com a canela. Corte os 130g de manteiga em pedacinhos, e divide eles em 3 porções iguais.

Amasse um pouco e divide a massa em 4 bolas, duas um pouco maiores e duas um pouco menores. Unte uma forma de pizza com manteiga, e abre uma das bolas maiores com um rolo, sobre uma superfície coberta com farinha, até obter mais ou menos o diâmetro da forma de pizza. Não faz mas se passa um pouco, porque as bordas serão dobradas depois. Coloque a massa na forma. Tome cuidado porque a massa é muito frágil, e quebre facilmente se você for pegá-la pelas pontas. Quando for levantar a massa para transferir ela para a forma de pizza, suporte ela com a mão sob o centro da massa.

Reparte uma das porções de pedacinhos de manteiga na massa, deixando 2 ou 3 cm livres na borda. Polvilhe um terço do açúcar com canela por cimo, também deixando a borda livre. Repita a operação duas vezes, com as bolas menores. Por fim, abra e coloque a bola maior, de maneira a ter as duas folhas menores presas entre as duas maiores. Passe um pouco de clara de ovo em toda a borda.

Feche as bordas do vaution assim: Segure um pedacinho da massa de baixo com 2 dedos, estique, e dobre por cima da massa de cima. Vire esse pedacinho que você está segurando de cabeça para baixo. Faça assim ao lado, até fechar toda a borda. Deixe o vaution descansar por meia-hora.

Esquente o forno a 200°C. Faça vários furos com uma faca, para evitar que vapor se acumule durante o cozimento, o que criaria bolhas. O vaution deve ficar bem apertado, como uma bolacha. Pincele com a gema de ovo, e polvilhe com açúcar de confeiteiro. Asse por 30 a 40 minutos, ou até que fique bem dourado. Deixe esfriar por meia-hora, e será o melhor momento para degustar…

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Patê de fígado com cachaça e rúcula

O preparo deste patê é um pouco longo, apesar de fácil, mas você pode preparar uma quantidade maior e usar o resto dos fígados em outros pratos (salada, etc…). Na verdade é assim que nasceu a receita…

  • 800g de fígado de frango
  • 2 cebolas
  • 5 dentes de alho
  • 2 colheres de sopa de açúcar mascavo
  • 1/2 xícara de cachaça
  • 1/2 xícara de shoyu
  • 1 pequeno maço de rúcula
  • 1 colher de sopa de manteiga
  • 2 colheres de sopa de cream cheese
  • 2 colheres de sopa de ricota picada
  • 1 colher de chá de sal

Unte um prato para assar com a manteiga, e dispõe nele as cebolas cortadas em 4, os dentes de alho, os fígados, salpique o açúcar mascavo e o sal por cima, e regue com o shoyu e a cachaça. Asse em forno quente (250°C) por 25 minutos, vire os fígados, continue assando por outros 25 minutos. Retire do forno, acrescente o cream cheese, a ricota e a rúcula, pimenta preta moída, e passe tudo no mixer ou no liquidificador. Guarde algumas horas na geladeira antes de comer, para que fique mais firme.

Brioche

Uma receita bem simples para máquina de pão,  mas que funciona perfeitamente com o bom e velho método manual também. Este brioche não fica aerado e leve como um brioche comercial, mas fica algo no meio do caminho entre um pão e um bolo, o que para mim é o verdadeiro sentido do brioche. Basta colocar os ingredientes seguintes:

  • 2 ovos inteiros em um copo, completar o copo com leite
  • 3 colheres de sopa de açúcar
  • 4 colheres de sopa de manteiga
  • 3 copos de farinha
  • 1 colher de chá de sal
  • 1 colher de sopa de óleo
  • 1 colher de sopa de fermento

Se for na máquina de pão, coloque tudo isso nela, e use o programa “pão doce”. Se for fazer a mão, misture todos os ingredientes, sove bem por 10 minutos, e deixe crescer durante 2 horas em um lugar quente, numa vasilha coberta com um pano.  Asse em forno bem quente por 40 minutos.

Geleia de limão e manjericão

 

Uma geleia bem simples, não muito doce, mas com um leve toque de manjericão…

  • 4 limões
  • 3 copos de açúcar
  • 8 a 10 folhinhas de manjericão

Descasque os limões com uma faca, retirando a maior quantidade possível da arte branca que fica entre o suco e a casca. Bata no liquidificador com o manjericão. Deve render mais ou menos um copo e meio, a proporção é 1 de suco de limão para 2 de açúcar para dar uma geleia docinha mas não muito (o ponto perfeito para mim), coloque mais açúcar para uma geleia mais convencional. Cozinhe o suco com o açúcar por uma hora e meia, mexendo de vez em quando, ou com uma máquina de pão no programa “geleia”.

