Rougail de banana da terra e zembrocal

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Estes são dois pratos típicos de Madagascar e da Reunião. O rougail tradicional é de linguiça (rougail saucisse), mas tem muitas variações possíveis. Esta com banana da terra ficou muito boa e totalmente exótica. Se trata de um cozido de tomates e pimenta, com bastante gengibre e cúrcuma. Tem muitas receitas onde se troca o ingrediente principal (achei por exemplo receitas com linguiça, banana da terra, manga, abacate, amendoim, ou bacalhau). O zembrocal, um acompanhamento recomendado por todos os blogs com sendo o melhor para esse prato, é um tipo de risoto feito com batata e cúrcuma, e realmente, vale o desvio por ele só.

O preparo é bem fácil e rápido. As receitas a seguir vem (principalmente) desta e esta. As quantidades a seguir são para 2 pessoas:

Para o rougail:

  • 1 cebola
  • 4 tomates
  • 2 ou 3 pimentas vermelhas grandes
  • 2 colheres de chá de gengibre fresco descascado e picado
  • 6 dentes de alho
  • 3 bananas da terra
  • 1 colher de sopa de cúrcuma
  • 2 colheres de sopa de óleo de amendoim

Para o zembrocal

  • 1 cebola
  • 2 dentes de alho
  • 1 batata grande
  • 1 xícara de arroz comum (agulinha)
  • 1 colher de sopa de cúrcuma
  • 1 colher de sopa de óleo de amendoim
O rougaiL

Pique o alho, as pimentas, a cebola e o gengibre. Coloque numa numa panela com o óleo de amendoim. Deixe dourar. Acrescente as bananas da terra descascadas e cortadas em pedaços bem grandes. Deixe fritar por alguns minutos, mexendo com frequência. Acrescente os tomates picados, tampe a panela, acrescente sal a gosto, e cozinhe em fogo baixo por 10 a 15 minutos, mexendo de vez em quando, até os tomates desmancharem e formarem um molho. As bananas devem ficar bem inteiras ainda.

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O Zembrocal

O preparo é muito fácil: Pique o alho, a cebola e a batata em cubos bem pequenos, deixe fritar o todo por alguns minutos numa panela com o óleo. Quando começa a pegar no fundo da panela, acrescente o arroz, deixe fritar um minuto mexendo sem parar. Cubra com água, acrescente sal a gosto, e deixe cozinhar em fogo baixo, acrescentando água novamente cada vez que começa a secar, por 15 a 20 minutos, até o arroz e as batatas ficarem totalmente cozidos. Alguns minutos antes do fim, quando está quase cozido, acrescente o cúrcuma, e misture bem. Deixe evaporar a água sobrando até formar um caldo bem grosso.

  zembrocal

Efo Riro

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O Efo Riro é um ensopado famoso da Nigéria. É feito a base de peixe, carne, e uma folha local impossível de achar por aqui, mas que podemos trocar facilmente por espinafre. Tem versões que são mais como uma sopa, e outras onde os ingredientes ficam mais firmes, como a que fizemos aqui.

O Efor Riro pode ser acompanhado de mil coisas, mas fiz aqui um dos mais típicos, que se chama “swallow“, que é uma palavra nigeriana para designar esses acompanhamentos para sopa.

  • Um maço de espinafre (600-800g)
  • 2 filés de saint-pieter ou outro peixe firme
  • 200g de carne bovina
  • 1 colher de sopa de caldo de camarão em pó
  • 2 tomates
  • 1 cebola
  • 1 pimenta vermelha grande (ou mais…)
  • 4 colheres de sopa de azeite de dendê
  • 1 xícara de farinha de trigo integral
  • 500ml de água

Para os swallows: Coloque a água para ferver. Quando ferve, retire a metade (250ml), e coloque a farinha na água que ficou na panela. Misture por 5 minutos, girando sempre no mesmo sentido. Acrescente os 250ml retirados antes. Deixe cozinhar em fogo baixo, mexendo como para uma polenta (isto é: sem parar), por 15 minutos, até começar a endurecer. Deixe esfriar um pouco, e espalhe em um filme plástico. Feche o filme, para fazer como um envelope.

Bata os tomates, a cebola e a pimenta no liquidificador. Aqueça o azeite numa panela, e, quando o azeite está bem quente, acrescente o molho de tomate. Deixe cozinhar por uns 5 minutos. Acrescente o caldo de camarão, a carne e o peixe cortados em cubos. Deixe cozinhar por mais 5 minutos, sem mexer para não desmanchar o peixe.

