Torta de açúcar mascavo

Esta torta é uma outra receita bem tradicional do centro da Bélgica. Se faz normalmente com uma variedade local de açúcar marrom, chamada sucre candi, que tem um gosto um pouco diferente do açúcar mascavo, mas a torta fica ótima com um ou com o outro. É bem fácil de fazer. Se faz com qualquer tipo de massa, mas eu tenho uma fraqueza especial por massa podre, portanto é ela que vai nesta receita. Você vai precisar de:

  • 250g de farinha
  • uma pitada de sal
  • 150g de manteiga
  • 100g de açúcar cristal
  • 300g de açúcar mascavo
  • 1 ovo e duas gemas
  • 250g de creme de leite

Misture a farinha, o sal, a manteiga, o açúcar cristal e um ovo. Sove bem até formar uma massa bem homógena e lisa. Unte uma forma de pizza com manteiga, e espalhe a massa nela com as mãos., até ocupar toda a área da forma e das bordas.

Coloque o açúcar mascavo em cima, espalhe por toda a torta.

Misture o creme de leite com as duas gemas, e espalhe por cima. Coloque em forno preaquecido a 250°C, e asse por 25 minutos ou até que a mistura de creme de leite fique bem dourada. Deixe esfriar antes de servir.

Trouxinhas de doce de leite


Essa é fácil mesmo, inclusive curta. E é um furto do Marcelo. Como ele ainda não se animou a postar aqui, nós vamos começar a colocar nossos favoritos, devidamente repetidos por nossas mãos.
Você vai precisar de:

  • 1 pacote de massa filo
  • 1 pedaço de fondant de leite, ou doce de leite para corte
  • 1 ou 2 ovos

Corte a massa em quadrados de mais ou menos 10cm, e pincele ovo batido (ou só gema) dos dois lados. Coloque no centro um quadradinho de doce de leite e feche a trouxinha, como se fosse um ovo de páscoa. Leve ao forno numa forma untada até dourar e está pronto!
Não é fácil? Fica uma delícia, com o caramelo grudando no dente (sim, a mágica transforma o doce num caramelo!), e você pode servir sozinha ou com sorvete. Ou com o que a imaginação mandar! Compartilhe suas ideais conosco por aqui.

Marzipã assado

O marzipã é um doce a base de amêndoa que se encontra em todo lugar da Europa. especialmente no fim do ano, próximo ao Natal Por aqui é bem raro, quase só em lojas de importados. Felizmente, é EXTREMAMENTE fácil de fazer. Aliás, quando era escoteiro, fazia para vender na rua e ganhar dinheiro. Você pode ver por isso que escoteiro não é sempre bem o que a gente se imagina, mas isso é outro debate.Na Bélgica, existe uma especialidade bem legal que fazem com marzipã, que é assar ele no forno. O preparo é exatamente o mesmo, apenas pode, se quiser, fazê-lo um pouco mais mole que se for para consumir cru. Sugiro que você faça meio-meio, depois você me diz qual ficou melhor.

Precisa de:

  • 250g de farinha de amêndoa. Como esta farinha é difícil de encontrar (em SP, na casa Santa Luzia ou na zona cerealista) e cara, as vezes faço uma versão “abrasileirada” onde troco a farinha de amêndoa por farinha de caju. Os puristas vão gritar, mas achei bem gostoso também.
  • 250g de açúcar de confeiteiro ou de açúcar comum que você passa no liquidificador até ficar finíssimo.
  • uma clara de ovo (ou duas se você quer fazer um marzipã muito mole)
  • uma colher de chá de manteiga (isso é o toque belga, não tem em todas as receitas)
  • 3 ou 4 pingos de essência de amêndoa. Não é bem indispensável, mas gosto de reforçar um pouco o gosto de amêndoa.

Garanto que você nunca vai ver na vida uma receita tão simples como esta:

1. Misture bem todos os ingredientes
2. Está pronto

Você vai obter uma massa lisa, é o marzipã. Faça umas bolinhas, uns charutinhos, uns coelhinhos, mergulhe no chocolate, ou qualquer outro uso. As aplicações são inumeráveis. Mas pode simplesmente guardar na geladeira e comer assim, é delicioso.

