شكشوكة – Shakshouka

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Este prato na verdade é algo que fazemos desde muito tempo numa outra forma, apenas recentemente, procurando o que fazer com o monte de grão de bico que tínhamos aqui, e descobri que a nossa boa e velha receita caseira na verdade é uma receita milenar originária da Tunísia, e também um prato bem famoso em Israel.

Se trata de uma receita bem simples: ovos cozidos em um molho de tomates e  alguns temperos, que pode ter ou não coisas adicionais como grão de bico, e queijo. Normalmente se usa um queijo mais típico dessas regiões, feta ou algum queijo de cabra, mas funciona muito bem com um queijo de minas curado também.

A receita a seguir é adaptada desta.

  • 5 ou 6 tomates
  • 400g de grão de bico já cozido (35-40 minutos na panela de pressão)
  • 4 ovos
  • 200g de queijo de minas padrão (o curado, não o fresco)
  • 2 colheres de sopa de azeite de oliva
  • 1 cebola
  • 2 dentes de alho
  • pimenta vermelha em pó
  • 1 colher de sopa de cominho em pó
  • 1 colher de sopa de paprica doce
  • sal a gosto

O preparo é super simples: Frite a cebola fatiada fino e o alho no azeite. Acrescente os tomates cortados em cubos e os temperos e o grão de bico. Tampe a panela, e deixe cozinhar por 10 minutos, mexendo de vez em quando, até que os tomates tenham desmanchado. Verifique que tenha molho o suficiente para não secar nos minutos a seguir, na dúvida acrescente um pouco de água.

Quebre os quatro ovos na panela, tomando cuidado para não quebrar as gemas. Polvilhe com o queijo ralado, tampe a panela, e deixe cozinhar em fogo baixo por 5 a 7 minutos.

Acompanhe com pão sírio, arroz, ou gretchka!

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აჯაფსანდალი (Ajapsandali)

ajapsandaliO ajapsandali é um prato vegetariano da Geórgia, um pouco parecido com um ratatouille. Mas fica muito diferente por conta dos temperos, e também porque contém batatas. O preparo é muito simples, tudo se faz na mesma panela. A receita vem daqui.

Você precisará de:

  • 500 g de batatas
  • 600 g de berinjelas
  • 3 tomates grandes
  • 3 cebolas
  • algumas folhas de louro
  • 2 pimentões verdes
  • 2 pimentões vermelhos
  • 3 ou 4 dentes de alho
  • 1 colher de sopa de coentro em pó
  • 1 colher de chá de pimenta vermelha
  • 1 colher de chá de pimenta do reino preta
  • 50 ml de óleo
  • sal a vontade
  • cebolinha para decorar

10325636_700387923340769_1292547181332219311_nCorte todos os ingredientes em cubinhos. Coloque a cebola, as batatas e as berinjelas com as folhas de louro em uma panela grande. Despeje o óleo por cima. Cubra a panela, e cozinhe por alguns minutos, mexendo de vez em quando, até os legumes começarem a ficar macios. Adicione os tomates, cozinhe por mais alguns minutos, e adicione todo o resto dos ingredientes.

Cozinhe por mais 20 a 25 minutos com a panela tampada, até que todos os legumes estejam bem cozidos, e a batata tenha desmanchada. Polvilhe com a cebolinha.

Acompanhe com arroz, ou quem sabe, outros itens de cozinha georgiana

ლობიანი (Lobiani)

lobiani3O lobiani é um tipo de khatchapuri recheado com lobio, um feijão georgiano. Tivemos a sorte de ter um amigo (sim, o mesmo) que trouxe de la  um pote de lobio preparado pronto, portanto o preparo deste prato foi bem fácil. Mas agora sabemos como é, muito em breve faremos uma reprodução com o nosso feijão daqui. Basicamente é um feijão vermelho, cozido com tomate, pimentão e pimenta, e alguns dos temperos típicos da Geórgia (alho e feno grego principalmente). Acho que feijão vermelho ou feijão carioca deve servir para dar um resultado parecido.

lobiani2O preparo é bem simples, e é descrito com detalhes aqui. Basta fazer a massa de khatchapuri, trocando o leite por iogurte, e preparar khatchapuris fechados, trocando o queijo pelo lobio.

