Patê de fígado dos Prazeres


Vou escrever pelo Zé, que está aqui do lado com preguiça. Esta é uma “adaptação muito pessoal” das tradicionais receitas de patês franceses.
Você vai precisar de:

  • 600g de fígado de frango limpos, sem gorduras e sem nervuras
  • 1 peito de frango de mais ou menos 500g
  • 2 cebolas grandes
  • 6 dentes de alho grandes
  • 1 xícara de salsinha picada
  • 1 xícara de cebolinha picada
  • 1 colher de café de cravo moído
  • 1 colher de café de noz-moscada
  • 1 colher de café de canela em pó
  • 1/2 colher de café de gengibre em pó
  • 1/2 tablete de manteiga (100g)
  • 1/2 xícara de azeite
  • 1 colher de sobremesa de açúcar
  • 1 dose de conhaque ou o alcoólico seco de sua preferência (whisky, brandy, pinga)
  • sal à gosto
  • 3 ovos
  • 1 copo de leite ou creme de leite
  • 1 xícara de farinha de rosca

Pique tudo grosseiramente, misture e passe tudo no processador, bem processado. Deixei uma pasta bem lisa. Escolha a fôrma de sua preferência, unte generosamente com azeite e deite o patê. Leve ao forno pré-aquecido em banho maria, por 50 minutos, com a água já quente, pra facilitar. Para verificar se já está pronto, faça como com um pudim: espete um palito e veja se sai seco.
O Zé, como gosta de cozinhar e distribuir para os amigos, fez em forminhas pequenas, como vocês podem ver na foto. Rendeu 25 forminhas! Um patê sem igual, que agora você pode fazer na sua casa! 😀

Sopa de Pimentões da Gaëtane


Essa sopinha é tudo de bom! Usa pimentões vermelhos e amarelos,
fica com uma cor linda, e é rica em vitamina C. Perfeita para uma noite fria com os amigos, como prato principal ou entrada.
Nós calculamos em média 1 pimentão e meio por pessoa, dos grandes. E, para a matiz que gostamos, usamos 2 amarelos para cada vermelho (ou será o contrário?!). Então, vou dar as quantidades para 4 pessoas:

  • 4 pimentões amarelos grandes
  • 2 pimentões vermelhos grandes
  • 1 pote (200g) de queijo cremoso. Nós usamos este:


Limpe os pimentões, tirando o talo verde e as partes brancas de dentro, bem como as sementes. Coloque as polpas coloridas em uma panela, cubra com água e leve ao fogo. Cozinhe até ficarem macias ao espetar um garfo.
Coloque no liquidificador os pimentões, a água (Vá colocando aos poucos, pois não precisa ser toda. Isso vai variar a cremosidade, portanto, depende do gosto de cada um. ) e o queijo cremoso. Bata até ficar homeogêneo, e retorne à panela para aquecer novamente ( o queijo está frio, lembra?) e acertar o tempero, com sal (nós nem usamos) e pimenta-do-reino.
Se você tiver um raminho de salsinha para enfeitar, vai ficar uma pintura! Nós servimos com pão ou torradas.
Bom apetite!

Você sabia?O pimentão é rico em vitaminas e sais minerais, especialmente ácido fólico, potássio, e vitaminas A, E e C. Algumas pessoas acham o fruto indigesto, mas isso é relatado principalmente em relação ao pimentão verde, e pode ser evitado utilizando-o sem a pele. Prefira sempre os orgânicos, que não acumulam agrotóxicos.

Nhoques de Banana da Terra na manteiga de ervas

Só porque era a única que não tinha postado nenhuma receita até agora é que logo estreio com duas!
Degustei este prato no restaurante Sinhá em Pinheiros, e pensei – “Não deve ser tão dificil de fazer. O que não é facil é achar banana-da-terra.” Mas errei, só ir na feira de produtos orgânicos no Parque da Agua Branca, aos sábados e você acha!