Geleia de manga e cachaça

Inventei esta geleia outro dia, é super fácil de fazer, fica deliciosa e tem o toque especial da cachaça. Além disso, tem a metade de açúcar das geleias comuns…

  • 1 copo de açúcar demerara
  • 3 copos de manga cortada em pedaços (são duas mangas grandes)
  • 3 colheres de sopa de cachaça amarela

Escolhe umas mangas não muito maduras (as geleias ficam melhores com frutos um pouco firmes ainda), retire a pele e corte em pedaços bem pequenos. Coloque todos os ingredientes em um panela e cozinhe em fogo baixo por 1 hora e meia, mexendo frequentemente. Ou, se você tiver uma máquina de pão, coloque simplesmente todos os ingredientes nela,  e rode o programa “geleia”.

Panettone

Esse panettone é bem fácil de fazer. Faço com uma máquina de pão, mas o  método é o mesmo se for fazer a mão. Tome cuidado de não fazê-lo muito grande (a receita abaixo é para um panettone de 600g), porque ele cresce muito mais que um pão normal, na minha máquina ele chega quase até a tampa.

  • 3 ovos
  • 1 colher de chá de essência de baunilha
  • 1 colher de chá de essência de panetone
  • 3 colheres de sopa de manteiga
  • 3 colheres de sopa de óleo
  • 3 copos de farinha de trigo
  • 2 colheres de chá de sal
  • 4 colheres de sopa de açúcar
  • 2 colheres de sopa de leite em pó
  • 1 saquinho de fermento seco biológico
  • ½ copo de frutas cristalizadas  
  • ½ copo de uvas passas 

Também é possível acrescentar um ingrediente chamado “preparo para panettone”, uma massa composta de vários adjuvantes e melhoradores, disponível na Central do Sabor (acrescentar 2 a 3 colheres de sopa), mas não achei que fazia diferença muito significativa…

Coloque os 3 ovos no copo da máquina e complete com água, e adicione os demais ingredientes, exceto as frutas cristalizadas e as uvas passas na máquina, e escolhe o programa “pão doce” (ou o que tiver de similar). Esses programas geralmente misturam e sovam a massa, depois deixam ela descansar por uns 30 minutos, depois apitam para avisa-lo que é o momento de acrescentar recheios eventuais, e continuam sovando. Quando apitar (ou, se a sua não apita, mais ou menos 30 minutos após o início do programa), acrescente as frutas cristalizadas e as uvas passas. Depois disso, é só esperar o fim do programa.

Se for fazer a mão, siga o mesmo procedimento: Misture todos os ingredientes exceto as uvas passas e as frutas cristalizadas, sove, deixe crescer em uma vasilha coberta durante 30 minutos, acrescente as uvas passas e as frutas cristalizadas, sove novamente, deixe crescer por mais uma hora já na forma de assar, aqueça o forno na temperatura máxima durante 15 minutos, baixe a temperatura para 250°C e asse o panettone durante mais ou menos 40 minutos.

Torta de frangipane

A torta de frangipane é um grande clássico do início do mês de janeiro, pois é o tradicional bolo dos reis na Bélgica. Um feijão é inserido nele na hora de cozinhar, e reza a lenda que quem acha o feijão na sua porção de torta terá seus desejos realizados. A frangipane é o recheio da torta, uma mistura de massa de amêndoas e creme custard. A receita abaixo é uma adaptação desta, e é bem fácil de fazer. Para uma torta de +/- 20cm (4 a 6 pessoas):
  • 1 rolo de massa folhada pronta
  • 2 colheres de sopa de geleia de pêssego ou damasco (facultativo)
  • 1 gema para pincelar
para massa de amêndoas:
  • 100g de farinha de amêndoas
  • 100g de açúcar
  • 50g de manteiga amolecida
  • 1 ovo
  • 1/2 colher de chá de essência de amêndoas
para o custard:
  • 125 ml de leite
  • 20g de açúcar
  • 1 gema de ovo
  • 15g de farinha
  • 1/2 colher de chá de essência de baunilha
Você também precisará de uma forma de torta pequena e com bordas suficientemente altas para poder conter o recheio (3 ou 4 cm)
Comece pelo custard: Ferva o leite. Em outro recipiente, bate um pouco a gema com o açúcar, acrescente a farinha, continue batendo até formar um creme bem homógeno. Adicione o leite aos poucos, sem para de mexer, e recoloque no fogo.  Deixe engrossar por +/- 3 minutos, acrescente a essência de baunilha, misture, reserve.
Faça a massa de amêndoa, simplesmente misturando bem todos os ingredientes. Quando ficar bem homógeno, acrescente 100g de custard. Misture, reserve.
Abre a massa. Se já vier em rolo, não precisa fazer nada. Se for um pacote, você precisará dobrar conforme as instruções no pacote e abrir-lo com um rolo, até formar um retângulo onde cabem 2 vezes a sua forma. Unte a forma com manteiga, e instale a massa nele, deixando uma metade para fora, para poder fechar depois, como se fosse uma tampa. Espalhe a geleia no fundo da massa, e despeje a frangipane por cima até encher a torta. Passe um pouco de clara de ovo nas bordas, feche a tampa, acomodando as sobras de massa ao redor da borda. Pincele com gema, e asse por 25 a 30 minutos a 250°C, ou até que esteja bem dourada.
Deixe bem esfriar na geladeira antes de servir, essa torta fica melhor fria.