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ხაჭაპური (khatchapuri)

10177332_700387760007452_9052021085833955718_nO khatchapuri é um tipo de esfiha georgiano, feito com uma massa similar a uma massa de pão, e recheado com queijo georgiano sulungi. É um dos ítens mais conhecidos da cozinha georgiana. Tem vários tipos e formatos de khatchapuri, alguns são abertos, outros fechados, vou ilustrar vários tipos aqui.

Fica muito parecido com uma esfiha libanesa gigante (um khatchapuri é muito maior, é um prato para uma pessoa), mas tem um sabor bem diferente.

10277736_700387876674107_562424208484790296_nA receita a seguir vem de estas duas: khatchapuri e acharuli (o tipo mais comum de khatchapuri). Obviamente, o queijo sulungi é impossível de encontrar em nossas terras (pelo menos no dia de hoje. Não duvido que muito em breve, a onda georgiana vai chegar aqui com toda força, como está acontecendo agora mesmo em Nova Iorque).

Mas conseguimos uma boa alternativa, que os nossos amigos entendidos de cozinha georgiana (você sabem quem são, ou melhor, quem é esse), acharam bem parecido com o original: Uma mistura de 50% de ricota e 50% de queijo minas padrão (o envelhecido, não o fresco).

10177335_700387740007454_8332486497202216918_n Para a quantidade de khatchapuri ilustrada na segunda imagem acima, você precisará de:

  • 1 kg de farinha de trigo comum
  • 200 ml de água
  • 200 ml de leite
  • 50 ml de óleo (canola, girassol, como quiser)
  • 2 colheres de sopa de fermento de pão (fresco ou seco)
  • 500 g de ricota
  • 500g de queijo minas padrão (o envelhecido, não o fresco)
  • 1 ou 2 ovos (ou mais, facultativo)
  • 2 ou 3 colheres de sopa de manteiga (uma para cada khatchapuri aberto que fizer)

A receia é muito simples: Dissolva o fermento na água (de preferência morna). Adicione o leite, e misture com a farinha e o óleo. Sove até formar uma massa bem homógena e lisa. Deixe crescer numa vasilha coberta com um pano úmido por cerca de uma hora.

Rale os dois queijos usando os furos maiores do ralador, e misture os dois.

Divide a massa crescida em 5 ou 6 bolas. Para fazer khatchapuris aberto, basta abrir a massa com um rolo, deixando uma espessura de mais ou menos um centímetro (pode ser um pouco mais fino também), colocar queijo no centro, e dobrar as bordas para cobrir o perímetro do queijo. Também pode fazer a forma de barco típico do khatchapuri (ver fotos acima). Se quiser, quebre um ovo por cima, e coloque uma colher de sopa de manteiga em cima.

Para fazer um khatchapuri fechado, separe um terço da massa antes, que vai virar a tampa. Prossiga da mesma forma que para o aberto, mas antes de fechar as bordas, coloque um disco feito com o terço da massa que você separou.

Asse em forno quente (> 250 °C) por mais ou menos meia-hora, ou até que a massa doure.

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Berinjelas com pasta de nozes

10336751_700387816674113_8178278653988307836_nContinuando a grande aventura na cozinha georgiana, esse aqui talvez seja o mais absurdamente delicioso até agora. São fatias de berinjelas, fritas, e recheadas com uma pasta de nozes. A receita vem daqui.

10299073_700387843340777_7634758548468317951_nVocê vai precisar de:

  • 500 g de berinjelas
  • 250 g de nozes
  • 1 colher de sopa de feno grego
  • 1 colher de sopa de coentro em pó
  • 1 colher de sopa de paprica doce
  • 3 dentes de alho
  • 3 colheres de sopa de vinagre de vinho branco
  • sal
  • Azeite para fritar

Corte as berinjelas em fatias compridas e finas (meio centímetro, mais ou menos). Frite elas em uma frigideira untada com azeite, dos dois lados, até que fiquem bem douradas. Faça poucas fatias de cada vez. Coloque mais azeite quando você troca as fatias.

Faça o recheio, misturando todos os outros ingredientes, e passando no mixer (é melhor não usar o liquidificador, porque precisamos que fiquem pedacinhos). Quando tiver uma pasta bem homógena, é só pegar cada fatia, por uma colher de pasta em uma metade da fatia, e dobrar a outra metade, apertando um pouco.