Bom, como eles fazem exatamente não sei, mas como fizemos, deu certo. Para umas 6 pessoas comilonas utilizamos:

  • Uma penca de umas 10 bananas-da-terra verdes (será que soa redundante, ou existem maduras?)
  • 3 ovos
  • Farinha quantidade necessária – deu umas duas canecas, mais o menos
  • Sal e pimenta do reino– aquele toque
  • Manteigaumas 100 g
  • Estragón, tomilho e, não usamos mas ficou bom quando aquela vez, sálvia.

Se descascam as bananas com uma faca bem afiada e se colocam na água fervendo até conseguir espetar elas com um garfo facilmente.
Uma vez macias, se amassam com um garfo forte, até ficar um puré. Pode se acrescentar um pouco de manteiga pra ajudar. É, mesmo assim elas são um pouco duras. Colocar os ovos um a um, e continuar amassando o puré. Neste ponto é que espolvoreio o sal e dou aquela girada legal no moedor de pimenta.

Por último, ir misturando a farinha, aos poucos, até ficar uma massa firme, pero sin perder la ternura jamás. Cortar pequenas porções de massa e formar aqueles rolinhos típicos dos nhoques. Cortar eles não muito grandes, melhor pequenos até, porque são mais durinhos dos que de batatas.

Cozinhar eles por partes, em abundante água fervendo, tirar com escumadeira e colocar já numa travessa pra levar à mesa. Nesse momento derreter uma parte da manteiga na frigideira, refogar rápidamente as ervas e acrescentar o restante da manteiga para derreter. Jorrar em cima dos nhoques , mais sal e mais um rolé de pimenta a gosto e glup!

Nós acompanhamos o plato, e ficou muito bom, com linguiças assadas. Mas também pode ser uma carne grelhada, uma salada verde, uma carne seca desfiada na manteiga de garrafa… enfim, experimente e deixe liberada sua imaginação!

Água dos Prazeres

Um post escrito a duas mãos,  com nome em homenagem ao autor deste blog que nos ensinou a receita.
Em tempos de águas aromatizadas artificialmente, sugerimos aqui esta idéia simples, natural, fácil de fazer, saborosa e além de tudo, linda. Serve perfeitamente como enfeite de mesa.O que precisamos é pouco:
  • algumas rodelas de limão siciliano (2 ou 3)
  • um ramo de hortelã fresco
  • alguns pauzinhos de canela (2 ou 3)
  • 1 l a 1,5l de água fresca
  • uma jarra, garrafa de boca larga ou decanter
Encha a jarra de água e coloque dentro as rodelas de limão, o ramo de hortelã e os paus de canela. deixe descansar por algumas horas e está pronto para beber. Fica deliciosa somente assim, mas pode também ser adoçada a gosto.
Se deixar descansar na geladeira a tendência é ficar com o sabor intenso mais rapidamente. Não deixe de um dia para o outro pois o gosto do limão fica amargo.
Postamos aqui uma idéia, mas a vantagem é realmente dar asas à imaginação: trocar o limão siciliano por outro cítrico ou outra fruta, a canela por outra especiaria equivalente, o hortelã por outro raminho aromatizante… combinar e recombinar..
e adeus às químicas…

