Fondue de queijo

Claro que todo mundo conhece a famosa fondue de queijo, prato nacional da Suíça, mas talvez você ache que se trata de uma receita hipercomplicada, que só consegue comer se comprar pronto naquelas caixinhas e cozinha em um aparelho especial para fondue.Você não poderia estar mais longe da verdade! É extremamente fácil de fazer, os ingredientes são simples e baratos, e não precisa de aparelho nenhum. Tudo que você precisará é um pouco de inventividade para montar o suporte da panela, por isso esta receita ganhou de alguns indivíduos de poucos escrúpulos o apelido de “fondue McGyver”. Os ingredientes são simples: 600 a 700g de queijo, pão, vinho branco, e velas tipo “réchaud”, que você encontra facilmente na Tok&Stok, por exemplo.

O queijo pode ser de qualquer tipo, desde que derreta. Queijos de tipo minas e parmesão são portanto excluídos, porque não derretem bem. Os queijos de fondue tradicionais são os gruyère, emmental e fontina, mas queijos mais básicos como queijo mussarela ou até queijo prato também funcionam. Eu costumo pegar metade mussarela (aquela bem comum mesmo, o queijo mais barato do mercado) metade gruyère ou emmental.

O pão pode também ser qualquer um, desde que você possa cortar cubinhos nele. Eu costumo comprar um desses pães italianos compridos. O vinho branco deve ser seco, mas pode ser qualquer um, o mais barato que você encontrar servirá perfeitamente. Não adianta usar um vinho muito bom porque o sabor se dissolve completamente. Para acompanhar, o vinho suíço típico é um vinho branco chamado fendant, mas algum outro branco seco combinará perfeitamente. Tomamos um vinho verde que ficou perfeito!

A receita é simples: Corte o(s) queijo(s) em cubinhos, coloque em uma panela e cubra com vinho branco. Coloque em fogo baixo, e deixe derreter lentamente, sempre mexendo com uma colher. Vai bem rápido, entre 5 e 10 minutos. Quando todo o queijo derreteu, está pronto, leve para a mesa.

Apenas cuide para não deixar a panela muito tempo no fogo, pois o queijo já vai começar a endurecer de novo. Tem que aproveitar o momento melhor para por a fondue na mesa.

Na mesa, coloque 5 ou 6 velinhas em cima de alguma tábua (para proteger a mesa), e coloque por cima uma grelha, por exemplo, como aqui, a grelha do fogão. Coloque a panela em cima.

Cada pessoa espeta um cubinho de pão num garfo, e mergulha no queijo. Na Suíça, fazem questão que quem deixar cair o pão no queijo tenha que fazer um castigo, decidido pelos outros. Depois de alguns copos de vinho branco, esse jogo fica também bem mais legal…

Você pode tranquilamente começar com pouco queijo, e, quando tudo for comido, traga a panela de volta para o fogão, adicione mais queijo e se necessário vinho, derreta e traga na mesa novamente. Pode repetir isso várias vezes, aliás fica cada vez melhor.

Tiramissú ou Tiramisú?


O Irineu falou – “o mundo precisa conhecer a receita do Tiramisú! Então, embora seja uma sobremesa beeeeem conhecida, apresento para o mundo de leitores deste blog, a minha versão da famosa iguaria italiana.
As quantidades que vou passar e adequam perfeitamente a uma forma de vidro oval grandinha da Marinex, ta?

  • 5 claras
  • 4 gemas
  • 500gm de queijo mascarpone
  • 5 colheres de açucar refinado
  • duas colheres -grandes- de Amareto (licor de amendoas italiano, eu usei Licor de Genipapo!)
  • Um pacote de bizcoitos de champagnha (eu fiz com os tradicionais e com os de chocolate, ambos ficam bons)
  • Um prato de sopa cheio de café soluvel forte (sou preguiçoa e resolvi não passar café e ninguém percebeu!)
  • Chocolate em pó sem açucar (é, aquele do frade! rs)

Numa tigela maior bater as gemas com o açúcar até ficar um creme branco, ou quase lá. Um pouco antes de chegar no ponto desejado, acrescentar uma colherzona de Amareto, ou licor de genipapo, ou pensando bem, licor de café combinaria também! Reservar.

Numa tigela igual, ou menor, bater as claras a ponto de neve beeem durinhas. (Tudo será miturado na das gemas por fim!)

E agora chegou a hora da verdade. Acrescentar o mascarpone às gemas e misturar, aos pocos (eu faço em tres vezes), as claras a ponto de neve para não perder o ponto.

Colocar um terço dessa preparação na forma. Logo, se mergulham rápidamente os bizcoitos no café, já misturado com a colherzona restante de licor, e se alinham encima do creme, na forma. Cobrir os bizcoitos com o restante da mistura e levar para a geladeira. Fica bom de um dia pro outro. Tem gente que coloca duas camadas de bizcoitos, goto mais de fazr com uma, apenas. Mais o menos uma hora antes de servir, espolvorear com o chocolate. Eu utilizo uma peneirinha para chá, bem fina para cobrir de forma homogênea e evitar de cair grumos.