Lave o espinafre e trinche, com os cabos. Acrescente na panela. Tampe e deixe cozinhar por 5 a 10 minutos.

Abre um lado do filme dos swallows, e retire um dos lados  do filme. Enrole o swallow sobre ele mesmo, retirando o resto do plástico na operação.

Ounjẹ ajẹye o!

Sanduíche africano de ovo e cebola

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Este sanduíche super simples é um clássico de comida de rua na África Occidental. Comi por todo lugar em Dakar. O cara frita uma cebola na hora, na sua frente, mistura ovo, e recheia com isso uma porção bem grande de um baguete finíssimo e crocante (herança francesa, você pode achar pão espetacular na áfrica francófona) e embala o todo em um papel de jornal, na maneira dos shawarmas.

Fazer esse sanduíche em casa é muito fácil. Para dois sanduíches, você precisa de 2 cebolas grandes e 4 ovos. Corte as cebolas em fatias grossas, frite em uma colher de sopa de manteiga, até ficar bem dourado. Acrescente uma boa pitada de sal. Bate um pouco os ovos juntos em uma tigela, e despeja por cima da cebola. Deixe fritar por 5 minutos, e vire por pedaços, com uma espátula. Não precisa ficar inteiro como um omelete. Deixe fritar mais, virando os pedaços até tudo ficar bem dourado.

Recheie pedaços da melhor e mais fina baguete que você consegue encontrar, retirando um pouco do miolo da baguete, para deixar mais espaço, e colocando o máximo de recheio possível!

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Frango Yassa

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Alguns dizem que o frango yassa é o prato mais famoso do Senegal (acho que o mais famoso é a Thieboudienne, mas a concorrência é forte). Se trata de frango marinado no suco de limão, e cozido com muita cebola. É bem simples de fazer, nenhum ingrediente é difícil de encontrar. O preparo (fora a marinada), dura em torno de 40 minutos. Para 4 pessoas:

  • 600g de sobrecoxas de frango
  • 6 ou 7 cebolas grandes
  • 6 limões (verdes ou sicilianos, como prefere)
  • 2 colheres de sopa de mostarda de Dijon
  • 6 colheres de sopa de óleo vegetal (canola, girassol ou qualquer outra)
  • 6 colheres de sopa de azeite de dendê

Comece por deixar o frango marinar com um colher de chá de sal, e o suco de 2 limões. Mexa de vez em quando para que a marinada envolva bem o frango. Idealmente faça isso uma hora antes de fazer o resto, para deixar marinar bastante tempo.

O resto é muito simples. Corte a cebola em fatias bem grossas, e deixe fritar no óleo vegetal, mexendo com frequência, até a cebola ficar bem dourada. Retire a cebola da panela e reserve. Acrescente os pedaços de frango e o azeite de dendê, e deixe os pedaços dourar, virando eles para dourar de todos os lados. Reserve a marinada. Isso tudo demora mais ou menos 30 minutos.

Quando o frango está ficando dourado, acrescente a marinada, a mostarda, e o suco de todos os limões restantes. Cozinhe com a panela tampada, por mais uns 10 minutos, acrescente a cebola, sal (e pimenta) ao gosto, e deixe cozinhar em fogo baixo por mais alguns minutos, para os gostos se misturarem, mas não deixe a cebola desmanchar! Este prato fica bom quando esta cheio de cebola.

Sirva com arroz branco, ou, como aqui, com cuscuz marroquino.

Curry africano

Conheci este curry na África do Sul. Ali tem uma importante comunidade indiana, e vários itens da culinária indiana se difundiram pelo país todo. Em qualquer canto do país hoje se fazem curries como este, que não tem mais tanto a ver com os curries indianos originais, mas fica delicioso do mesmo jeito. Normalmente não vai carne, mas pode acrescentar se preferir. A receita a seguir é uma base, tem inúmeras variações, e não se deve ter medo de experimentar com outros legumes, carnes, ou até frutas. O  importante é ter bastante batata, porque é o que faz o molho grosso típico. O resto depende da sua inspiração. A mistura de temperos também pode ser objeto de experimentações (ver abaixo).