Cougnous

O cougnou é um pãozinho doce da Bélgica, com uma forma que lembra (de muito longe, concordo) o menino Jesus, que se faz somente no período de Natal. Nesse momento, se encontra em qualquer padaria do país. É similar ao craquelin. Tem muitas variações na receita, certas vezes se faz sem açúcar, outras sem uvas passas, etc… Na versão que fizemos aqui, obviamente, vão os dois.
Preparei a massa na máquina de pão, mas não tem diferença nenhuma em fazer tudo a mão.
  • 500g de farinha de trigo
  • 20g de fermento biológico para pão (ou um saquinho de fermento biológico seco)
  • 110g de açúcar
  • 1 colher de chá de sal
  • 2 ovos + 1 ovo para a “pintura”
  • 200ml de leite
  • 75g de manteiga
  • 75g de uvas passas
  • 75g de açúcar em pedras (se encontra no empório Mei Sin na Liberdade)
  • 2 colheres de sopa de açúcar de confeiteiro
Aquece o leite até 36°C, e dissolva o fermento nele. Coloque esse preparo e todos os outros ingredientes menos as uvas passas e o açúcar em pedras (que poderia riscar a forma da máquina) na máquina de pão, e selecione o ciclo “massa”, que vai durar entre 1 hora e 1 hora e meia.
Se você for fazer a massa a mão, basta sovar os mesmos ingredientes por 10 a 15 minutos, até obter uma bola bem homógena, lisa, bem elástica e um pouco brilhante. Coloque ela em uma vasilha coberta com um pano e deixe crescer em um lugar quente por uma hora.
Saia a massa da máquina de pão. As próximas etapas serão feitas na mão, para o açúcar não riscar a forma. Acrescente as uvas passas e o açúcar em pedras. Se as pedras estão muito grandes, coloque elas em um pano e bate um pouco nelas com um martelo. Sove tudo junto por alguns minutos até tudo ficar bem homógeno.
Unte uma forma com manteiga, e forme os cougnous: Divide a massa em 4 bolas. Cada bola vai virar um cougnou. Divide cada bola em 2. Com uma dessas 2 bolas forme o “corpo”, divide a outra em 2, e faça 2 bolas para a “cabeça” e os “pés”. Pressione um pouco as bolas para aderir uma à outra. Deixe bastante espaço entre cada cougnou, pois vão aumentar muito de tamanho.
Coloque 2 colheres de sopa de açúcar de confeiteiro em 2 ou 3 de leite, misture e pincele os cougnous com essa mistura. Deixe eles crescer em um lugar quente por mais uma hora.
Aqueça o forno em 250°C por 15 minutos. Asse os cougnous por 20 minutos. Abre o forno, e pincele eles com uma gema de ovo. Asse por mais 15 minutos ou até que esteja bem dourados. Deixe esfriar um pouco antes de comer. Joyeux noël, gelukkige kerstdag!

