Torta de limão siciliano

tarte au citron

Esta receita é um clássico da minha mãe, vem de uma receita da minha vó, que vem de uma receita de Paul Bocuse. É bastante diferente daquela torta de limão que encontramos por aqui, onde a massa é feita com leite condensado, e que tem merengue em cima. Esta aqui tem uma massa feita com farinha de amêndoa.

Para a massa podre:

  • 250g de farinha
  • 100g de manteiga em temperatura ambiente
  • 1 colher de sopa de açúcar
  • 1/2 colher de chá de sal
  • água

Para o recheio:

  • 250g de açúcar
  • 3 ovos
  • suco de 2 limões sicilianos
  • 75g de farinha de amêndoas
  • 250g de creme de leite

Idealmente, faça a massa podre uma hora antes: Misture todos os ingredientes, exceto a água. Amasse com as mãos, até formar uma farofa muito úmida. Acrescente um pouquinho de água até obter um ponto trabalhável. Se a massa ficar muito grudenta, coloque ela na geladeira por uma hora.

Disponha a massa podre em uma forma para torta grande (+/- 26cm) untada com manteiga, e pre-asse ela por 10 minutos em forno quente (>250°C).

Faça o recheio: misture primeiro todos os ingredientes exceto o creme de leite, e, quando ficar bem homógeno, adicione o creme de leite. Despeje  por cima da massa pre-assada. Asse por 30 minutos. Deixe esfriar antes de servir.

Lambe-lambe do TioDin

Tiodin nos convidou e acabou convidado por nós! Fez um maravilhoso lambe-lambe (que eu comecei a postar no ano passado!!) … bom, vou deixar que ele explique:

Uma receita manezinho (do ilhéu barriga-verde, que nasce na ilha mesmo – aliás, só é manezinho que nasce NA ilha, no continente não vale). Consta que os pescadores, desde sempre, catam os mariscos das pedras na maré baixa para fazer diversos pratos, entre eles o lambe-lambe feito com arroz: os mariscos que se abrem durante o cozimento e ficam recheados de arroz saboroso. É rápido, fácil, delicioso e além de tudo, barato: em Floripa, o quilo de mariscos custa R$ 4,00. Gastamos cerca dois quilos nessa receita.

Ajudei o Tiodin a preparar a iguaria para um batalhão e observei os segredos. Seguem as medidas aproximadas para cerca de 15 pessoas (bota a cabeça aí pra calcular frações!):

3 dúzias de mariscos frescos, na concha
6 cebolas
6 tomates
1 pimentão verde
1 pimenta dedo-de-moça
1 copo de vinho branco seco
2 envelopes de hondashi (mistura para tempero sabor peixe)
3 xícaras de arroz

Os mariscos costumam já vir limpos, mas aperfeiçoamos essa higiene retirando um pouco mais dos cabelinhos que ficam grudados, com ajuda de uma faca. TioDin gosta de deixar o arroz pré-cozido, mas essa é uma daquelas peculiaridades dessas receitas típicas, daquelas que cada família tem uma.

Então, depois de limpar os mariscos e deixar todos os temperos picados, e o arroz pré-cozido, fizemos um sofrito: um refogado, com cebola, tomate, pimentão, pimenta. Acrescentamos vinho e hondashi, os mariscos, o arroz, terminando de cozinhar, e voilá!
A ideia é comer usando a conchinha como colher – daí o nome. É infinitamente mais gostoso! 😀

O que vocês acham? Será que a Tatá gostou? 😀

Pudim de pão

Este bolo bem clássico tem inúmeras receitas; esta nos foi transmitida por uma senhora que trabalhava na cozinha de um albergue da juventude do Rio de Janeiro que não existe mais hoje. Ela nos fez provar um pedaço (escondida dos donos), depois não largamos mais dela até conseguir a receita…É feito com pão velho, muito fácil de fazer, e precisa de pouquíssimos ingredientes:

  • 4 pãezinhos franceses amanhecidos
  • 350ml de leite
  • 1 ovo
  • 1 xícara de açúcar
  • 1 colher de sopa de canela em pó
  • 150g de uva passa

O pão pode ser bem velho e duro já, não faz mal. Num recipiente, quebre o pão em pedaços grossos. Numa tigela separada, misture o leite, o açúcar, o ovo e a canela. Despeje por cima do pão, acrescente a uva passa, e misture um pouco até a mistura ficar toda bem impregnada, mas não muito, para evitar que os pedaços de pão se desmanchem completamente. O legal do pudim de pão é quando a textura é bem variada, não uniforme.
Despeja a mistura toda em uma forma de pudim, polvilhe com açúcar de confeiteiro ou açúcar comum, e asse em forno quente (>250°C) por 35 minutos ou até que o topo esteja dourado.