Para 6 pessoas:

  • 1 kg de batatas
  • 500 g de cenouras
  • 1 abobrinha grande
  • 2 cebolas
  • 1 berinjela
  • 500 g de carne bovina ou frango (facultativo)
  • 250 g de massas de tipo parafuso, penne ou tubinhos
  • 4 colheres de sopa de curry em pó
  • sal
  • pimenta ao gosto (idealmente use algumas pimentas pequenas frescas)

Também pode acrescentar muitas outras coisas como maçã, bananas, leite de coco, batata doce, mandioca, alho poró, salsão, feijão branco (cozido), quiabo, uva passa, ervilha, o que tiver na sua geladeira! Nunca vi algo ficar ruim nesse curry…

O preparo é muito simples: Corte todos os legumes em cubos grossos, e coloque todos os legumes e carnes se tiver numa panela grande. Acrescente sal e pimenta a gosto (se usar pimentas frescas, retire as sementes), e acrescente água quase até cobrir tudo. Deixe cozinhar por mais ou menos 45 minutos com a panela tampada, mexendo com frequência e acrescentando mais água se engrossar muito, para que não grude não fundo da panela. Está no ponto quando as cenouras estão bem cozidas, e as batatas estão se desmanchando para formar um molho grosso. Acerte o nível de sal se precisar. Nesse momento, acrescente mais 2 xícaras de água, e coloque as massas no curry. Deixe cozinhar por mais 15 minutos, mexendo com frequência, até as massinhas ficarem bem cozidas.

Se for usar outros ingredientes, especialmente frutas, é melhor coloca-los mais pelo fim do cozimento, para eles não desmanchar totalmente. Se for usar leite de coco, coloque ele no final, depois de tudo ficar pronto, para ele dar o máximo de sabor.

Sirva assim mesmo, sozinho, se quiser acompanhe com pão, ou, para ser mais indiano, chapatis.

O tempero

Poderiamos escrever muito sobre o tempero do curry. Tem também inúmeras maneiras de obter um tempero bom para um curry. O mais simples é comprar curry em pó pronto no supermercado. Mas geralmente esses curries não são muito bons,  tem muito sabor de caldo de legumes e pouco sabor de curry. Fazer seu curry em casa é bem fácil, e tem muito, muito mais gosto. Uma versão bem simples que fazem bastante na África do Sul, é simplesmente masála + cúrcuma + coentro em pó. Como masála não é tão simples de achar no Brasil (até agora só vi em lojas indianas ou alguns empórios finos), uma versão simples que faço muito é cominho + piri-piri (ou alguma outra pimenta em pó) + cúrcuma + coentro em pó. Mas você poderia também fugir totalmente do aspecto tradicional, e usar uma mistura parecida, por exemplo pimenta do reino + coentro em pó + cardamomo, ou canela + noz moscada + cominho + pimenta…

Um ponto importante do curry é a pimenta. Na Índia curries são tão fortes que se fizer igual, provavelmente nenhum dos seus convidados iria conseguir comer mais de uma colherada. Na África do Sul, gostam do curry bem forte também. Eu aconselho realmente tentar fazer ele bem apimentado, mesmo se não tiver certeza que todo mundo vai gostar. Realça todos os sabores, proporciona uma experiência muito mais intensa, e tem o “efeito curry”: As primeiras colheradas ardem bastante, mas conforme você chega ao fim do seu prato, descobre que o ardido passou, e que na verdade você comeria um outro prato…

Moambe

Também chamado frango à moambe ou frango ao molho moambe, esse prato é um grande clássico da região central da África, especificamente do Congo.
Se trata de frango que cozinha em um molho de dendê muito espesso. Acompanha tradicionalmente arroz branco e saka-saka (folhas de mandioca cozidas). Também é comum acrescentar mangas, amendoim, coco ralado e banana da terra frita (no dendê, claro).
A receita comporta dois elementos muito difíceis de achar no Brasil: a polpa de dendê e o saka-saka. O saka-saka pode ser facilmente trocado por espinafre, o gosto fica só um pouquinho diferente. No norte do Brasil se usa folha de mandioca para fazer manissoba, mas não consegui encontrar em São Paulo. A polpa de dendê, infelizmente, ainda não encontrei em nenhum lugar. O resto dos ingredientes é bem fácil de achar, e o preparo é bem simples também. Para 4 pessoas:
  • 1 lata de polpa de dendê
  • 300ml de azeite de dendê
  • 4 a 6 sobrecoxas de frango, ou um frango inteiro. A receita original pede especificamente um frango velho, mas o frango da Korin fica ótimo.
  • 2 cebolas
  • 4 bananas
  • 2 tomates
  • 4 bananas da terra
  • 1 maço de espinafre
  • 300g de arroz
  • 50g de coco ralado
  • 100g de amendoins torrados
  • 2 mangas
  • pimentas malagueta

 