ფხალი (Pkhali) – Pasta de nozes georgiana

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O pkhali é uma pasta típica da Geórgia, algo como um patê, mas que lá se come como um bolinho, em entrada, não como um patê. Não parece muito impressionante a primeira vista, mas garanto que você nunca comeu algo assim. O sabor dos legumes com a mistura muito especial de temperos da um resultado incrível. Ficamos viciados imediatamente.

Existem vários tipos de pkhali. Em todos, a base é a mesma: Nozes, alho e tempero. Nessa base é acrescentado o legume que dá o sabor principal ao pkhali, como espinafre ou beterraba, que são as duas versões mais conhecidas, que vou descrever aqui. Também já tentamos com outras coisas, como couve de Bruxelas, mas de longe os melhores são esses dois clássicos. A receita a seguir vem destas duas, de beterraba e de espinafre.10264676_700387853340776_1191695871698505833_nO preparo é bem simples, é melhor fazer o preparo um dia antes. E tem um ingrediente capital, mas que não é sempre fácil de encontrar: as sementes de feno grego. Indispensável para qualquer prato georgiano!

Indico aqui as quantidades para fazer duas porções, uma de espinafre e uma de beterraba:

  • 500g de espinafre fresco
  • 500g de beterraba
  • 1 cebola
  • 5 ou 6 dentes de alho
  • 200g de nozes descascadas
  • alguns ramos de coentro
  • alguns ramos de salsinha
  • 4 colheres de sopa de vinagre
  • 1 colher de sopa de coentro em pó
  • 1 colher de chá de pimenta vermelha em pó
  • 1 colher de sopa de feno grego (importante!)
  • sal

Comece por cozinhar o espinafre e a beterraba: Ambos cozinham em água fervente, o espinafre (com os galhos e tudo) por 5 a 10 minutos, e a beterraba por 30 a 40 minutos (dependendo do tamanho), até ficar macias quando espetadas com uma faca. Cortando as beterrabas em 4 acelera um pouco o cozimento. Não precisa descascá-las antes de cozinhar, uma vez cozidas a pele sai muito facilmente.

Escorra bem o espinafre, senão ele vai reter muita água e o pkhali não vai ficar firme. Passe o mixer nos dois legumes, tomando cuidado para não liquidificar, ainda devem ficar em pedacinhos.

Faça a base, misturando todos os outros ingredientes, e passando essa mistura no mixer. Divide a base em dois, e misture cada metade com um dos legumes picados.

Deixe as pastas na geladeira por algumas horas (idealmente, de um dia para o outro) antes de servir.

 

Muffins de ricota e banana

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Uma receita mega-simples que peguei aqui: Só tem 4 ingredientes, na verdade fui tentar porque tinha um pedaço de ricota aqui que precisava usar, e o resultado fica surpreendentemente bom…

  • 250 g de ricota
  • 3 ou 4 bananas
  • 1 ovo
  • 25 g de açúcar

Bate tudo no liquidificador, coloque em forminhas untadas com manteiga, e asse por 30-35 minutos em forno quente ( > 250°C ). Não fica muito doce, provavelmente daria para por mais açúcar, mas justamente fica legal assim, muffins nunca devem ficar muito doces, senão acabam tendo gosto de Starbucks…

Shortbread

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Eu sei, muito tempo que não escrevemos aqui… Por isso, vou tentar retomar com algo fácil: O famoso biscoito britânico chamado “Shortbread” (pão curto? Não me pergunte. Bom já que vai perguntar mesmo assim: Shortbread is so named because of its crumbly texture from an old meaning of the word short).

Picture 093No Reino-Unido certamente qualquer um engasgaria no seu shortbread se me ouvisse chamá-lo de “biscoito”. Se trata de um autêntico patrimônio nacional, protegido pela rainha, por Deus, e provavelmente pelo príncipe de Gales. Aqui também se encontra em todo lugar, inclusive da marca mais famosa do Reino-Unido…

A receita é super simples. O preparo requere no máximo uns 15 minutos:

  • 125g de manteiga morna
  • 55g de açúcar cristal
  • 180g de farinha

Basta misturar tudo, e amassar até a manteiga ter completamente derretido, e se formar uma massa bem lisa. Coloque em cima de uma forma untada com manteiga, polvilhe com farinha, e abre com um rolo até formar uma camada de mais ou menos 1cm. Corte retângulos com uma faca, e faça furos com um garfo para que não se formem bolhas. Asse em forno quente (> 200°C) por 20 a 25 minutos.

