Nosso espaguete à Carbonara

No caso era um linguine (bavette da barilla). Tem muuito caldo, logo embaixo! 😀
  • 300g de bacon bem carnudo
  • 4 ou 5 cebolas médias
  • 300g – 400g de creme de leite (nata)
  • 6 a 8 gemas
  • leite q.b.
  • sal
  • pimenta
  • parmesão ralado
  • 1 pacote e meio de espaguete (ou outra pasta)

Essa é uma das nossas favoritas, e nossa receita é para 5 ou 6 gulosos.
São duas preparações, um “sofrito” e um creme:
primeiro, frite o bacon picado, (junte um pouco de azeite, se for necessário) até soltar bem a gordura. Acrescente a cebola picada finamente, em meia lua, e vá mexendo de vez em quando até quase caramelizá-la. Tempere com pimenta do reino moída na hora.
À parte, prepare o creme: misture as gemas e o creme de leite, e acrescente leite à vontade, até chegar na espessura que te apraz. Aqui, na nossa confraria, varia conforme o dia: às vezes, preferimos mais espesso, quase sem leite, e outras, com bastante leite pra ter “muito caldo”! Tempere com um pouco de sal e, se quiser, uma pitada de noz moscada.
Cozinhe o macarrão, escorra e misture os dois preparos. Sirva imediatamente. Com um vinhozinho, que ninguém é de ferro! 😉 E cada um acrescenta queijo a gosto no seu prato!

Dica:se o dia estiver frio, vale a pena aquecer os pratos antes, para que o espaguete não esfrie rápido demais, já que o creme estará na temperatura ambiente.

Αυγoλέμoνo – Sopa grega de galinha


Essa sopa é basicamente uma canja grega, fácil de fazer, com ingredientes que você possivelmente terá em casa. Porém, com os temperos helênicos, o sabor, para nós, parecerá inusitado. Vale muito a pena!

  • 600g de frango orgânico
  • 1 cebola cortada grosseiramente
  • 2 dentes de alho
  • 1 colher de azeite de oliva
  • 1 xícara de arroz
  • 2 ovos e 1 gema
  • 1 limão siciliano
  • cebolinha
  • tomilho
  • louro
  • pimenta branca em grãos


Refogue ligeiramente cebola, alho, frango, tomilho, louro e a pimenta. Junte água quente suficiente para cobrir (ou um caldo de legumes caseiro). Quando o frango cozinhar, retire e corte em pedacinhos. Reserve.
Refogue o arroz em um pouco de azeite e junte o caldo do frango. Quando o arroz estiver cozido, junte o frango picado. À parte, bata os ovos, a gema, e o suco do limão, e depois junte um pouco do caldo quente. Jogue a mistura de limão na sopa, mexendo sem parar, e cuidando para não ferver, senão pode coalhar! Junte a cebolinha e sirva imediatamente, com pão e queijo.

Bife Koygua

Esta receita paraguaia vem da nossa amiga Estela. Fazemos regularmente, fica ótimo quando faz frio, preparado com muita pimenta! Ingredientes, para 4 pessoas:

  • 6 ou 7 tomates
  • 4 cebolas
  • 3 ou 4 batatas
  • 4 bifes de carne bovina (normalmente se faz com carne de qualidade média, como coxão duro, mas qualquer pedaço serve)
  • 150g de queijo em fatias
  • 4 ovos
  • bastante pimenta vermelha da sua preferência, seca ou em óleo.
Doure as cebolas cortados em pedacinhos em uma panela com um fio de azeite, acrescente os tomates cortados em cubinhos, a pimenta, um pouco de sal, acrescente um copo de água e tampe a panela. Cozinhe por 15 minutos, mexendo de vez em quando. Acrescente as batatas cortadas em cubinhos, com ou sem a pele (eu sempre gosto de deixar a pele das batatas, é ali que estão as vitaminas), acrescente mais água se fica muito seco, e deixe cozinhar por mais 20 minutos.
Quando as batatas estão cozidas, frite rapidamente os bifes em um pouco de azeite, e acomode eles na pimeira panela, dentro do molho. Cobre cada bife com fatias de queijo, e quebra um ovo em cima de cada um. Tampe a panela e deixe cozinhar por mais 10 minutos.
Sirva sozinho ou com arroz, coloque vários molhos de pimenta na mesa e encoraje os seus convidados a usa-los!

Sopa de amendoim


Receita que aprendi com a Estela, minha amiga que viveu na Bolívia. Uma sopa bem substanciosa e picante, perfeita pra estes dias frios. É daquelas receitas que variam ligeiramente de família pra família, de região para região. Portanto, você pode simplesmente fazer a sua sopa de carne e legumes e acrescentar o amendoim (e muita pimenta!) no final.
Se quiser seguir minha receita, é mais ou menos assim:

  • 300-400g de carne para sopa (músculo, ossobuco, etc)
  • 1 ou 2 cebolas
  • 2 dentes de alho
  • 1 tomate picadinho (opcional)
  • 3 ou 4 batatas em cubinhos – “à jardineira”
  • 2 ou 3 cenouras em tirinhas – “à juliana” ou “julienne”
  • 100g de ervilhas frescas ou congeladas – já vem “em bolinhas”!
  • 1 xícara de amendoim cru sem pele
  • bastante pimenta vermelha, calabresa, biquinho, etc, a sua favorita.
  • sal

Sele* a carne em pedaços grosseiros, com azeite de oliva ou de amendoim, e depois acrescente a cebola e a pimenta picadas, alho e tomate, se quiser. Refogue um pouco, cubra com água quente e coloque na pressão. Deixe cozinhando por pelo menos 20 minutos, tire da pressão e acrescente os legumes, conforme sua dureza: batatas, depois cenouras e ervilhas (Eu gosto de tudo al dente, principalmente a cenoura, que acrescento por último), e mais água, se necessário. Se você tiver um caldo de carne ou legumes (não um tablete, um caldo feito em casa!) obviamente tudo ficará ainda melhor!
15 minutos antes de tudo estar cozido no ponto desejado, acrescentaremos os amendoins triturados no liquidificador. Você pode acrescentar um pouco d’água para facilitar esse processo, obtendo o creme que é adicionado à sopa. (Eu trituro sem água por gosto de sentir alguns pedacinhos do amendoim.)
Ajuste o tempero e sirva! Vai dar vontade de fazer de novo!