Cachorro quente gaúcho

Alguém um dia deveria fazer uma grande comparação dos hot dogs do mundo inteiro. Cada lugar tem o seu, diferente do lugar ao lado. O meu favorito mundial é sem dúvida o gaúcho. É parecido com os outros cachorros quentes do Brasil, mas tem milho, ervilha, e é prensado. E, como a maioria dos outros lanches gaúchos, tem o dobro do tamanho dos outros estados…
  • Pão para cachorro quente
  • Salsichas (conte 3 ou 4 por pessoa)
  • 2 cebolas
  • 4 ou 5 tomates
  • 1 late de milho e ervilha
  • Queijo parmesão ralado
  • Batata palha
  • Catchup
  • Maionese
  • Mostarda
  • Molho de pimenta
O preparo é realmente simples, fatie as cebolas, frite em um pouco de azeite de oliva até que fiquem douradas, acrescente os tomates cortados em cubinhos, uma pitada de sal, deixe cozinhar até virar um molho. Acrescente as salsichas, um pouco de água se tiver pouco molho, deixe cozinhar por mais 5 a 10 minutos.
Monte os cachorros quentes com todos os ingredientes, e coloque eles numa frigideira sem óleo por alguns minutos de cada lado, prensando eles com um ferro de prensar carne ou simplesmente com uma espátula.

Craquelin

O craquelin é um pão com açúcar muito típico da Bélgica. Você encontra ele em qualquer padaria do país, e se come tipicamente no goûter (refeição da tarde)  ou no café da manhã. A receita indicada aqui é para máquina de pão, mas vou indicar também como fazer de forma tradicional.
Todos os ingredientes são bem comuns, exceto um: o açúcar em “pedrinhas”, isto é, cristais muito grandes de açúcar. Se usa em confeitaria e encontrei também em algumas lojas da liberdade como o empório Mei Sin (em certos países asiáticos açúcar em pedrinhas se come como uma bala).
  • 100g de açúcar em pedras
  • 400g de farinha de trigo
  • 1 ovo
  • 200ml de leite
  • 50g de manteiga
  • 1 colher de chá de sal
  • 4 colheres de sopa de açúcar cristal comum
  • 1 cubo ou um envelope de fermento biológico
Se for usar fermento fresco, esquente o leite em uma panela até a temperatura do corpo (36°C, não sabe a qual temperatura isso corresponde? Coloque um dedo na sua boca. Agora você sabe) e desmanche o cubo de fermento dentro.
Se as suas pedras de açúcar são muito grandes, envolve elas em um pano e quebre com um martel. As pedrinhas devem ficar um pouco maior que feijões.
Se for usar a máquina de pão:
Coloque os ingredientes na máquina, exceto as pedras de açúcar, que nunca devem ser colocadas na máquina girando, senão riscaria toda a forma. Coloque a máquina no programa “massa” (que só sova a massa, mas não assa), e deixe sovar. Caso a sua máquina tenha um programa “massa” que faça o crescimento da massa também, desligue assim que começa a fase de crescimento.
Retire a massa da máquina, e incorpore as pedras de açúcar, misture, mas não demais, é bom que as pedras fiquem bastante no exterior da massa, assim vai derreter e caramelizar durante o cozimento. Retire o batedor da máquina, para não mexer na massa, e recoloque a massa na máquina.
Religue a máquina no programa “pão rápido” (que dura mais ou menos 1 hora). Como retiramos o batedor, a massa não será mexida, o que vai evitar riscar as paredes da forma, e nos dar mais 15 minutos de crescimento.
Se for fazer a mão:
Basicamente o método é igual, só precisará sovar manualmente. Sove durante uns 10 minutos, incorpore as pedras de açúcar, deixe crescer já na forma durante 2 horas (a máquina esquenta durante o crescimento, o que permite reduzir o tempo) e asse por 35 minutos em forno quente (250°C)
Importante, deixe esfriar uma meia-hora antes de comer, contrariamente à maioria dos pães, este fica melhor depois de esfriar um pouco.
Coma craquelin por um domingo chuvoso, pelas 17h, acompanhado de um chocolate quente, e você será instantaneamente transportado na Bélgica…

Zonzo

El zonzo es un exquisito manjar típico de la provincia de Santa Cruz”, é o que lhe dirá Google quando perguntado sobre este prato. Se trata de um bolo feito com mandioca e queijo branco, tradicionalmente enrolado num pedaço de madeira e assado na brasa mas que faremos de modo mais simples. Até há pouco dava para degustar um zonzo delicioso na feira da praça Kantuta, mas recentemente pararam de fazer porque ninguém pedia… A saída foi óbvia:
  • 2 ou 3 mandiocas cozidas amassadas
  • 1 queijo de minas pequeno e bem mole esmigalhado
  • 5 colheres de sopa de manteiga
  • 2 ovos
A receita não tem segredo nenhum, misture todos os ingredientes, adicione sal a gosto, coloque em uma assadeira e asse por 30 a 40 minutos em forno quente (>250°C).