Curry de ovos

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Este curry é o acompanhamento perfeito para o puttu, e é um café da manhã típico no sul da Índia. É bem fácil e rápido de fazer. Peguei a receita daqui.

  • 4 ovos
  • 2 cebolas
  • 2 tomates
  • 1 pimentão pequeno
  • 1 pimenta vermelha inteira (ou mais! Aí é com você)
  • um punhado de folhas de curry
  • uma colher de sopa de alho triturado
  • 1/2 colher de sopa de gengibre ralado
  • 1 colher de sopa de coentro em pó
  • 1 colher de sopa de cúrcuma
  • 1 colher de sopa de masala

Cozinhe os ovos na água fervente para ficar duros (10 minutos). Frite a cebola, o pimentão e a pimenta picados e as folhas de curry em uma colher de óleo até a cebola dourar. Acrescente os tomates picados e o resto dos ingredientes, mais um pouco de água. Deixe cozinhar em fogo baixo até o tomate desmanchar, e atingir a consistência de um molho (acrescente água durante o cozimento se secar muito).

Descasque e corte os ovos cozidos no meio, acrescente eles no molho, deixe cozinhar mais um pouco.

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Sirva com arroz comum, arroz basmati (melhor), ou puttu (ainda melhor).

Puttu

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O puttu é um bolinho indiano feito com farinha de arroz e cozido no vapor. É um item de café da manhã favorito no sul da Índia e no Bangladesh. Normalmente, na Índia, se usa um utensílio especial para preparar o puttu, mas esta receita bem detalhada ensina como fazer com uma panela clássica que tiver uma cesta para cozinhar no vapor. Outra receita que usei como base é esta.

O puttu fica algo entre um cuscuz marroquino é uma tapioca. Fica delicioso com um curry bem forte (os dois acompanhamentos prediletos para um bom café da manhã indiano são o kadala curry ou o curry de ovos). O preparo é bem fácil:

  • 2 xícaras de farinha de arroz crua
  • 1 xícara de coco ralado
  • 1 colher de chá de cominho em pó
  • 1 pitada de sal
  • 1/2 colher de sopa de açúcar
  • 1/2 xícara de água

Coloque água para ferver na panela que tem uma cesta para cozinhar no vapor. Misture todos os ingredientes, e sove até formar grumos úmidos, que, quando apertados, formam uma massa, mas voltam facilmente a grumos se esfarelados. Esse é o ponto certo. Faça os grumos o menor possível.

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Quando a água começa a ferver, coloque essa mistura na cesta, e deixe cozinhar com a tampa fechada, sem abrir, por 5 minutos.

Retire do fogo, e forme bolinhos colocando uma parte de puttu no fundo de um copo, e apertando com um outro copo idêntico. O puttu se desenforma bem facilmente, mas é frágil, manuseie com cuidado.

Acompanhe com o seu curry favorito. Tem vários aqui no blog!

гречневая каша (kasha de gretchka)

gretchkaA gretchka (também chamada trigo sarraceno, mas não tem nada a ver com trigo, apesar do nome, se trata de uma flor) é aparentemente a cereal favorita dos Russos. A internet está cheia de blogs de Russos morando em todos os cantos do mundo que venderiam os olhos por um prato de gretchka.

O principal (único?) uso para a gretchka é fazer um tipo de mingau, que pode ser doce ou salgado, chamado kasha.

Felizmente, um certo amigo nosso, que não será nomeado aqui apesar de todo mundo saber de quem se trata, nos trouxe da Rússia um pacote de gretchka. Não podíamos perder a oportunidade de ser mais uma vez o primeiro blog do Brasil a apresentar uma receita nunca publicada antes na história desse país. Ficou realmente delicioso, tem um sabor realmente fino, dá muito bem para entender porque os Russos sentem tanta saudade.

Uma vez que você conseguiu a gretchka, o preparo é bem simples, existem, como arroz, várias maneiras de cozinhar. A receita mais simples que achamos, é um mingau de gretchka puro, somente com uma colher de manteiga na hora de servir. Resolvemos tentar aqui uma versão que aparece em tudo lugar e parece quase tão famosa, chamada Гречневая каша с грибами и луком (kasha de gretchka com cogumelos e cebola).