Truque: Para pelar o amendoim, basta cobrí-los com água fervente, que as peles se soltarão facilmente entre os dedos (espere a água esfriar um pouco, para não ser sua a pele que se soltará entre os dedos!!). Facilmente, mas um a um. Então, se quiser facilitar AINDA MAIS, compre um ou dois pacotinhos de amendoim sem pele (aqueles para aperitivos) e aí é só triturar. Mas cuidado, pois estes costumam já vir salgados!

*Definindo: “Selar” significa dourar a superfície da carne rapidamente em uma superfície bem aquecida (panela, grelha ou forno) para fechar, encerrar, a superfície, evitando a perda dos sucos naturais da carne e reduzindo o ressecamento. Portanto, espere até que se forme uma ‘casquinha’ torrada em um lado da carne para então virá-la do outro lado.
Fonte: SIC – Serviço de Informação da Carne

Fondue de queijo

Claro que todo mundo conhece a famosa fondue de queijo, prato nacional da Suíça, mas talvez você ache que se trata de uma receita hipercomplicada, que só consegue comer se comprar pronto naquelas caixinhas e cozinha em um aparelho especial para fondue.Você não poderia estar mais longe da verdade! É extremamente fácil de fazer, os ingredientes são simples e baratos, e não precisa de aparelho nenhum. Tudo que você precisará é um pouco de inventividade para montar o suporte da panela, por isso esta receita ganhou de alguns indivíduos de poucos escrúpulos o apelido de “fondue McGyver”. Os ingredientes são simples: 600 a 700g de queijo, pão, vinho branco, e velas tipo “réchaud”, que você encontra facilmente na Tok&Stok, por exemplo.

O queijo pode ser de qualquer tipo, desde que derreta. Queijos de tipo minas e parmesão são portanto excluídos, porque não derretem bem. Os queijos de fondue tradicionais são os gruyère, emmental e fontina, mas queijos mais básicos como queijo mussarela ou até queijo prato também funcionam. Eu costumo pegar metade mussarela (aquela bem comum mesmo, o queijo mais barato do mercado) metade gruyère ou emmental.

O pão pode também ser qualquer um, desde que você possa cortar cubinhos nele. Eu costumo comprar um desses pães italianos compridos. O vinho branco deve ser seco, mas pode ser qualquer um, o mais barato que você encontrar servirá perfeitamente. Não adianta usar um vinho muito bom porque o sabor se dissolve completamente. Para acompanhar, o vinho suíço típico é um vinho branco chamado fendant, mas algum outro branco seco combinará perfeitamente. Tomamos um vinho verde que ficou perfeito!

A receita é simples: Corte o(s) queijo(s) em cubinhos, coloque em uma panela e cubra com vinho branco. Coloque em fogo baixo, e deixe derreter lentamente, sempre mexendo com uma colher. Vai bem rápido, entre 5 e 10 minutos. Quando todo o queijo derreteu, está pronto, leve para a mesa.

Apenas cuide para não deixar a panela muito tempo no fogo, pois o queijo já vai começar a endurecer de novo. Tem que aproveitar o momento melhor para por a fondue na mesa.

Na mesa, coloque 5 ou 6 velinhas em cima de alguma tábua (para proteger a mesa), e coloque por cima uma grelha, por exemplo, como aqui, a grelha do fogão. Coloque a panela em cima.

Cada pessoa espeta um cubinho de pão num garfo, e mergulha no queijo. Na Suíça, fazem questão que quem deixar cair o pão no queijo tenha que fazer um castigo, decidido pelos outros. Depois de alguns copos de vinho branco, esse jogo fica também bem mais legal…

Você pode tranquilamente começar com pouco queijo, e, quando tudo for comido, traga a panela de volta para o fogão, adicione mais queijo e se necessário vinho, derreta e traga na mesa novamente. Pode repetir isso várias vezes, aliás fica cada vez melhor.

Bouillabaisse

A bouillabaisse é um ensopado de peixe típico da Provença (região do sul da França), mais especificamente da cidade de Marseille. Existe uma enorme quantidade de receitas diferentes, mas o dia que descobrimos esta num livro da Mariel, foi uma revelação. Mesmo se você for Francês, aposto que nunca comeu uma Bouillabaisse igual. A receita é bastante complexa, mas seguindo o planejamento milimétrico a seguir, não haverá erro…

1. Ingredientes

Aqui está tudo que precisa: Peixe branco (cação), peixe gorduroso (sardinha), açafrão, alho, azeite de oliva, pão, bouquet garni, cebolas, alho porro, salsão, funcho, tomates, laranja, salsinha, harissa, puré de tomate e maionese.
Normalmente, a bouillabaisse é feita com peixes típicos da Provença, portanto se trata aqui de uma abrasileiração, mas o importante é usar tipos diferentes de peixe, como uma combinação de cação ou garoupa (brancos) e cavalinha ou sardinha (gordurosos). O bouquer garni é um maçinho de ervas de provença (se encontra no mercado municipal de São Paulo). Se não tiver, use simpesmente ervas de provença secas.

O harissa é uma pasta de pimenta da Tunisia, se encontra na casa Flor em São Paulo. Se não tiver, use qualquer outra pimenta vermelha.

2. Caldo de peixe

Na hora de comprar peixe, tente comprar alguns peixes inteiros. Geralmente é fácil comprar sardinhas inteiras, peça para o vendedor apenas limpa-las, deixando-las inteiras. Corte a cabeça e o rabo das sardinhas , reserve o resto, e coloque as cabeças e rabos em uma panela. Cobre com água e deixe ferver por 15 a 20 minutos com a panela tampada. Eu também acrescento um pouco de caldo de camarão em pó, que comprei no mercado municipal, para dar mais gosto. Coẽ, reserve o caldo.

3. Marinada

Esmague 6 ou 7 dentes de alho (ou use duas colheres de sopa de alho triturado), e coloque numa tigela com 3 colheres de sopa de azeite de oliva, um meio-envolope de fios de açafrão, e duas colheres de sopa de água fervente.

Corte os peixes em pedaços bem grandes, e coloque eles na marinada, separando os gordurosos dos brancos. De vez em quando, mexe neles para que fiquem bem impregnados de marinada. Deixe marinar enquanto execute os passos seguintes.

4. Rouille

A rouille é um molho também típico da Provença, a base de alho e pimenta. A versão que faremos aqui leva também maionese, o que não é muito ortodoxo, mas combina muito bem com o resto do cardápio. Misture numa tigela 2 colhers de sopa de alho triturado, 3 colheres de sopa de puré de tomate, 3 colheres de sopa de maionese e uma colher de chá de harissa ou de alguma outra pimenta vermelha. Cuidado, se você usar outra pimenta, talvez precisa ajustar a quandidade! Misture bem tudo, e reserve.