O moambe
Começa por fritar o frango por alguns minutos em um pouco de azeite de dendê em uma panela grande. Acrescente uma cebola e meia picada, deixe dourar um pouco mais, acrescente um tomate e meio picado, e a polpa de dendê. Acrescente quase todo o azeite de dendê (deixe mais ou menos 50ml para fritar as bananas da terra) e uma colher de chá de sal. Tampe a panela, e deixe cozinhar por mais ou menos 1 hora e meia, mexendo de vez em quando. Atenção, o molho faz sujeira bem chata de limpar. Na metade do cozimento, acrescente as bananas (não as da terra) cortadas em rodelas. No final do cozimento, o azeite e a polpa formam um molho bem espesso e homógeno.
O saka-saka
Faremos aqui uma versão semelhante com espinafre. Fatie o espinafre bem fino (folhas e talos), e coloque em uma panela, cobrindo com água. Acrescente uma colher de chá de sal, e deixe ferver por 15 minutos. Escorra a água. Frite em uma frigideira a meia-cebola e o meio-tomate restantes em uma colher de sopa de azeite de dendê, e acrescente ao espinafre. Acrescente 4 ou 5 colheres de sopa do molho do moambe, e misture bem.
As bananas da terra fritas
Corte as bananas da terra em rodelas, e frite no restante de azeite de dendê, pouco por pouco (não enche demais a frigideira senão fica difícil fritar por igual)

O molho “diabólico”

Esmague algumas pimentas malaguetas, e acrescente uma ou duas colheres de sopa do molho de moambe, misture.

Sirva tudo junto, com arroz (cozido normalmente), pedaços de manga, amendoins e coco ralado. Acompanhe, como na África, de cerveja bem gelada!

Couscous royal

O couscous (cuscuz) é sem dúvida o arroz com feijão de todo o Maghreb (Marrocos, Argélia, Tunísia). Tem milhões de receitas e modos de fazer, mas a combinação de base é sempre mais ou menos a mesma: Sêmola de trigo (o couscous), “sopa” de legumes e (opcionalmente) carne(s). A versão apresentada aqui não é nenhuma versão típica (embora seja mais de tipo marroquino, diz a Marina). Nos restaurantes, costumam chamar este couscous de royal quando tiver todas as opções (vários tipos de carne), mas você pode muito bem fazê-lo com um tipo só, ou mesmo sem carne nenhuma.
O ingrediente principal, a sêmola de couscous, é bastante fácil de encontrar no Brasil hoje em dia (tem na casa Santa Luzia, no Pão de Açúcar, etc). O segredo está no tempero, chamado ras-el-hanout. É uma mistura complexa de temperos, geralmente feita a base de cardamomo, cravo, canela, pimenta, coentro, cominho, cúrcuma e noz moscada, mas pode incluir vários outros ingredientes. No Brazil você encontra ele também chamado de “7 pimentas” ou “bahar”
  • 300g de sêmola de couscous
  • 300g de asas ou coxinhas de asas de frango
  • 300g de linguiça fina apimentada (merguez)
  • 300g de carne bovina (coxão mole, alcatra) em cubos
  • 1 cebola grande
  • 2 cenouras
  • 1 abobrinha
  • 200g de grão-de-bico seco
  • 1 quarto de abobora ou moranga
  • 1 xícara de uva passa verde
  • 1 tomate
  • 4 colheres de sopa de ras-el-hanout
  • 2 colheres de sopa de mel
  • 1 colher de chá de sal
O preparo todo dura mais ou menos 1h30. Comece por cozinhar o grão de bico numa panela de pressão com 1/3 de altura da panela de água, por mais ou menos 30 minutos contados a partir de quando a panela apita. Enfie os cubinhos de carne em palitos de churrasquinho, e dispõe todas as carnes numa assadeira. Asse em forno quente (>250°) por mais ou menos 1 hora.
Enquanto o grão de bico cozinha, corte os legumes em pedaços grossos (do tamanho de um morango). Quando o grão de bico cozinhou 30 minutos, deixe sair o vapor, abre a panela e coloque todos os legumes, o sal e o ras-el-hanout. Coloque um pouco de água se secou muito (o líquido tem que chegar mais ou menos a metade da altura da panela, estamos fazendo uma sopa!) e tampe a panela. Continue a cozinhar na pressão por mais 20 a 25 minutos.
Deixe novamente sair o vapor, abre a panela e adicione o mel e a uva passa. Deixe cozinhar sem tampar por mais 5 a 10 minutos. Enquanto isso, despeja o couscous numa tigela resistente ao calor, e faça ferver meio-litro de água. Despeje a água fervente em cima do couscous até cobrir todo o couscous (isso é a medida). Deixe assim sem mexer por 3 ou 4 minutos, depois mexe com um garfo. Se quiser, pode colocar alguns pedacinhos de manteiga por cima, e colocar no forno por alguns minutos.
Sirva as 3 partes, couscous, sopa e carnes, separadas ou monte os pratos colocando couscous primeiro, depois regue com a sopa, e coloque pedaços de carne por cima.