Existem várias maneiras de cozinhar a gretchka: fritando-a em uma colher de sopa de óleo, e deixando depois água evaporar completamente, como faríamos com o arroz, ou cozinhando diretamente em uma grande quantidade de água, que se escorra depois. Cebola e cogumelos são fritados a parte, e são acrescidos quase no final.

  • 2 xícaras de gretchka (trigo sarraceno)
  • 2 cebolas
  • 100g de cogumelos da sua escolha
  • 1 + 1/2 colher de sopa de manteiga
  • 5 xícaras de água

Comece por lavar a gretchka em um pouco de água. Coloque em seguida numa panela, acrescente a água, uma boa pitada de sal e deixe cozinhar com a panela tampada por mais ou menos 15 minutos.

Enquanto isso, em uma frigideira, doure a cebola fatiada na 1/2 colher de manteiga. Acrescente os cogumelos picados, deixe dourar tudo junto mais um pouco.

Quando a gretchka começa a ficar macia, junte as cebolas e cogumelos e misture. Não coloque a tampa da panela, mexa de vez em quando. Se você usou a proporção acima, a água deve evaporar totalmente em alguns minutos. Senão, você deverá escorrer o excedente.

Quando estiver pronto, adicione uma colher de manteiga, misture, e sirva. Inesquecível!

Torta dos reis

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Este doce típico da França e da Bélgica se come especialmente e exclusivamente no dia da Epifania, dia 6 de Janeiro. Esse dia, se prepara essa torta, e se esconde nela um feijão (hoje em dia você compra ela em padaria e o feijão não é mais um feijão, é uma vaquinha, um cavalinho, um burrinho, um menino Jesus, etc, de cerâmica…). Como suponho que você não tem um Jesusinho de cerâmica em casa, aconselho usar um bom e velho feijão mesmo.

Em seguida, todos os convidados comem a torta, e quem descobre o feijão no seu pedaço é decretado o rei do dia, para o maior prazer das crianças ali presentes.

Com massa folhada pronta, é bem fácil de fazer. Atenção, não é muito light. A receita a seguir é tirada desta:

  • 1 rolo de massa folhada pronta
  • 90g de manteiga
  • 120g de farinha de amêndoas
  • 100g de açúcar
  • 1 colher de chá de aroma de baunilha
  • 2 ovos
  • 1 colher de sopa de rum (opcional)

Esquente o forno. Derreta a manteiga numa panela, e misture numa vasilha com o açúcar e a farinha de amêndoa, até formar uma pasta. Quando está bem homógeno, acrescente o aroma de baunilha, o rum, e duas claras de ovo e uma gema (a gema sobrando servirá para pincelar). Misture até formar um molho bastante pastoso.

Unte uma forma de pizza com manteiga, a abre a massa folhada nela, deixando a metade fora da forma para fechar depois, como um livro. aperte as bordas da parte que ficou na forma (a parte de baixo, digamos), para arredondar os cantos, e formar um pequeno muro em toda a borda. Despeje o molho no meio.

Feche o “livro”, e aperte as bordas com um garfo para vedar bem. Desenhe umas leves listras com uma faca. Pincele com a gema que sobrou, e asse em forno a 200°C por 20 a 25 minutos, ou até que o topo esteja bem dourado. Deixe esfriar para servir, coma morno ou frio.

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Sanduíche africano de ovo e cebola

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Este sanduíche super simples é um clássico de comida de rua na África Occidental. Comi por todo lugar em Dakar. O cara frita uma cebola na hora, na sua frente, mistura ovo, e recheia com isso uma porção bem grande de um baguete finíssimo e crocante (herança francesa, você pode achar pão espetacular na áfrica francófona) e embala o todo em um papel de jornal, na maneira dos shawarmas.

Fazer esse sanduíche em casa é muito fácil. Para dois sanduíches, você precisa de 2 cebolas grandes e 4 ovos. Corte as cebolas em fatias grossas, frite em uma colher de sopa de manteiga, até ficar bem dourado. Acrescente uma boa pitada de sal. Bate um pouco os ovos juntos em uma tigela, e despeja por cima da cebola. Deixe fritar por 5 minutos, e vire por pedaços, com uma espátula. Não precisa ficar inteiro como um omelete. Deixe fritar mais, virando os pedaços até tudo ficar bem dourado.