5. Sopa de legumes

Limpe os legumes, retire a parte verde de um alho porro, e corte ele em rodelas. Retire as folhas de um funcho, e corte o bulbo em fatias.Separe 5 ou 6 talos de salsão, retire as folhas, e retire os fios duros com um descascador. Corte em fatias.
Corte também duas cebolas em fatias finas. Coloque o todo em uma panela, com 2 ou 3 colheres de sopa de azeite de oliva e uma boa pitada de sal. Refogue por alguns minutos.

Corte também 5 ou 6 tomates em cubinhos. As receitas sempre dizem para retirar os sementes e a pele, mas nunca faço isso… Separe a casca de uma laranja. Coloque tudo no refogado. Acrescente o bouquet garni, ou um generoso punhado de ervas de provence.

Acrescente o caldo de peixe que fizemos mais cedo, e deixe cozinhar por 30 a 40 minutos com a panela tampada. Acrescente água de vez en quando se seca muito. Perto do fim, acrescente um pouco de salsinha picada.

6. Croûtes

Corte alguns pão francês ou baguete em fatias grossas, e passe azeite de oliva em cima das fatias com um pincel. Asse em forno quente (> 200°) por 10 a 15 minutos.

7. Cozimento dos peixes

Assim que o caldo de legumes estiver pronto, podemos colocar os peixes neles, juntos com toda a marinada deles. Os peixes gordurosos cozinham um pouco mais tempo que os brancos, portanto começa com eles, e acrescente os brancos alguns minutos depois. Cozinhe com a panela semi tampada. O cozimento total é muito rápido, menos de 10 minutos. Duas coisas são importantes: Não mexer, senão os peixes se desmancham logo, e que o caldo esteja fervendo fortemente. Coloque em fogo bem alto antes de acrescentar os peixes.

Após 10 minutes, retire com cuidado os peixes do caldo. Jogue fora a casca de laranja e o bouquet garni, para evitar que eles caiam no prato de alguém.

8. Servindo

Sirva pedaços de peixe com muito ensopado por cima. A bouillabaisse se come com as croûtes e a rouille em acompanhamento. O rouille serve para colocar no pão, mas dá também para colocar um pouco no ensopado, fica delicioso.

Acompanhe com um vinho branco seco. No dia em que fiz, saímos esta fabulosa garrafa de Corbières 2004, que compramos numa daquelas promoções incríveis da casa Flora.

Grão-de-bico com ervas ou Cozido de outono


Receita totalmente “inventada”, que se eu não anotasse rapidamente, como estou fazendo, certamente se perderia nas ladeiras da memória. Eu queria usar um saco de grão-de-bico (porque estava com vontade) e tudo-o-que-tinha-na-geladeira (pois iria viajar). O resultado foi surpreendente, e pareceu até premeditado. Tão incrível que mereceu este post. Anote e reproduza, mesmo que só a ideia base. Nós garantimos!

  • 500g de grão-de-bico deixado de molho na véspera
  • 3 sobrecoxas de frango orgânicas
  • 200g de músculo bovino
  • 1 cebola
  • 1/2 pimentão
  • 1/2 lata de milho
  • 6 pimentõezinhos-pimentas “de sítio” (não sei como chama)
  • 3 dentes de alho picados
  • 1 batata grande, com casca, cortada em cubinhos
  • todos os restos de ervas “ex-frescas” (que secaram na geladeira!) que você tiver – para terem uma ideia eu usei: tomilho (bastante), hortelã (idem), estragão, alecrim, manjerona e possivelmente outras que vieram junto nesses pacotes mistos.
  • 1 pimenta biquinho em conserva
  • 1 pedaço de casca de limão siciliano

Refogue o frango em azeite de oliva com a pele até começar a dourar. Acrescente o músculo cortado em pedaços grosseiros, e deixe selar também. Vire as carnes e doure do outro lado – ah! salpiquei um pouco de açúcar mascavo nessa hora! Junte então a cebola, o pimentão, o alho e as pimentas, tudo picadinho, e refogue mais um pouco. Acrescente a batata em cubinhos ao refogado. Deite o milho com a sua água. Misture bem e junte o grão-de-bico. Cubra com água e vá juntando as ervas, separando as folhas dos talinhos e esmigalhando-as dentro da poção mágica. Não esqueça da casquinha de limão (que eu retirei antes de servir), e da pimenta biquinho. (Nessa hora confesso que ficou um pouco estranho, parecendo mesmo uma poção: um caldo borbulhante com uma capa de verdinhos variados por cima!) Deixe cozendo em fogo moderado até o grão-de-bico amaciar. Se preferir, use pressão, calculando o tempo para o grão-de-bico.
No final desse cozimento, que levou cerca de uma hora em panela comum, o frango estava desmanchando, o músculo estava muito macio, e as batatas derreteram quase totalmente, ajudando a formar um caldo grosso. O grão-de-bico ficou com uma textura excelente, al dente. A mistura exagerada de ervas pareceu bem proporcionada. E NÃO FUI SÓ EU QUE ACHEI!!
Acho que foi importante também fazer tudo bem lentamente, dando um tempo para cada ingrediente que foi acrescentado ir se incorporando, antes de pôr o próximo – cheguei a pensar em escrever cada frase numa linha, pra dar o tempo, hehe – o que resultou em cerca de duas horas de cozimento desde o frango ir pra panela. Ah! Salguei a poção com sal grosso, achei que tinha errado a mão, mas quando pronto pareceu perfeito.
Acompanhamentos? Dispensamos. Comemos de colher, achando que parecia um grande e delicioso cozido medieval!

Chicons au gratin


Esta receita é um outro clássico da cozinha belga. É um prato gratinado de endívias carameladas enroladas em presunto e queijo, e cobertas de um molho béchamel (molho branco). As endívias são bastante amargas, e os outros ingredientes contrebalançam a amargura, formando um conjunto delicioso.“Chicon” é como são chamadas as endívias na Bélgica. A endívia é um legume parecido com um repolho chinês. Diferentemente da França, onde são chamadas “endives” mesmo, e ficam bem verdes, as da Bélgica ficam brancas, porque são cultivadas com pouca luz. Em São Paulo, se encontram facilmente em muitos supermercados.

Você vai precisar, para 4 pessoas, de:

  • 8 a 10 endívias
  • 200g de presunto fatiado
  • 400g de queijo prato fatiado
  • 2 colheres de sopa de açucar mascavo
  • 100g de manteiga
  • 4 colheres de sopa de farinha
  • 500ml de leite

Derrete uma colher de sopa de manteiga numa frigideira, e adicione duas colheres de sopa de açúcar mascavo. Frite por alguns minutos todas as endívias, um pouco de cada lado.