Thieboudienne

A thieboudienne é o prato nacional do Senegal. O nome significa, em Wolof, “arroz com peixe”. Neste prato o peixe e o arroz são cozidos em um caldo feito com o peixe e vários legumes. A maioria dos ingredientes é fácil de achar, mas, claro, teremos que trocar o peixe local senegalés (o thieb) por algum peixe daqui…

  • 800g a 1kg de peixe fresco em postas (namorado, cação, o que você achar)
  • 50g de peixe seco, ou uma colher de sopa de caldo de peixe ou de camarão em pó
  • 3 tomates
  • 1 abobrinha
  • 2 cenouras
  • 1 cebola
  • 500g de abóbora
  • 3 colheres de sopa de óleo de amendoim (ou algum outro óleo, mais uma colher de sopa de pasta de amendoim)
  • 400g de arroz comum
  • 2 litros de água

Frite o peixe dos dois lados no óleo bem quente, até dourar. Retire o peixe, reserve, e adicione todos os legumes cortados em pedaços bem grossos. Adicione também o peixe seco (ou o caldo de peixe), e a pasta de amendoim (se você não usou óleo de amendoim).
Deixe dourar um pouco, e adicione 2 litros de água. Tampe a panela e deixe ferver em fogo médio por 30 minutos, até os legumes começarem a ficar bem macios. Ainda tem que sobrar bastante caldo, pois precisaremos dele para cozinhar o arroz. Se tiver evaporado muito, adicione mais um pouco de água e espere até ferver.

Em uma outra panela, aqueça um pouco de óleo, e frite o arroz por alguns minutos, mexendo sempre, até os grãos ficarem transparentes. Adicione duas ou três conchas do caldo da outra panela. Deixe absorver, mexendo sempre, e adicione mais caldo. Repite isso até o arroz ficar bem cozido, como faria para um risotto.

Quando o arroz está cozido, coloque o peixe que reservamos no início no caldo. Deixe ele bem coberto pelo caldo. Deixe cozinhar por 5 minutos, sem mexer para não quebrar os pedaços de peixe.

Sirva uma porção de arroz, um pouco de peixe e um pouco dos legumes. Se você quiser fazer uma verdadeira refeição a moda senegalesa, sirva num prato só para todos os convidados, em uma mesa baixa, em volta da qual todos se sentam. Distribua colheres, e todo mundo come no mesmo prato. Se você quer ser muito purista, nem usará colher, comerá com a mão, mas isso demanda um pouco de prática. Neste caso, cuide de não colocar caldo, pois se a comida fica muito molhada é difícil de comer com a mão…

Prato sem nome de inspiração sul-africana

Não consegui inventar um nome legal para este prato, portanto vai assim mesmo, mas a receita tem uma história legal. Um belo dia fomos convidados para a casa de amigos recentes. Insistiram para que eu cozinhasse uma receita “là daquelas terras”. Como não conseguia achar nenhuma receita que fosse fácil de fazer (já andava muito preguiçoso), resolvi inventar esta, que é basicamente um guisado com curry e um gratin dauphinois por cima. Na mesa, contei que se tratava de uma receita tipicamente sul-africana, pois combinava o tempero forte e tipicamente afro-indiano da carne com a batata, tipicamente anglo-holandesa. A história fez tanto sucesso quanto o prato em si… Hoje você também, portanto, será introduzido aos mistérios do prato-que-não-tinha-nome… Não é uma mentira total pois existe um prato bem parecido chamado bobotie, que farei algum dia.

  • 600 a 800g de carne moída da sua escolha
  • 2 cebolas
  • 3 ou 4 colheres de sopa de curry em pó
  • 1 kg de batatas
  • 200ml de creme de leite
  • 300g de queijo mussarela ralado

Descasque as batatas se quiser, corte elas em fatias, e coloque-as numa panela, cobertas com água salgada. Ferva por 15 a 20 minutos ou até que fiquem macias. Escorra. Aqueça o forno a 300°C
Corte as cebolas bem fino, frite com um fio de azeite de oliva, acrescente a carne moída, frite mais um pouco, acrescente o curry e continue até que a carne fique bem cozida. Numa assadeira, coloque primeiro uma camada de carne, depois as batatas, e cubra com creme de leite. Disponha o queijo ralado por cima, e asse por 15 minutos, ou até que o queijo esteja dourado.