Recheie pedaços da melhor e mais fina baguete que você consegue encontrar, retirando um pouco do miolo da baguete, para deixar mais espaço, e colocando o máximo de recheio possível!

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Vlaai holandês

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O vlaai (se pronuncia vlái simplesmente) é um tipo de torta doce típica da Holanda e das Flandres (parte flamenga da Bélgica). A versão mostrada aqui é a holandesa (a belga é completamente diferente e parece um pudim, farei algum dia). Existem muitos tipos de vlaai, com muitos recheios que vão de todo tipo de frutos até arroz doce. Esta aqui é feita com maçã, ameixa e canela, que é um sabor bem típico dessas regiões. A particularidade da massa é que é levada, feita com fermento de pão.

Para a massa (adaptado daqui):

  • 250g de farinha
  • 30g de manteiga
  • uma pitada de sal
  • 1/2 ovo, batido (a outra metade servirá para pincelar)
  • 15g de fermento para pão fresco ou 7g de fermento seco
  • 75ml de leite morno
  • 30g de açúcar

Para o recheio:

  • 2 maçãs
  • 6 ou 7 ameixas
  • 300g de açúcar
  • 1 colher de chá de manteiga
  • 1 colher de sopa rasa de canela
  • 3/4 de xícara de água

Se tiver uma máquina de pão, coloque todos os ingredientes da massa dentro, e rode o programa “massa”, que vai misturar e deixar descansar. Se não, dilua o fermento no leite, e misture os outros ingredientes da massa, sove até formar uma bola bem lisa. Deixe descansar em uma vasilha coberta com um pano úmido, por uma hora. A massa deve mais ou menos dobrar de volume.

Enquanto isso, faça o recheio. Descasque e corte as maçãs em cubos, corte as ameixas em pedaços de tamanho similar (não precisa descascar, apenas retirar o caroço), e coloque numa panela com o açúcar, a água, a canela e a manteiga. deixe cozinhar por 40 minutos em fogo baixo, mexendo com frequência. Os frutos devem desmanchar, mas não totalmente. O bom é quando ainda formam pedaços. Se ficar muito líquido, adicione meia colher de chá de fécula de batata, ou maisena se não tiver.

Aquece o forno a 200°C. Unte uma forma de torta com manteiga, separe mais ou menos um quarto da massa, que servira para fazer a “rede”, e abre o resto com um rolo sobre uma superfície enfarinhada, e coloque no fundo da forma. Faça alguns furos com um garfo, para que não se formem bolhas durante o cozimento. Coloque o recheio por cima. Abra o restante da massa, e recorte nela tiras de 1cm de largura. Coloque essas tiras na massa para formar uma rede. No fim, pincele com a metade de ovo restante.

Asse por 20 a 30 minutos, ou quando estiver dourado. Sirva morna.

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Geleia de ameixas

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Mais uma geleia bem fácil e com muito gosto… Fica bastante ácida, mas é assim que é boa mesmo. A regra é simples, para cada 100g de ameixas, coloque 66g de açúcar, ou seja, dois terços do peso das ameixas. Coloque as ameixas com tudo, pele e caroços, cortadas em pedaços, em uma panela. Adicione o açúcar, um pouco de água (meia xícara para 400g de ameixas), e deixe cozinhar, mexendo com frequência, em fogo baixo, por pouco mais de uma hora, ou até que tenha a consistência desejada. Os caroços vão se separar da fruta, e serão fáceis de pescar quando a geleia estiver pronta.

Se você for escolher ameixas vermelhas, a cor fica assim, incrível…

Sambar

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O sambar é uma dessas receitas indianas que aparentemente tem inúmeras variações. Este aqui partiu de uma tentativa de reproduzir – hackear, dirão certas pessoas – o do Madhu. Fiz uma mistura de temperos mais forte, e deixei os pedaços de legumes um pouco maiores. A receita apresentada aqui é um mix desta e desta. Não tinha tamarindo por perto, então usei um pouco de molho de tamarindo tailandês no lugar. As proporções a seguir são para 2 a 3 pessoas.