Depois, embale cada uma em uma fatia de presunto e uma fatia de queijo (ou mais, dependendo do tamanho das suas endívias. Só guarde um pouco do queijo para dispor em cima ddo prato depois).

Acomode elas em um prato untado com manteiga.

Prepare um molho béchamel assim: Derrete o resto da manteiga (+/- 100g) numa panela. Acrescente 4 colheres de sopa de farinha, ou mais, até formar uma pasta. Fique mexendo sem parar. Acrescente o leite aos poucos, deixando engrossar entre cada vez. Cada vez vai demorar mais e engrossar menos. Não pare de mexer. Desligue o fogo quando chega na consistência que você quer.

Cobre os chicons com o molho, e espalhe o resto do queijo cortado em pedaçinhos (ou ralado) para cima.

Finalmente, coloque em forno bem quente (250° ou mais), e asse por 50 minutos. Sirva com arroz, salada verde, ou qualquer outro acompanhamento que combine com molho béchamel.

Hotpot


Essa receita é a base para dezenas de variações do conceito: legumes cozidos e bem temperados num grosso molho de tomate, com bacon, para quem curte, ou com especiarias, para dietas vegetarianas ou lights. Abaixo, descrevo a “UR”receita, numa porção para 4 pessoas. A foto, porém, já é de uma variação.

  • 250 g de bacon em tiras largas
  • 2 cebolas em rodelas
  • alho à gosto
  • 1 lata de tomates pelados ou 4 a 5 tomates maduros
  • 4 batatas pequenas em pedaços grandes, cubos ou rodelas
  • 4 espigas de milho cortadas em pedaços curtos
  • pimenta vermelha à gosto

Frite o bacon em sua própria gordura até tostar e retire do tacho, reservando. Na gordura, frite a cebola e o alho, deixando refogar por alguns minutos. Acrescente então os tomates, as batatas, a pimenta e o bacon, e deixe cozinhar em fogo brando por cerca de 15 minutos. Junte o milho, e um pouco de caldo de legumes ou água, se for necessário, e deixe cozer mais 10 minutos. Está pronto! Salpique salsinha para dar um toque de cor. Eu gosto de serví-lo só com pão, e comer como uma sopa, mas você pode acompanhá-lo com arroz, couscous marroquino, quinoa, ou até um macarrão.
É uma ótima maneira de incorporar legumes ao dia-a-dia, e é fácil variá-la: na receita da foto, por exemplo, eu acrescentei couve picada no final do cozimento, e usei abóbora em cubinhos, com casca, no lugar do milho. Ficou uma delícia!

Saucisse, compote, purée

O que está aqui acima é o prato favorito das crianças belgas. Saucisse é linguiça, compote é puré de frutas, no caso aqui de maçã, e purée é puré de batatas, como você sabe. Como é um ícone cultural belga, é bem diferente do que se come aqui no Brasil, e já que todo mundo adora, é imprescindível que esteja neste blog. As quantidades são para 4 pessoas.
  • A puré de batatas
Você precisará de 1kg de batatas, pegue as maiores possíveis, já que você vai ter que descascar! Descasque elas, corte em cubinhos e cozinhe em água salgada até que elas se esmaguem facilmente apertando com um garfo. Isto é mais ou menos 30 minutos. Escorre a água, acrescente um ovo inteiro, uma meia-xicara de leite, uma pitada de noz moscada e outra pitada de pimenta do reino. Esmague bem tudo, e acrescente mais sal se falta.
  • A puré de maçã
Você precisará de 1kg de maçãs, qualquer tipo serve. Quando é para cozinhar, não tem tanta importancia, portanto sugiro que você compre simplesmente as mais baratas… Descasque as maçãs, corte em 4, retire a parte central que tem as sementes, corte em cubinhos e coloque numa panela com uma boa colher de sopa de manteiga, duas colheres de sopa de açucar mascavo, uma pitada de canela e uma outra pitada de sal. Deixe cozinhar com a panela tampada.
Mexe com frequencia com uma colher, e quando começa a secar e queimar no fundo, acrescente um meio copo de água. O cozimento vai levar uns 25 minutos, provavelmente você vai precisar acrescentar água 2 ou 3 vezes. Eu gosto de deixar queimar um pouquinho mais tempo que deveria no fundo da panela, dá um gostinho caramelado bem legal…
  • A linguiça
Compre 600g de linguiça. Pode escolher qualquer uma, os belgas gostam das mais fininhas, de carne de porco, mas qualquer uma serve. Simplesmente coloque em uma frigideira que tenha tampa. Fure as linguiças com um garfo, tampe e deixe fritar na própria gordura. Tampe a panela, vire de vez em quando. Quando você acha que está pronto, corte uma das linguiças para ter certeza que está bem cozido.

Nhoques de Banana da Terra na manteiga de ervas

Só porque era a única que não tinha postado nenhuma receita até agora é que logo estreio com duas!
Degustei este prato no restaurante Sinhá em Pinheiros, e pensei – “Não deve ser tão dificil de fazer. O que não é facil é achar banana-da-terra.” Mas errei, só ir na feira de produtos orgânicos no Parque da Agua Branca, aos sábados e você acha!

Bom, como eles fazem exatamente não sei, mas como fizemos, deu certo. Para umas 6 pessoas comilonas utilizamos:

  • Uma penca de umas 10 bananas-da-terra verdes (será que soa redundante, ou existem maduras?)
  • 3 ovos
  • Farinha quantidade necessária – deu umas duas canecas, mais o menos
  • Sal e pimenta do reino– aquele toque
  • Manteigaumas 100 g
  • Estragón, tomilho e, não usamos mas ficou bom quando aquela vez, sálvia.

Se descascam as bananas com uma faca bem afiada e se colocam na água fervendo até conseguir espetar elas com um garfo facilmente.
Uma vez macias, se amassam com um garfo forte, até ficar um puré. Pode se acrescentar um pouco de manteiga pra ajudar. É, mesmo assim elas são um pouco duras. Colocar os ovos um a um, e continuar amassando o puré. Neste ponto é que espolvoreio o sal e dou aquela girada legal no moedor de pimenta.

Por último, ir misturando a farinha, aos poucos, até ficar uma massa firme, pero sin perder la ternura jamás. Cortar pequenas porções de massa e formar aqueles rolinhos típicos dos nhoques. Cortar eles não muito grandes, melhor pequenos até, porque são mais durinhos dos que de batatas.