Orangettes

Essa receita experimentei na época que morava na Bélgica e nunca mais esqueci. Não perguntei o nome na hora e só depois de muitos anos, agora, eu consegui descobrir como se chamava e assim pude fazer. É bastante trabalhosa, mas o resultado fica incrível. Eu adoro!
Para fazer mais ou menos 500g de orangettes, tu vais precisar de:
  • 03 laranjas grandes de casca espessa (ou o equivelente de cascas de outro cítrico: toranja, lima, limão) de preferência orgânicas
  • 250 g de açúcar 
  • 500 ml de água
  • 400 a 500 g de chocolate amargo (necessariamente), de preferência com 70% de cacau
*Lavar e escovar bem as laranjas em água corrente. Cortar a casca em quatro quartos sem furar a polpa (se conseguir). Eu não consegui, então cortei em 4 partes mesmo, depois usei a polpa para outra receita.
Retirar o máximo possível da parte branca sem furar a casca. Agora sim é preciso cuidar, pois depois vamos cortar em  tiras. Quanto mais a gente conseguir tirar a parte branca, melhor as orangettes vão ficar.
*Colocar as cascas numa panela grande e cobrir com água fria. Ferver. Deixar fervendo por 5 minutos. Escorrer as cascas e jogar a água fora. Repetir novamente a operação: cobrir com água, levar a fervura, ferver 5 minutos e escorrer. Esse passo é fundamental para retirar o gosto amargo das cascas.
*Escorrer as cascas e deixar esfriar no escorredor. Sobre uma tábua, cortar os quartos de casca em tiras de aproximadamente 1/2 cm de largura. reservar. Os pedaços não podem ser muito finos, pois correm o risco de romper na hora de colocar a cobertura.
*Numa panela de fundo espesso, colocar o açúcare a águapara ferver. Quando ferver, mergulhar as orangettes e deixar fervendo por 5 min. Tirar a panela do fogo e deixar oa calda esfriar completamente. Repetir a operação mais duas vezes, sempre esperando o resfriamento completo da calda. (Para esfriar mais rápido, eu coloco a panela dentro de uma tigela de inox com água fria. Ou pode ser na pia também se for bem tapada.)
Então as orangettes ficam translúcidas. Isso que dizer que elas estão cristalizadas.
*Quando as orangettes esfriarem dentro da calda, colocá-las para secar (sem sobrepô-las) sobre uma grelha ou um papel manteiga. Idealmente, elas devem secar uma noite ou um dia inteiro, mas não mais do que isso. Se elas secarem demais, ficarão duras e não serão mais tão saborosas.
*Numa tigela, picar ou ralar o chocolate e derreter em banho-maria ou no microondas. Com a ajuda de um garfo, mergulhar as orangettes no chocolate derretido. Girar rapidamente para que elas fiquem bem recobertas. Deixar escorrer alguns segundos fora da tigela e depois colocar sobre uma folha de papel alumínio ou manteiga até que endureçam.
*Na hora de ferver a calda, pode se acrescentar um pauzinho de canela, alguns cravos ou um pouquinho de cardamomo. Mas com parcimônia, pois são especiarias fortes e não devem competir com o sabor principal. No final, também podemos passar as orangettes no açúcar cristal ao invés do chocolate. Fica bom. Mas com chocolate é bem melhor!!

Petit Gâteau de "Conaprole"

Para fazer esse bolinho, a receita é bastante parecida com a de petit gâteau normal. Você vai precisar de:

  • 200 g de doce de leite CONAPROLE (ou outro doce de leite “marrom”)
  • 100 g de manteiga sem sal
  • 2 ovos
  • 2 gemas
  • 80 g de açúcar
  • 60 g de farinha
  • forminhas de papel de mais ou menos 6cm de diâmetro

Numa panela, derreta o Conaprole e a manteiga. Mexa devagar até ficar com a consistência de um brigadeiro mole.Tire do fogo e acrescente os ovos e as gemas mexendo com um fouet (equipamento especial para bater massas e claras em neve).

Por fim acrescente a farinha peneirada e o açúcar.
Despeje em forminhas de papel (dá umas 6 a 8 forminhas) e asse em forno pré-aquecido a 220, por 8 minutos.


O tempo e atemperatura do forno são para fornos muito bons. Em fogões normais, eu deixaria no máximo de calor e testaria o tempo, mais ou menos uns 10 min. Mas é preciso algumas tentativas para acertar o ponto. Lembre que o petit gâteau deve ficar cozido por fora e mole por dentro.