  • 100g de ervilha partida
  • 1 berinjela
  • 1 cebola
  • 1 abobrinha
  • 3 tomates
  • 1 pimenta vermelha
  • 1 colher de sopa de feno grego
  • 1 colher de sopa de grãos de mostarda
  • 1 colher de sopa de folhas de curry
  • 2 colheres de sopa de coentro em grãos moído
  • 1 colher de chá de cúrcuma
  • 1 colher de chá de assafétida
  • 2 colheres de sopa de molho de tamarindo
  • 1 colher de sopa de ghee ou algum outro óleo (manteiga de garrafa serve bem também)

Você precisará, como para várias receitas indianas, fazer o preparo em 2 panelas: uma para cozinhar os legumes, outra para fritar os temperos. Comece por colocar a ervilha em uma panela grande, com dois dedos de água. Deixe cozinhar por 20 minutos.

Enquanto isso, numa frigideira, aquece o óleo ou ghee, e deixe fritar os sementes de mostarda e feno grego, a pimenta e a cebola cortadas fino, e as folhas de curry. Quando as sementes começam a pipocar, acrescente a assafétida e o cúrcuma, e a berinjela cortada em pedaços pequenos. Deixe fritar por alguns minutos, mexendo com frequência.

Quando a ervilha começa a ficar macia, coloque na panela a abobrinha e o tomate cortados em pedacinhos, e o conteúdo da frigideira. Deixe cozinhar tudo junto por mais 20 minutos, mexendo de vez em quando.

Sirva com chapati ou arroz basmati.

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Torta de limão siciliano

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Esta receita é um clássico da minha mãe, vem de uma receita da minha vó, que vem de uma receita de Paul Bocuse. É bastante diferente daquela torta de limão que encontramos por aqui, onde a massa é feita com leite condensado, e que tem merengue em cima. Esta aqui tem uma massa feita com farinha de amêndoa.

Para a massa podre:

  • 250g de farinha
  • 100g de manteiga em temperatura ambiente
  • 1 colher de sopa de açúcar
  • 1/2 colher de chá de sal
  • água

Para o recheio:

  • 250g de açúcar
  • 3 ovos
  • suco de 2 limões sicilianos
  • 75g de farinha de amêndoas
  • 250g de creme de leite

Idealmente, faça a massa podre uma hora antes: Misture todos os ingredientes, exceto a água. Amasse com as mãos, até formar uma farofa muito úmida. Acrescente um pouquinho de água até obter um ponto trabalhável. Se a massa ficar muito grudenta, coloque ela na geladeira por uma hora.

Disponha a massa podre em uma forma para torta grande (+/- 26cm) untada com manteiga, e pre-asse ela por 10 minutos em forno quente (>250°C).

Faça o recheio: misture primeiro todos os ingredientes exceto o creme de leite, e, quando ficar bem homógeno, adicione o creme de leite. Despeje  por cima da massa pre-assada. Asse por 30 minutos. Deixe esfriar antes de servir.

김치찌개 (Kimchi Jjigae) – Cozido de kimchi e tofu

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Para estrear a nossa seção de comida coreana, aqui está um clássico bem fácil de fazer,  desde que você tenha uma comunidade coreana por perto, para conseguir o kimchi.  O kimchi é acelga fermentada, marinada em pimenta. Um processo bastante similar ao sauerkraut. Na Liberdade, em São Paulo, quase todos os mercadinhos tem, de vários tipos, marcas, cores e nível de pimenta. O kimchi mais velho tem mais sabor e arde mais.

O kimchi jjigae é um cozido tradicional, e, como todos os pratos tradicionais, cada um tem a sua receita predileta. Você pode fazer ele com vários tipos de legumes, carne de porco, até frutos do mar. Mas todas devem ter kimchi, tofu, e alguns legumes básicos. É essa versão simples que fizemos aqui. Comida coreano geralmente é MUITO apimentada, o kimchi normalmente já vem um pouco apimentado (depende do kimchi), o resto é com você…

  • 1 cebola
  • 400g de tofu
  • 400g de kimchi
  • 1 pimenta vermelha grande, ou algumas malaguetas (a gosto)
  • 1 colher de sopa de alho picado
  • 1 pimentão verde
  • cebolinha fresca
  • 3 colheres de sopa de shoyu
  • 3 colheres de sopa de mirin (ou outro tipo de vinho doce)
  • 1 colher de sopa de óleo (oliva, girassol, como prefere)

O preparo não é complicado: Frite a cebola fatiada, o alho, o pimentão fatiado, e os outros legumes que quiser adicionar (abobrinha, vagem, cenoura, cogumelo, etc.) no óleo, mirin e shoyu, mexendo com frequência, até os legumes começar a ficar transparentes, mas deixe eles crocantes ainda.