Cozinhar eles por partes, em abundante água fervendo, tirar com escumadeira e colocar já numa travessa pra levar à mesa. Nesse momento derreter uma parte da manteiga na frigideira, refogar rápidamente as ervas e acrescentar o restante da manteiga para derreter. Jorrar em cima dos nhoques , mais sal e mais um rolé de pimenta a gosto e glup!

Nós acompanhamos o plato, e ficou muito bom, com linguiças assadas. Mas também pode ser uma carne grelhada, uma salada verde, uma carne seca desfiada na manteiga de garrafa… enfim, experimente e deixe liberada sua imaginação!

Steak au poivre vert (Filé com pimenta verde)

Aqui está mais um clássico da cozinha francesa. É bem fácil de fazer, são simples pedaços de filé mignon, grelhados com pimenta verde. Quando a carne está pronta, se adiciona creme de leite para fazer um molho. Acompanhe com batatas sautées, gratin dauphinois, uma salada verde, ou, como aqui, com uma massa bem grossa, que combina muito bem com esses molhos a base de creme de leite.

Ingredientes, para 4 pessoas:

  • 600g de filé mignon, em um pedaço só, se possível (acho sempre melhor cortar seus próprios bifes, bem grossos, do que deixar o açougueiro fazer).
  • um potinho de pimenta verde, sempre vem em vinagre.
  • 200g de creme de leite
  • sal a gosto
Comece por cortar a carne em bifes bem espessos. Isso depende de como você gosta, mas a vantagem de fazer cortes espessos é que você consegue mais facilmente deixa-los bem torrados para fora e ainda bastante rosados por dentro. Eles terão então mais suco, que, misturado no molho, fica totalmente delicioso. Coloque uma frigideira em fogo bem alto, despeje uma boa dose de pimenta na frigideira, com um fio de oleo, e deixe fritar 2 ou 3 minutos:

Acrescente a carne:

Deixe grelhar, mais ou menos 5 minutos de cada lado, um pouco mais se você não gosta de carne mal-passada (o que seria uma pena!) :

Finalmente, coloque o creme de leite. Deixe no fogo mais um minuto ou dois, mexendo:

Prontinho! A próxima vez, tente trocar a pimenta verde por queijo roquefort, ou por estragão, as três receitas são deliciosas.

Sopa de cebola

Este é um típico prato de bistrô parisense. Em qualquer lugar onde você para, no meio da noite agitada da métropole, pode ter certeza que terá como comer uma sopa de cebola bem perto. É bem fácil de fazer em casa também.

Retire a pele de 8 a 10 cebolas comuns (aquelas que tem a pele marrom, não as brancas nem as roxas), e pique eles bem fino. Em uma panela, aquece duas colheres de sopa de manteiga, acrescente uma pitada de sal, e frite a cebola até ficar bem dourada. Ascende o forno em 250°C. Passe a cebola rapidamente no liquidificador (não faz mal se sobra bastante pedaços ainda), e acrescente um meio-litro de água. Recoloque no fogo por 10 minutos.

Retire do fogo, e despeje a sopa em cumbucas individuais. Cobre a sopa com fatias de pão, de preferência amanhecido. Em cima do pão, cobre com queijo mussarela ralado grosso, ou em fatias se você não tem ralador. Coloque no forno por aproximadamente 25 minutos, ou até que o queijo tenha dourado.

Filé à la béarnaise

Esta receita francesa bem famosa é no mesmo tempo simples e complicada. É simplesmente um pedaço de filé mignon de carne bovina, com o famosissimo molho béarnaise, a base de ovos, manteiga e estragão. Na foto acima, servimos ele com gratin dauphinoise rúcula.O molho

A dificuldade principal é fazer o molho béarnaise. Como todo molho de ovos, sempre há um risco de estragar. Você deverá tomar cuidado na hora de esquentar, para não cozinhar o ovo. Ia formar grumos e estragar tudo. Você vai precisar, para 4 pessoas, de 6 a 8 ovos, bastante estragão, 150g de manteiga, uma meia-xicara de vinho branco seco, 4 colheres de sopa de vinagre branco, uma cebola roxa, e sal.

Começa por picar a cebola muito fino:

Em seguida, coloque uma colher de sopa de manteiga em uma panela, e frite a cebola com uma pitada de sal e muito estragão (não se preocupe, não tem risco de por demais):
Quando a cebola está bem dourada, acrescente uma meia xicara de vinho branco seco e 4 colheres de sopa de vinagre branco. Continue mexendo, até que a quantidade de líquido reduza de metade:
Desligue o fogo, e coe. O líquido vai servir para a béarnaise, o resíduo sólido normalmente não serve para nada, mas não jogue fora, seria um crime! Use por exemplo para temperar a salada verde, ficará ótimo. Detalhe interessante, na Europa se vende o líquido de base pronto:

Mas, claro, ai você não ganha a cebola! Agora, com essa base, fazemos o molho:

Ferva água em uma panela, e coloque outro recipiente dentro, para fazer um banho Maria. No recipiente, coloque o líquido obtido na etapa anterior, e 6 a 8 gemas de ovo. Mexe sem parar, cuidando bem para que o ovo não cozinhe. Se ameaça de embolotar, retire imediatamente da água fervente e espera baixar um pouco a temperatura, sem parar de mexer. Rapidamente, a mistura vai engrossar até parecer um creme. Jogue nele a manteiga, cortada em pedaços. Continue mexendo até a manteiga estar totalmente derretida. Verifique que esteja salgado como você quer, ajuste se necessário. O molho está pronto, reserve.

A carne

Corte um pedaço de filé mignon (conte mais ou menos 600g para 4 pessoas normais, 800g para 4 pessoas gulosas) em filés bem espessos, com a melhor faca que você tenha:


Aqueça uma frigideira em fogo alto. Espere alguns minutos, para que a frigideira esteja o mais quente possível. Derreta uma boa colher de manteiga. Quando a manteiga começa a dourar, coloque os filés. Polvilhe com uma pitada de sal e de pimenta do reino.

O alvo é cozinhar o mais rapidamente possível, por isso tentamos deixar a frigideira mais quente possível. Na França, as pessoas tentam geralmente deixar a carne bem torrada por fora, mas bem vermelha por dentro. É assim que gosto também, e quando você tem uma carne boa, fica maravilhoso. Por isso fizemos filés bem espessos, que é para ajudar o centro a ficar bem vermelho. Deixe 4 ou 5 minuos, e vire os filés.