Mafé

O Mafé é um prato famosissimo do Mali e de toda a região da África ocidental. É feito de carne e vários legumes cozidos com massa de amendoim. É fácil de preparar, delicioso, mas tome cuidado, porque é bastante pesado. Na África, as pessoas fazem mais refeições que nós por dia, e comem bem menos que nós a cada refeição. Portanto, sirva porções pequenas. O mafé básico não é apimentado, mas os africanos gostam muito de pimenta, então sirva acompanhado de pimentas ou molhos de pimenta. Para 4 pessoas, você precisará de:

  • 600g de carne (contra-filé, acém ou coxão duro ficarão perfeitos, mas também pode ser feito com carne melhor, como coxão mole ou alcatra)
  • Um pau de mandioca
  • 2 ou 3 tomates
  • 1 ou 2 cebolas
  • legumes variados, tradicionalmente abóbora, pimentões e repolho
  • 200g de pasta de amendoim não adoçada (mais difícil de conseguir do que o amendocrem normal, mas tem na Liberdade ou no empório Roots)
  • sal

Corte a carne em cubos, e refogue com as cebolas cortadas bem grosso em uma panela com óleo. Quando começa a dourar, acrescente todos os legumes cortados em cubos, uma pitada de sal, tampe e deixe cozinhar. Se ameaça de grudar no fundo, adicione um pouco de água. Após mais ou menos 15 minutos, adicione a pasta de amendoim e um ou dois copos de água, e misture bem. Deixe coznhar por mais 15 a 20 minutos ou até que a mandioca esteja bem cozida. Se engrossar muito, acrescente mais água. Deve ficar um molho onctuoso, não uma pasta.

Acompanhe com arroz branco.

Uma particularidade interessante é que no Mali, o mafé, como as outras comidas, se come com as mãos. Como você é estrangeiro, geralmente lhe oferecerão uma colher, mas é bem mais interessante tentar adotar o jeito local. Use sempre a mão direita, porque a esquerda é reservada a higiene corporal. Uma jarra de água deve estar por perto. Antes da refeição, e depois cada vez que você deseja, lave as suas mãos. O seu vizinho despejará um pouco de água em cima delas. Fique atento para fazer o mesmo com seus vizinhos. A água cai no chão se for no exterior, numa bacia se for dentro de casa.
O arroz deve ser bem grudente para poder fazer bolinhas, e a comida, obviamente, deve ter esfriado um pouquinho, embora com prática você consegue pegar comida quente sem se queimar.

Bolinhos de sardinha

Esta receita marroquina é fácil de fazer e fica deliciosa. São bolinhos feitos com sardinhas frescas e muito tempero, que cozinham num molho de tomates. Acompanhe com arroz ou, melhor, cuscuz marroquino. As quantidades abaixo são para 4 pessoas.

Os bolinhos

Corte a cabeça, o rabo, e limpe bem 500 a 600g de sardinhas frescas. As vezes você encontra elas já abertas e sem cabeça, facilita. Coloque numa saladeira. Adicione 2 colheres de sopa de alho triturado, 1 colher de sopa de paprika doce, 1 colher de sopa de cominho, uma colher de chá de pimenta preta, uma boa pitada de sal, e o suco de um meio limão. Triture com um pilão até formar uma massa. Forme bolinhos pegando um punhado da mistura e pressionando com a mão. Aquece um fundo de óleo em uma panela, e frite rapidamente os bolinhos, 3 ou 4 minutos de cada lado, apenas para eles não se desmanchar depois. Reserve.

O molho

Bate 5 ou 6 tomates cortados em cubos, uma cebola descascada e cortada grossa, e uma colher de sopa de salsa picada (ou mais se preferir) no liquidificador. Coloque a mistura numa panela, com uma xicara de água e uma pitada de sal. Deixe ferver com panela tampada por 15 minutos, coloque mais um pouco de água se ficou pouco molho, e coloque no molho os bolinhos. Não mexe mais, para evitar que eles quebrem. Apenas vire eles uma vez no meio do cozimento para que eles cozinhem por igual. Cozinhe por 5 a 10 minutos com a panela semi tampada.