Croissants express

A grande dificuldade de fazer croissants em casa é fazer a massa folhada (será para um próximo post). Se usamos massa folhada comprada pronta, a fabricação de verdadeiros croissants de Paris vira uma brincadeira. Na França croissants se comem exclusivamente no café da manhã (“Un café-crème et un croissant!” é o que você deve pedir de manhã num café parisense) e nunca são recheados (seria considerado um pecado gravissimo, apagaria todo o gosto de manteiga). O máximo tolerado por um Francês digno desse nome é passar um pouco de manteiga ou de geleia neles.
  • Um pacote de massa folhada
  • Uma gema de ovo
  • Um pouco de farinha e manteiga
Abra a massa folhada, dobre ela uma ou duas vezes sobre si mesmo (o importante na massa folhada é formar camadas) e abra ela com um rolo sobre uma superfície enfarinhada. Não faça ela muito fina, deixe uns bons 3 ou 4mm de espessura. Corte linhas na massa com uma faca, para formar rectângulos de mais ou menos 12x20cm. Corte uma diagonal em cada um desses rectângulos.
Enrole cada triângulo sobre ele mesmo, começando pela base de 12cm, mantendo a ponta mais ou menos no meio. Curve ele para formar um crescente, e coloque numa assadeira untada com manteiga.
Pincele cada croissant com um pouco de gema, e asse em forno bem quente (>250°C) por 20 minutos ou até que a gema esteja bem dourada.
Bon appétit!

Quesadillas

Quesadillas são uma outra maravilha que mexicanos inventaram com a tortilha. Se trata simplesmente de uma tortilha recheada com queijo (dai o nome) e outros recheios (alguns típicos são salsa, feijão ou molho de carne). Faremos aqui um bem básico com salsa.
  • 6 a 8 tortilhas (veja como fazer na receita dos burritos, ou compre pronto, marca Rap10, fica bem fácil e bem legal)
  • 4 ou 5 tomates
  • 2 cebolas
  • algumas folhas de coentro, salsa ou espinafre
  • 400g de queijo prato
Primeiro faça o molho: refogue as cebolas em um pouco de azeite de oliva. Quando estão dourando, acrescente os tomates cortados em cubinhos e as folhas cortadas também. Deixe cozinhar por uns 10 minutos. Corte o queijo em pedaçinhos ou passe no ralador.
Coloque uma tortilha numa frigideira, sem colocar nenhuma gordura. Deixe torrar um pouquinho e vire. Recheie uma metade com um pouco de queijo e uma boa colher de molho. Dobre, aperte bem com uma espátula para ficar bem chato, e deixe cozinhar por 2 minutos, até o queijo derreter.
Sirva com jalapeños, molho de chipotle ou qualquer outro tipo de pimenta ou molho de pimenta.

Hamburgers caseiros

Uma alternativa fácil e rápida ao famoso xis gaúcho é este pequeno hamburger caseiro que fazemos aqui de vez em quando. É fácil de reunir os ingredientes e fazer, fica muito mais saudável que qualquer hamburger de rua, e muito, muito melhor… Para 4 hamburgers (para 4 pessoas ou 2 pessoas bem famintas):
  • pães de hamburger com gergelim (se encontram em qualquer padaria)
  • 250g de carne moída de boa qualidade (coxão mole, alcatra, etc)
  • 3 tomates
  • algumas folhas de rúcula ou agrião (ou alface comum)
  • 4 fatias de queijo (daquele industrial derretido ou qualquer outro)
  • 1 colher de sopa de azeite de oliva
  • catchup, mostarda, maionese
  • temperos gostosos para a carne (cominho, pimenta, alho, ervas, páprica, noz moscada, canela, mostarda, alcaparras, o que quiser!)
Comece por fazer os hamburgers: Misture a carne com a sua seleção de temperos favorita (minha favorita: cominho, coentro em pó, mix mexicano, páprica doce, alho, uma meio colher de chá de cada). Misture bem com as mãos, e forme 4 bolinhas (mais ou menos 80g cada hambúrguer).
Achate as bolinhas com a mão para formar hamburgers um pouco maiores que o tamanho do seu pão (eles vão reduzir no cozimento).
Frite em uma frigideira com uma colher de sopa de azeite de oliva, por alguns minutos de cada lado, até que fiquem bem dourados.
Abre os pães, coloque uma fatia de queijo em cada, e um hamburger. O queijo típico de hamburger é esse que vem dentro de plásticos individuais, mas não hesite em trocar por algo menos industrial. Feche, coloque de volta na frigideira e faça peso com uma espátula. Torre assim de cada lado por um minuto ou dois.
 Enfim, abre os hamburgers e coloque o resto dos ingredientes: tomate, folhas, catchup, maionese e mostarda. Prontinho!