Faça a mesma coisa do outro lado, polvilhe um pouquinho de sal e de pimenta do reino, e deixe 4 a 5 minutos. Se você conseguiu uma carne boa, vai ficar totalmente suculento. Quando tudo for pronto, monte os pratos colocando uma generosa dose de molho em cima de cada filé.

O dia do nosso jantar, o Iri conseguiu este vinho fabuloso. Perfume muito fino, daqueles onde você consegue sentir o tonel de madeira, e um gosto totalmente surprendente, bem diferente do que você imagina cheirando. Combinou perfeitamente!

Aqui está, para o registro, o festão que fizemos:

Γιουβέτσι mε Θαλασσινα (massa grão de arroz com frutos do mar)

Ingredientes (para 4 a 6 pessoas)

500 g de mexilhões (de preferência na concha)
250 g de camarões crus
125 g de manteiga
1 cebola cortada em tiras finas
2 dentes de alho amassados
4 a 5 tomates, pelados e peneirados
1/2 colher de chá de açúcar
500 g de kritharáki (massa em formato de arroz)
200 g de quejo brebis (de ovelha)
sal
pimenta preta moída
Preaquecer o forno à 180º C.
Lavar e escovar as conchas e colocar para cozinhar em água apenas até que elas se abram. Escorrer e reservar o caldo. Jogar fora as conchas que não abriram. Retirar os mexilhões das conchas e lavar delicadamente em água corrente.
Acredito que essa primeira parte pode ser pulada, pois é muito difícil encontrar mexilhões ainda nas conchas para vender no Brasil. Normalmente, encontramos mexilhões congelados sem casca, mas é bom também. Seguindo então:
Lavar os camarões. Derreter a manteiga em uma frigideira e cozinhar os camarões em fogo baixo, até que eles fiquem rosados.
Juntar o alho e a cebola e dourar um pouco. Colocar os tomates, um pouco do caldo dos mexilhões (ou água se o mexilhão era congelado), os mexilhões e o açúcar, temperar com o sal e a pimenta e cozinhar lentamente (em fogo baixo) por 10 minutos.
Retirar do fogo e juntar a “massa arroz” . Colocar em tigelas, até a metade, tantas quantas forem as porções desejadas. Pode também usar um prato grande, mas ainda assim encher somente a metade. Colocar água fervente em cima até encher a tigela ou o prato e mexer.
Levar ao forno que estava preaquecido de 30 a 40 min. Note que 180ºC é para um forno muito bom, onde temos certeza da qualidade da temperatura (como num forno elétrico ou um excelente forno a gás). Num forno de fogão normal é bom deixar um pouco mais quente em torno de 250ºC.
Um pouco antes do fim do cozimento, repartir o queijo de ovelha (brebis) e colocar em cima do prato e deixar gratinar. Servir fervente.
*O kritharáki é uma massa em formato de grãos de arroz que por muitas vezes desconcerta a quem a degusta pela primeira vez, pois seu formato destoa do sabor.
No Brasil, só consegui encontrar até agora o produto importado, comecializado pela Barilla com o nome de Risoni.
A receita é típica das Ilhas Jônicas, um grupo de ilhas na Grécia. As sete são, de norte para sul: Corfu (Κέρκυρα), Paxos (Παξοί), Levkas (Λευκάδα), Ítaca (Ιθάκη), Cefalónia (Κεφαλλονιά), Zante (Ζάκυνθος) e Citera (Κύθηρα).
O nome jônicas é uma curiosidade geográfica, já que a região da Jônia, na Antiguidade, ficava a leste da Grécia, na costa do Mar Egeu, onde hoje fica a Turquia. O nome pode ter sido derivado do fato de que algumas das ilhas foram colonizadas pelos povos jônicos da Grécia Antiga. Ítaca era o nome da ilha natal de Ulisses no antigo poema épico grego A Odisséia, de Homero. Tentou-se identificar a Ítaca atual com a antiga, mas não é possível localizar a ilha pela descrição de Homero. (da wikipedia).
Para beber podemos escolher um Retsina ou, na falta deste, um Vinho Verde.

Peixe e legumes no vapor, molho de alho

Este é um almoço despretensioso que fiz hoje… Totalmente simples, totalmente saudável e totalmente gostoso… Você precisará daquele prato metálico furado que se encaixe numa panela e que serve para cozinhar coisas no vapor, e não para escorrer macarrão…
Pegue algumas batatas, cenouras e vagens, ou outros legumes da sua preferência,  corte em pedaços bem grandes, e coloque na cesta metálica, numa panela com um terço de água. Tampe e deixe cozinhar por 25 minutos, ou até que os legumes estejam no ponto que você acha bom quando enfia uma faca dentro. Polvilhe com salsa e cebolinha.
Enrole alguns filés de pescada branca ou de linguado em volta de um pedaçinho de pimentão, enrole numa folha de alho-porro ou de cebolinha, e atravessa com um palito para que não se desfaça. Cozinhe na mesma cesta, depois de retirar os legumes, por 5 a 10 minutos.
Você reparou que não vai nem sal nem gordura? O cozimento no vapor deixa tudo com um sabor fantástico.
Para o molho, bate 3 colheres de sopa de coalhada, uma colher de chá de alho picado, uma pitadade sal (aqui sim…) e o suco de um meio limão no liquidificador.

Burritos


Isto é um famosissima representente da comida mexicana. Se trata de um farto lanche feito com um tipo de panqueca de massa de trigo, a tortilla, recheada com carne, legumes e feijão. Na receita apresentada aqui, adicionamos ainda molho de queijo e guacamole, para obter um burrito como você nunca comeu antes…

Os recheios ficam melhores se são preparados separadamente, e juntados somente na hora de montar o burrito:

Acima aparecem os quatro recheios: a carne, o feijão e o molho de queijo e o guacamole.
As tortillasPara 4 pessoas, faremos 8 ou 9 tortillas. Coloque 300 a 400g de farinha de trigo numa saladeira, um fio de oleo, uma pitada de sal, e água. Vai misturando e sovando com as mãos, acrescentando a água aos poucos até chegar a uma consistência qui parece boa para trabalhar.
Polvilhe farinha numa superfície grande, e coloque um punhado de massa do tamanho de uma bola de ping-pong na mesa. Abre com um rolo de massa até chegar a um disco muito fino de mais ou menos 30cm de diametro. Faça o mesmo com toda a massa, empilhando as tortillas bem enfarinhadas para que elas não grudem entre si.

Depois de preparar os recheios, cozinhe as tortillas colocando elas numa frigideira grande, sem oleo, a fogo brando, de cada lado. Não deixe elas cozinhar por muito tempo, 2 ou 3 minutos no máximo. Elas devem sair bem moles ainda, pois precisaremos enrolar elas.