Um dos grandes astros uruguaios é o Doce de Leite da CONAPROLE (Cooperativa Nacional de Productores de Leche), um velho conhecido do Mercosul, mas ainda um pouco desconhecido do restante do Brasil.
Uma grande pena, pois esse é simplesmente o melhor doce de leite que existe, não tem nenhum outro que o bata, nem mesmo os argentinos que também estão topo da lista.
Para fazer exatamente essa receita, é imprescindível usá-lo. Até o presente momento, sabemos que é possivel encontrá-lo: no Rio Grande do Sul – na rede de supermercados Nacional e em São Paulo: na Loja Central do Sabor que fica na Rua Paula Sousa e na Padaria Pão de Ló, ali perto da Cásper Líbero.
Quem não conseguir achar, use pelo menos um doce de leite argentino, desses bem marrons, que fica parecido, e é mais fácil de encontrar. Mas claro que não fica tão bom… 😀
Uma dica: A CONAPROLE fabrica uma enorme linha de laticínios e todos os que provei até hoje são fantásticos. Pena que não estão à venda no Brasil. Quem for ao Uruguai, prove!

Γιουβέτσι mε Θαλασσινα (massa grão de arroz com frutos do mar)

Ingredientes (para 4 a 6 pessoas)

500 g de mexilhões (de preferência na concha)
250 g de camarões crus
125 g de manteiga
1 cebola cortada em tiras finas
2 dentes de alho amassados
4 a 5 tomates, pelados e peneirados
1/2 colher de chá de açúcar
500 g de kritharáki (massa em formato de arroz)
200 g de quejo brebis (de ovelha)
sal
pimenta preta moída
Preaquecer o forno à 180º C.
Lavar e escovar as conchas e colocar para cozinhar em água apenas até que elas se abram. Escorrer e reservar o caldo. Jogar fora as conchas que não abriram. Retirar os mexilhões das conchas e lavar delicadamente em água corrente.
Acredito que essa primeira parte pode ser pulada, pois é muito difícil encontrar mexilhões ainda nas conchas para vender no Brasil. Normalmente, encontramos mexilhões congelados sem casca, mas é bom também. Seguindo então:
Lavar os camarões. Derreter a manteiga em uma frigideira e cozinhar os camarões em fogo baixo, até que eles fiquem rosados.
Juntar o alho e a cebola e dourar um pouco. Colocar os tomates, um pouco do caldo dos mexilhões (ou água se o mexilhão era congelado), os mexilhões e o açúcar, temperar com o sal e a pimenta e cozinhar lentamente (em fogo baixo) por 10 minutos.
Retirar do fogo e juntar a “massa arroz” . Colocar em tigelas, até a metade, tantas quantas forem as porções desejadas. Pode também usar um prato grande, mas ainda assim encher somente a metade. Colocar água fervente em cima até encher a tigela ou o prato e mexer.
Levar ao forno que estava preaquecido de 30 a 40 min. Note que 180ºC é para um forno muito bom, onde temos certeza da qualidade da temperatura (como num forno elétrico ou um excelente forno a gás). Num forno de fogão normal é bom deixar um pouco mais quente em torno de 250ºC.
Um pouco antes do fim do cozimento, repartir o queijo de ovelha (brebis) e colocar em cima do prato e deixar gratinar. Servir fervente.
*O kritharáki é uma massa em formato de grãos de arroz que por muitas vezes desconcerta a quem a degusta pela primeira vez, pois seu formato destoa do sabor.
No Brasil, só consegui encontrar até agora o produto importado, comecializado pela Barilla com o nome de Risoni.
A receita é típica das Ilhas Jônicas, um grupo de ilhas na Grécia. As sete são, de norte para sul: Corfu (Κέρκυρα), Paxos (Παξοί), Levkas (Λευκάδα), Ítaca (Ιθάκη), Cefalónia (Κεφαλλονιά), Zante (Ζάκυνθος) e Citera (Κύθηρα).
O nome jônicas é uma curiosidade geográfica, já que a região da Jônia, na Antiguidade, ficava a leste da Grécia, na costa do Mar Egeu, onde hoje fica a Turquia. O nome pode ter sido derivado do fato de que algumas das ilhas foram colonizadas pelos povos jônicos da Grécia Antiga. Ítaca era o nome da ilha natal de Ulisses no antigo poema épico grego A Odisséia, de Homero. Tentou-se identificar a Ítaca atual com a antiga, mas não é possível localizar a ilha pela descrição de Homero. (da wikipedia).
Para beber podemos escolher um Retsina ou, na falta deste, um Vinho Verde.