Para fazer a versão assada: Aqueça o forno a 200°, forme uma bolachinhas com a massa, e disponha num papel manteiga. Asse no forno por mais ou menos 10 minutos. Se o seu forno tem um grill, melhor, asse um pouco menos e coloque mais 5 minutos bem embaixo do grill. Deixe bem esfriar, e descole cuidadosamente do papel manteiga.

Orangettes

Essa receita experimentei na época que morava na Bélgica e nunca mais esqueci. Não perguntei o nome na hora e só depois de muitos anos, agora, eu consegui descobrir como se chamava e assim pude fazer. É bastante trabalhosa, mas o resultado fica incrível. Eu adoro!
Para fazer mais ou menos 500g de orangettes, tu vais precisar de:
  • 03 laranjas grandes de casca espessa (ou o equivelente de cascas de outro cítrico: toranja, lima, limão) de preferência orgânicas
  • 250 g de açúcar 
  • 500 ml de água
  • 400 a 500 g de chocolate amargo (necessariamente), de preferência com 70% de cacau
*Lavar e escovar bem as laranjas em água corrente. Cortar a casca em quatro quartos sem furar a polpa (se conseguir). Eu não consegui, então cortei em 4 partes mesmo, depois usei a polpa para outra receita.
Retirar o máximo possível da parte branca sem furar a casca. Agora sim é preciso cuidar, pois depois vamos cortar em  tiras. Quanto mais a gente conseguir tirar a parte branca, melhor as orangettes vão ficar.
*Colocar as cascas numa panela grande e cobrir com água fria. Ferver. Deixar fervendo por 5 minutos. Escorrer as cascas e jogar a água fora. Repetir novamente a operação: cobrir com água, levar a fervura, ferver 5 minutos e escorrer. Esse passo é fundamental para retirar o gosto amargo das cascas.
*Escorrer as cascas e deixar esfriar no escorredor. Sobre uma tábua, cortar os quartos de casca em tiras de aproximadamente 1/2 cm de largura. reservar. Os pedaços não podem ser muito finos, pois correm o risco de romper na hora de colocar a cobertura.
*Numa panela de fundo espesso, colocar o açúcare a águapara ferver. Quando ferver, mergulhar as orangettes e deixar fervendo por 5 min. Tirar a panela do fogo e deixar oa calda esfriar completamente. Repetir a operação mais duas vezes, sempre esperando o resfriamento completo da calda. (Para esfriar mais rápido, eu coloco a panela dentro de uma tigela de inox com água fria. Ou pode ser na pia também se for bem tapada.)
Então as orangettes ficam translúcidas. Isso que dizer que elas estão cristalizadas.
*Quando as orangettes esfriarem dentro da calda, colocá-las para secar (sem sobrepô-las) sobre uma grelha ou um papel manteiga. Idealmente, elas devem secar uma noite ou um dia inteiro, mas não mais do que isso. Se elas secarem demais, ficarão duras e não serão mais tão saborosas.
*Numa tigela, picar ou ralar o chocolate e derreter em banho-maria ou no microondas. Com a ajuda de um garfo, mergulhar as orangettes no chocolate derretido. Girar rapidamente para que elas fiquem bem recobertas. Deixar escorrer alguns segundos fora da tigela e depois colocar sobre uma folha de papel alumínio ou manteiga até que endureçam.
*Na hora de ferver a calda, pode se acrescentar um pauzinho de canela, alguns cravos ou um pouquinho de cardamomo. Mas com parcimônia, pois são especiarias fortes e não devem competir com o sabor principal. No final, também podemos passar as orangettes no açúcar cristal ao invés do chocolate. Fica bom. Mas com chocolate é bem melhor!!

Petit Gâteau de "Conaprole"

Para fazer esse bolinho, a receita é bastante parecida com a de petit gâteau normal. Você vai precisar de:

  • 200 g de doce de leite CONAPROLE (ou outro doce de leite “marrom”)
  • 100 g de manteiga sem sal
  • 2 ovos
  • 2 gemas
  • 80 g de açúcar
  • 60 g de farinha
  • forminhas de papel de mais ou menos 6cm de diâmetro

Numa panela, derreta o Conaprole e a manteiga. Mexa devagar até ficar com a consistência de um brigadeiro mole.Tire do fogo e acrescente os ovos e as gemas mexendo com um fouet (equipamento especial para bater massas e claras em neve).