O recheio de carne

Frite uma cebola grande e um pimentão picados em azeite. Acrescente dois tomates em cubinhos, e 500g de carne moída. Acrescente bastante cominho, e, se está pronto para o autêntico burrito, uma generosa dose de pimenta. Deixe cozinhar com a panela tampada, até a carne ficar bem cozida mas não deixe secar completamente.

O recheio de feijão

Cozinhe 300g de feijão numa panela de pressão. Acrescente em seguida uma cebola, um pimentão e duas tomates, todos cortados em cubinhos. Acrescente sal e muito cominho. Deixe o caldo engrossar até ficar pastoso.

O guacamole

Abre um abacate bem maduro, despeje a polpa numa cumbuca, acrescente um tomate picado bem fininho, um fio de azeite, o suco de um meio-limão e sal a gosto. Esmague o todo com um garfo até o abacate ficar cremoso. acrescente pimenta se quiser.

O molho de queijo

Pique 8 fatias de queijo cheddar derretido (aquelas que vem num plástico, sabe? para colocar em lanche), coloque numa panela com uma ou duas xicaras de leite. Cozinhe em fogo baixo, mexendo sempre, até o queijo ficar totalmente derretido e o molho ficar cremoso.

Quando tudo for pronto, prepare os burritos: pegue uma tortilla, e coloque em cima um pouco dos quatro recheios, e alguns pedaços de pimenta jalapeña.


Para fechar o burrito, começe para dobrar a parte inferior (o “fundo”), depois um lado, depois o outro. O topo fica aberto, como na primeira foto. Pode também embalar em papel manteiga ou alumínio para ajudar a guardar a forma. Pode necessitar treinar um pouco, mas a técnica se aprende rapidamente.

Se você consegue comer mais que dois desses burritos, fará parte de um círculo muito fechado, e encorajamos você a registrar a sua performance aqui nos cometários!

Carbonnades à la liégeoise

Esta é uma variação das famosas Carbonnades flamandes, um ícone da cozinha belga, que sem dúvida aparecerá aqui em breve. Como tudo que é chamado “à la liégeoise”, em referência à cidade de Liège, tem um molho doce, feito com frutas.

É um prato de carne (as carbonnades são cubos de carne), embalada em tiras de bacon, e cozida em um molho de cebolas, cerveja preta e sirop de Liège ou geleia. Pode ser servido com vários acompanhamentos, mas se você quer fazer algo bem belga, serão batatas, fritas ou, como aqui, cozidas e depois sautées.


Para 4 pessoas, Você vai precisar, para começar, de 600g de carne bovina (pode ser qualquer pedaço, alcatra, coxão mole, coxão duro. Quando a carne cozinha muito tempo em um molho, pode muito bem ser uma carne de menor qualidade, mais dura). Corte essa carne em 8 a 10 pedações, e embale cada pedaço em tiras de bacon. Amarre com barbante.

Lave um pequeno kilo de batatas bem pequenas. Não descasque, mas tire os nós e partes machucadas. Corte cada uma em quatre, cobre de água fria salgada e deixe ferver durante mais ou menos 15 minutos. Teste com uma faca, quando a batata estiver quase cozida mas ainda um pouco dura, retire do fogo e escorre a água.

Em outra panela, frite 2 ou 3 cebolas picadas bem fino em um pouquinho de manteiga. Quando estão bem amarelos, adicione os pedaços de carne. Continue fritando até o bacon ficar dourado. Adicione em seguida uma lata de cerveja preta (qualquer uma serve, minha preferida é a bohemia preta), e 3 boas colheres de sopa de sirop de Liège ou de geleia.


O sirop de Liège é uma pasta feita de suco de frutas e açucar, típica da região de Liège mas fácil de encontrar na Bélgica toda. Fora da Bélgica, infelizmente, é quase impossível de encontrar, mas esta receita ficará quase igual se você usar uma geleia qualquer.

Deixe cozinhar em fogo brando durante mais ou menos 30 minutos, ou mais se você tiver tempo (mais tempo melhor). Ajuste o sal, e adicione uma colher de chá de farinha ou maizena, para engrossar um pouco o molho.

Enquanto a carne cozinha, coloque uma colher de sopa de manteiga nas batatas cozidas, e um punhado de salsa e cebolinha. Coloque no fogo, e frite (=sauté) levemente, sem parar de mexer. Pare quando as batatas começam a dourar, a esfarelar e a grudar no fundo da panela.

Prontinho! O ideal para acompanhar este prato é, como para quase toda a culinária belga, cerveja. Se você encontrar uma cerveja belga, melhor (a Leffe e a Hoegaarden são agora fácil de encontra no Brasil), mas a defeito, tem várias cervejas brasileiras que combinarão muito bem, como a bohemia confraria ou a bohemia preta, ou qualquer outro tipo de cerveja escura e com gosto bem forte.

Bom apetite!

Älplermakronen ou "Macarrão dos Alpes"

Foto fresquinha, do macarrão feito minutos atrás!

 

Receita fácil e saborosa, um prato típico suíço (achou que era só fondue e raclete??!!). Que tal impressionar hoje à noite? 😀

Basicamente um macarrão com… batatas e queijo! E creme de leite! Segundo nosso amigo suíço Michael, que está ali na cozinha preparando e ditando pra mim as quantidades, as pessoas por lá dizem que este é um prato pra se fazer quando se tem batatas sobrando, hehe!! Ele diz que a proporção tradicional é mais ou menos o mesmo peso em massa, batata e queijo. Mas o Michael particularmente coloca MAIS queijo!!