Adicione o kimchi, a pimenta, misture, e adicione água até cobrir os legumes. Deixe cozinhar em fogo médio por 10 a 15 minutos. Corte o tofu em cubos de mais ou menos 2cm de lado, e adicione. Cozinhe por mais 5 minutos sem mexer para não desmanchar o tofu. No fim, coloque cebolinha por cima.

Sirva com arroz para sushi, vai bem também com arroz integral.

geleia de abacaxi

geleia-abacaxi

Cada vez mais, acho que o segredo de uma geleia boa é no que você coloca além do açúcar e da polpa da fruta. Sempre precisa de uma casca, um caroço, um zesto, etc… para dar mais gosto. Esta rende mais ou menos 500g de geleia e é feita com:

  • 1/2 abacaxi com a casca
  • 1 copo (200g) de açúcar branco

Normalmente é melhor usar açúcar demerara para fazer geleia, mas como o sabor do abacaxi é bem delicado, resolvi usar um açúcar mais “fraco”. Comece por retirar a casca do abacaxi, coloque as cascas em uma panela, cubra com água e deixe ferver. Passe a polpa do abacaxi no liquidificador, e coloque em outra panela com o açúcar. Deixe cozinhar com a panela tampada, mexendo com frequência.

Quando o “chá de cascas” ferveu por alguns minutos, abaixo o fogo e deixe reduzir. Quando sumiu mais ou menos a metade da água, retire do fogo.

A geleia deve cozinhar por mais ou menos uma hora, uma hora e meia. Se secar muito, acrescente um pouco do chá de cascas. No final, a geleia deve ter reduzido muito, e ficado bem pastosa. Acrescente mais chá, e misture bem até ficar da consistência que desejar. Coloque na geladeira por algumas horas antes de comer.

Aloo Baingan

aloo baingan

Aloo significa batata, e baingan berinjela, em – até onde pesquisei – várias línguas da Índia. Se você for procurar por “aloo” na net, tem muitas receitas do país inteiro a base de batatas, sempre rende um prato bem diferente, delicioso e rápido. Este aqui é fácil e bem rápida de fazer (mais ou menos 30 minutos, mais 20 minutos para a marinada das berinjelas). As quantidades a seguir fazem um prato para 2 a 3 pessoas

  • 1 berinjela grande ou 2 pequenas
  • 3 batatas médias
  • 1 cebola grande
  • 5 ou 6 dentes de alho
  • 2 colheres de sopa de óleo
  • 2 colheres de sopa de cúrcuma
  • 2 colheres de sopa de coentro moído
  • 2 colheres de sopa de masala
  • 1 colher de sopa de mostarda
  • 1/2 copo de água

Esta receita a principio não tem pimenta, mas se você preferir, adicione a gosto.

Comece por cortar as berinjelas em pedaços bem compridos. Coloque os pedaços em uma vasilha com bastante sal (um bom punhado). Mexe um pouco para que o sal cobre os pedaços mais ou menos uniformemente, e deixe descansar por 20 minutos. Isso retira o gosto amargo das berinjelas (dá para pular esta etapa, mas juro que o gosto fica muito melhor). Quando descansou, lave bem os pedaços de berinjela para retirar o sal.

Corte as cebolas em fatias, descasque o alho (deixe os dentes inteiros), e frite os dentes de alho sozinhos por um minuto ou dois no óleo aquecido. Acrescente a cebola, e deixe fritar mexendo de vez em quando até a cebola ficar transparente. Retire a cebola e o alho da panela, e reserve.

Na panela onde fritou a cebola, jogue a berinjela e as batatas não descascadas, cortadas em pedaços compridos. Coloque a água no fundo, tampe a panela e deixe cozinhar por 10 minutos. Acrescente todos os temperos, a cebola, o alho, a mostarda, mais um pouco de água se ficou muito seco, e cozinhe por mais 10 minutos, mexendo de vez em quando.

Quando a batata ficou bem macia, está pronto! Acompanhe com arroz comum, ou, melhor, arroz basmati (de jasmim) ou chapatis.