Pudim de Laranja


Aqui mais um clássico da cozinha nacional, mas que a minha avó fazia muito.
Eis a receita:

  • 01 lata de leite condensado
  • 01 lata de suco de laranja (medir na lata do leite condensado)
  • 04 ovos
  • 01 xícara de açúcar

Derreta o açúcar em uma forma de pudim (com tampa e com furo do meio) de +/- 20cm de diâmetro, tendo cuidado para não queimar – fica amargo. Reserve.
Bata o suco de laranja, os ovos e o leite condensado no liquidificador. Coloque sobre a forma já caramelizada. Asse no forno, em banho maria a 290 graus para forno comum, a gás, até ficar dourado. Pode também espetar um palito, que deve sair sem massa grudada nele. Normalmente é necessário uns 40-45 min se a água do banho maria já estiver quente no início do cozimento.
Deixe esfriar e desenforme. Para ter mais calda, podemos colocar um pouco de água para ferver dentro da forma com o restante do caramelo e depois despejar no pudim. Hum!

Merengão


Bom, eu já vi muitas variações dessa receita conhecida também como pudim de claras ou flotante, entre outros. Mas a receita que vou deixar aqui é a receita original que a minha vó fazia desde que eu me conheço por gente.

Vamos precisar de:
01 forma redonda com furo de +/- 20cm de diâmetro
01 forma baixa e maior para colocar a forma furada dentro
  • Para a “massa”:
06 claras
06 colheres de sopa de açúcar
½ xícara de açúcar
Caramelizar a forma furada com a ½ xícara de açúcar. Reservar.
Bater todas claras em neve até que façam picos firmes. Acrescentar as 01 colher de açúcar para cada clara, batendo novamente entre cada colher colocada.
Colocar na forma caramelizada. Assar no forno, em banho maria a 290 graus para forno comum, a gás, até que os picos das claras fiquem dourados. Normalmente uns 20-25 min se a água do banho maria já estiver quente.
  • Para o molho:
02 gemas
+/- 1 xícara de açúcar
½ litro de leite
canela em casca
cravo
Colocar o leite para aquecer com alguns paus de canela e alguns cravos, ao gosto. eu coloco uns 5 paus de canela e uns 10 cravos pois gosto que fique bem marcante. Bater as gemas com o açúcar até ficarem quase brancas. Despejar no leite e deixar até levantar fervura.
Despejar a mistura fervente em cima do furo da forma com o merengão já assado. A mistura vai ir para o fundo da forma e se misturar com o açúcar caramelado, fazendo com que as claras subam.
Esperar esfriar e colocar na geladeira. Comer gelado.

Torta de açúcar mascavo

Esta torta é uma outra receita bem tradicional do centro da Bélgica. Se faz normalmente com uma variedade local de açúcar marrom, chamada sucre candi, que tem um gosto um pouco diferente do açúcar mascavo, mas a torta fica ótima com um ou com o outro. É bem fácil de fazer. Se faz com qualquer tipo de massa, mas eu tenho uma fraqueza especial por massa podre, portanto é ela que vai nesta receita. Você vai precisar de:

  • 250g de farinha
  • uma pitada de sal
  • 150g de manteiga
  • 100g de açúcar cristal
  • 300g de açúcar mascavo
  • 1 ovo e duas gemas
  • 250g de creme de leite

Misture a farinha, o sal, a manteiga, o açúcar cristal e um ovo. Sove bem até formar uma massa bem homógena e lisa. Unte uma forma de pizza com manteiga, e espalhe a massa nela com as mãos., até ocupar toda a área da forma e das bordas.

Coloque o açúcar mascavo em cima, espalhe por toda a torta.

Misture o creme de leite com as duas gemas, e espalhe por cima. Coloque em forno preaquecido a 250°C, e asse por 25 minutos ou até que a mistura de creme de leite fique bem dourada. Deixe esfriar antes de servir.

Quatre-quarts raté

Este bolo é uma versão especial de um bolo francês bem famoso, chamado Quatre-quarts (quarto quartos). Se chama assim porque vai um mesmo peso de quatro ingredientes:

  • 3 ovos
  • 180g de farinha
  • 180g de açúcar
  • 180g de manteiga
  • uma pitada de sal
O bolo que a minha vó fazia tem isso de especial que não é cozido o suficiente, dai uma parte fica crua. Ela chamava esse bolo de raté (falido). Estávamos totalmente viciados nele quando eramos crianças. Toda a dificuldade é de acertar esse ponto “falido”: Uma parte ainda esta crua, mas já tem uma casca bem crocante. A minha vó se foi sem deixar a receita, precisei experimentar durante meses (anos dirá a Maíra) para conseguir fazer um igual…

Comece por ligar o forno na temperatura mais alta que tiver. Como temos que cozinhar pouco, tem que ser o mais quente possível. coloque em uma saladeira a farinha, o açúcar, o sal e as gemas de ovo. Reserve as claras. Se você usar manteiga com sal, não coloque a pitada de sal.

Em uma panelinha, derrete a manteiga em fogo baixo. Acrescente ao resto, e misture bem até formar uma massa bem homógena.

Bate as claras de ovo em neve, e acrescente à massa. Misture bem, e por fim, despeje a massa toda em uma forma quadrada untada com manteiga.

Repare o tipo de forma que uso, que é o mesmo que a minha vó usava, é muito importante para o sucesso da receita. Já tentei com vários outros tipos de forma e nunca dá certo. Acho que tem a ver com o tamanho, para que a crosta se forma enquanto o centro fica cru. Coloque no forno por 25 minutos máximo (vem dar uma espiada aos 20 minutos, se a crosta já está bonita, retire imediatamente. O menos tempo melhor).