Por fim acrescente a farinha peneirada e o açúcar.
Despeje em forminhas de papel (dá umas 6 a 8 forminhas) e asse em forno pré-aquecido a 220, por 8 minutos.


O tempo e atemperatura do forno são para fornos muito bons. Em fogões normais, eu deixaria no máximo de calor e testaria o tempo, mais ou menos uns 10 min. Mas é preciso algumas tentativas para acertar o ponto. Lembre que o petit gâteau deve ficar cozido por fora e mole por dentro.

Um dos grandes astros uruguaios é o Doce de Leite da CONAPROLE (Cooperativa Nacional de Productores de Leche), um velho conhecido do Mercosul, mas ainda um pouco desconhecido do restante do Brasil.
Uma grande pena, pois esse é simplesmente o melhor doce de leite que existe, não tem nenhum outro que o bata, nem mesmo os argentinos que também estão topo da lista.
Para fazer exatamente essa receita, é imprescindível usá-lo. Até o presente momento, sabemos que é possivel encontrá-lo: no Rio Grande do Sul – na rede de supermercados Nacional e em São Paulo: na Loja Central do Sabor que fica na Rua Paula Sousa e na Padaria Pão de Ló, ali perto da Cásper Líbero.
Quem não conseguir achar, use pelo menos um doce de leite argentino, desses bem marrons, que fica parecido, e é mais fácil de encontrar. Mas claro que não fica tão bom… 😀
Uma dica: A CONAPROLE fabrica uma enorme linha de laticínios e todos os que provei até hoje são fantásticos. Pena que não estão à venda no Brasil. Quem for ao Uruguai, prove!

Petí Gatô

Foto furtada na rede, mas são os bolinhos da confraria mesmo. Eu os comi! 

Ou, como dizemos por aqui, “bolinhos”! Sucesso absoluto e imbatível, é muito fácil fazer em casa. Não dá mais pra comprar por aí, a 12 reais (ééé, São Paulo é f!), muitas vezes com um creme artificialmente “introduzido”, depois de provar do seu próprio. (Porque o petit gateau autêntico fica cremoso por dentro porque está cru. É! Mas você vai admitir que nunca comeu nada mal assado tão gostoso!)

Vamos precisar:

100g de chocolate em barra amargo.(Pode ser ao meio-amargo, mas na minha opinião fica muito doce)
100g de manteiga

150g de açúcar
50g de farinha de trigo

2 ovos
1 gema

forminhas de papel de 6cm de diâmetro (mais ou menos…)

Primeiro, ligamos o forno, pra deixar bem quente. Derretemos o chocolate, a manteiga, misturamos (eu já derreto junto, numa panelinha de fundo grosso em fogo beeem baixo. Vale usar microondas também). Acrescentamos os ovos e a gema ligeiramente batidos misturados com o açúcar, e a farinha, misturando muito bem a cada acréscimo. Fica uma mistura pesada, bastante gordurosa, evidentemente.
Despejamos nas forminhas, umas 10, todas já dispostas numa assadeira, pra facilitar o “transporte” até o forno.
Agora, muita atenção: eles devem assar por apenas 9 minutos! É claro que essa precisão vai variar de forno pra forno, e você deve ir ajustando, testando várias vezes até chegar ao ponto ideal, onde o bolinho fica com uma casquinha assada por fora e mole por dentro. Mas aposto que ninguém vai se incomodar de repetir até acertar!
É só pegar na forminha (deixe esfriar um pouco, pra não se queimar!) e comer com a mão mesmo, separando o papel. Uma delícia!
O sorvete de creme continua valendo como bom acompanhamento. (Não fica legal pra desenformar, porque fica meio baixinho, a forminha é rasa. Mas nada impede que você teste em fôrmas maiores, menos fôrmas ou mais massa, claro, e veja o resultado. Não esqueça que isso também vai influir no tempo de forno.)

Também pode-se fazer numa forma maior, redonda, um “grand gateau”, assando por cerca de 15 minutos, mas esse eu nunca testei!