Então, mãos à obra!
Para 4 pessoas, colocamos pra cozinhar 4 batatas grandes em cubinhos em uma panela de 5 litros com água fria. Assim que a água ferver, vamos esperar 5 minutos e acrescentar nessa mesma panela, junto com as batatas, a massa, 400g de penne. Cozinharemos mais o tempo necessário para a massa, no caso, cerca de 10 minutos.
Numa tigela separada, você deve ter cerca de 400g de queijo ralado. Nós estamos usando um mistura de gruyère e emmenthal, pois o toque é suíço 😉 Mas creio que é possível abrasileirar ou dar o toque pessoal, de acordo com os seus queijos preferidos. Vale uma primeira tentativa com essa mistura suíça, claro! Essa mistura foi temperada com um pouco de pimenta e noz moscada moídas na hora.
Agora, uma pequena controvérsia alpina: colocar ou não um pouco de presunto cozido. Nós estamos usando, cerca de 100g, também ralado e misturado aos queijos.
Quando o macarrão finalmente estiver cozido, escorreremos a água e vamos misturá-lo ao queijo e a cerca de 250g de creme de leite fresco. Hummm!!! Assim já pode ser considerado pronto, é um jeito de serví-lo. Nós temos um porém: é possível gratiná-lo! Então nós guardamos um pouquinho do queijo para pôr por cima e metemos tudo no forno. Esperamos criar aquela linda casquinha dourada e finalmente servimos!
Vai acompanhado de purê de maçãs (!!!) ou uma saladinha e coberto por cebolas carameladas (fritinhas na manteiga).
Guten appetit!
Você sabia? Segundo fontes locais (o Michael, aqui do meu lado) essa receita surgiu como uma forma de reaproveitar sobras, e acabou tornando-se um ícone da culinária suíça.
Pelo mundo: Enquanto um suíço consome em média 20kg de queijo por ano, no Brasil, a média per capita/ano é de apenas 3kg.

Lasanha (Lacto)Vegetariana

Aaron Shaw apresenta a lasanha colaborativa. 

Esta receita é mais uma invenção da confraria (o que não quer dizer que outras mentes já não a tenham inventado também por aí!) e se tornou um estrondoso sucesso, tendo aparecido pela primeira vez para comemorar um aniversário do nosso querido amigo Sergio Amadeu. Aliás, rolou uma permuta: troca-se duas lasanhas por um computador!! A tradicional lasanha à bolognesa perdeu seu brilho e ficou de lado após os primeiros “humms” e “nhams” provocados pela concorrente.
Orgulhosamente apresentamos a famosa Lasanha Vegetariana “da Mariel”.

Nós podemos prepará-la com um ou dois molhos. O vermelho é indispensável, e o branco pode ou não ser usado, para cobrí-la e gratiná-la. Note que ela acaba tendo duas versões: a vegetariana estrita e a lactovegetariana 😀
Na verdade, vegetariana mesmo eu nunca fizemos, porque não dispenso o queijo.
O recheio é composto por camadas do saboroso molho, queijo, berinjela, cenoura e abobrinha. E massa, claro. Parece besta, não? Mas vamos aos segredos, que a gente acredita em código aberto e conhecimento compartilhado!

Você vai precisar de (aproximadamente):

1 1/2 kg a 2kg de tomates maduros (bem vermelhos!)
2 ou 3 berinjelas médias
3 ou 4 cenouras médias
2 ou 3 abobrinhas médias

alho

manjericão

garam masala
azeite de oliva

queijo mussarela (mais ou menos meio quilo)
queijo parmesão para gratinar
massa pronta para lasanha
(eu uso uma seca de cozimento rápido)

Falaremos do molho branco oportunamente.

Dois segredos importantes são:

grelhar os vegetais – nós vamos fazer lâminas não muito finas (cerca de 2mm de espessura) das abobrinhas, berinjelas e cenouras também, e, antes de usá-las para fazer camadas na lasanha, vamos dispor de uma chapa ou frigideira aquecida para grelhar rapidamente cada fatia dos dois lados. Isso vai “selar” os ingredientes, reter o sabor, e… sei lá, tô inventando! Mas fica legal, já experimentei com e sem o processo.

temperar o molho com manjericão + garam masala.E um pouco de açúcar. Já não se sabe mais como surgiu essa mistura, mas o toque todo especial e sabor inigualável creio que esteja aí, embora esta seja uma análise além do nosso alcance de seres terrenos.
Mas que diacho é garam masala? É uma mistura de temperos indiana, que leva sementes de coentros, cominhos, cardamomo, cravo-da-índia e canela, mas que evidentemente varia de cidade pra cidade, casa pra casa, etc. Eu compro ela pronta num restaurante indiano perto de casa, mas se na sua cidade não tem, você pode tentar uma receita caseira.

O molho vermelho é um “sugo” básico: aqueça azeite de oliva, coloque dois ou três dentes de alho para dourar (cuidado pra não queimá-los! Se queimar, melhor começar tudo de novo.) Acrescente os tomates, cortados em 4, de preferência sem pele, mas essa história de tirar a semente eu acho um desperdício! Deixe, toda vida, fogo brando, mexendo às vezes. Os tomates vão começar a se desmanchar, mas a idéia é que o molho fique “pedaçudo” mesmo. Nada de bater no liquidificador!
Quando estiver nesse ponto, vamos acrescentar:

um bom punhado de folhas de manjericão fresco, mal picadas,
uma colherzinha de garam massala (com o tempo você vai adaptando a dose ao seu paladar),
e uma meia colher de açúcar (eu uso o mascavo).

Pra ser bem sincera, quase sempre abro mão do sal – confio no sal dos queijos e pra mim já é suficiente – mas é aqui que o sal vai. Coloque também umas pitadas de pimenta-do-reino moída na hora.

Esse molho, bem apurado e denso, vai servir de amálgama e de meio para cozinhar a massa. Molho pronto, legumes fatiados e grelhados, podemos seguir para a montagem. Nesse ponto você já pode ligar o forno, pra ir pré-aquecendo.

Um refratário retangular, de 40 cm X 20cm, aproximadamente. Primeiro, cubra o fundo com molho, uma camada fina que pode ser bem líquida. Depois,uma camada de massa. Cubra essa massa com uma farta camada de molho. (Mais um segredo aqui, básico para todas as lasanhas: a massa deve sempre ficar entre duas camadas de molho.) Aí, colocamos uma camada de um dos vegetais, o queijo mussarela (“tipo” mussarela) previamente ralado grosso, molho, e massa novamente. Está pronto pra começar uma nova camada, desta vez com outro dos vegetais: molho, cenoura (por exemplo), queijo, molho, massa. Molho, berinjela, queijo, molho, massa. Vá fazendo até quase encher a fôrma. A última camada vai ser massa.
“Mas espera aí, a massa não tinha que estar sempre entre molhos?”
Sim! Muito bem! A última camada vai ser massa, coberta de molho e queijo para gratinar!

E nessa cobertura, as variações: o molho da última camada pode ser branco, coberto de parmesão. Ou ainda, pode ser molho vermelho coberto com fatiazinhas de tomate-cereja (ou outro tomate pequeno) e salpicado com parmesão e algumas folhas de manjericão, o que fica lindo!

Você vai levar essa pesada fôrma ao forno pré-aquecido por cerca de 40 minutos, ou conforme as instruções da embalagem da massa.
É um prato aromático e dispensa acompanhamentos. A não ser um bom tinto leggero!