Sabia que?
Segundo a Wikipedia, o Tiramisú foi, originariamente a sobremesa oferecida nos prostíbulos venecianos?
A primeira vez que experimentei esta sobremesa, em Milán, uma amiga me disse que o nome tinha algo a ver com dar um up! rsrs

Torta Tatin

Já que estamos numa série de tortas, não podia faltar esta, mesmo se, infelizmente, vai fazer o número de receitas francesas ultrapassar as belgas. Esta torta tem esse nome por causa, diz a legenda, das irmãs Tatin, donas de um hotel na França, que, um belo dia, resolveram cozinhar um doce de maçãs. O doce deu errado, então para tentar consertar, cobriram as maçãs com uma massa brisée, e assim nasceu esta famosa torta virada.

  • A massa brisée

Essa massa está no meio do caminho entre uma massa sablée (massa podre) e uma massa croûte (massa croquante). Misture 250g de farinha, 125g de manteiga sem sal, uma pitada de sal, uma pitada de açucar, e uma gema de ovo, e sove até ficar como uma farofa bem grossa e húmida. Acrescente leite, aos poucos, sem para de sovar, até atingir uma consistência bem plástica e um aspecto liso.

  • A torta

Aqueça o forno a 250°.
Descasque 8 a 10 maçãs, corte em quartos e remove as sementes. Na forma que você vai usar para assar a torta (tem que ser uma forma alta, sem pedaço removível), coloque 150g de mainteiga sem sal, e 150g de açucar cristal. Coloque em cima da chama do fogão, e mexe com uma colher de pau até que forme um caramelo marrom claro.
Dispõe os pedaços de maçã na forma, faça uma camada mais compacta possível. Cobre com um papel de alumínio, e asse por 15 a 20 minutos.

Tire do forno, e retire o papel de alumínio. Abra a massa brisée com um rolo de confeiteiro, e coloque ela em cima das maçãs. Se ela for maior que a forma, simplesmente dobre tudo que ultrapassa por dentro. Asse por mais 20 minutos, até que a massa comece a ficar dourada.

Desenforne a torta imediatamente, colocando um prato maior em cima da forma e virando. Cuidado com os respingos de caramelo, queima muito. Sirva morna, com nata, chantilly ou sorvete de creme.

Chicons au gratin


Esta receita é um outro clássico da cozinha belga. É um prato gratinado de endívias carameladas enroladas em presunto e queijo, e cobertas de um molho béchamel (molho branco). As endívias são bastante amargas, e os outros ingredientes contrebalançam a amargura, formando um conjunto delicioso.“Chicon” é como são chamadas as endívias na Bélgica. A endívia é um legume parecido com um repolho chinês. Diferentemente da França, onde são chamadas “endives” mesmo, e ficam bem verdes, as da Bélgica ficam brancas, porque são cultivadas com pouca luz. Em São Paulo, se encontram facilmente em muitos supermercados.

Você vai precisar, para 4 pessoas, de:

  • 8 a 10 endívias
  • 200g de presunto fatiado
  • 400g de queijo prato fatiado
  • 2 colheres de sopa de açucar mascavo
  • 100g de manteiga
  • 4 colheres de sopa de farinha
  • 500ml de leite

Derrete uma colher de sopa de manteiga numa frigideira, e adicione duas colheres de sopa de açúcar mascavo. Frite por alguns minutos todas as endívias, um pouco de cada lado.

Depois, embale cada uma em uma fatia de presunto e uma fatia de queijo (ou mais, dependendo do tamanho das suas endívias. Só guarde um pouco do queijo para dispor em cima ddo prato depois).

Acomode elas em um prato untado com manteiga.

Prepare um molho béchamel assim: Derrete o resto da manteiga (+/- 100g) numa panela. Acrescente 4 colheres de sopa de farinha, ou mais, até formar uma pasta. Fique mexendo sem parar. Acrescente o leite aos poucos, deixando engrossar entre cada vez. Cada vez vai demorar mais e engrossar menos. Não pare de mexer. Desligue o fogo quando chega na consistência que você quer.

Cobre os chicons com o molho, e espalhe o resto do queijo cortado em pedaçinhos (ou ralado) para cima.

Finalmente, coloque em forno bem quente (250° ou mais), e asse por 50 minutos. Sirva com arroz, salada verde, ou qualquer outro acompanhamento que combine com molho béchamel.

Saucisse, compote, purée

O que está aqui acima é o prato favorito das crianças belgas. Saucisse é linguiça, compote é puré de frutas, no caso aqui de maçã, e purée é puré de batatas, como você sabe. Como é um ícone cultural belga, é bem diferente do que se come aqui no Brasil, e já que todo mundo adora, é imprescindível que esteja neste blog. As quantidades são para 4 pessoas.
  • A puré de batatas
Você precisará de 1kg de batatas, pegue as maiores possíveis, já que você vai ter que descascar! Descasque elas, corte em cubinhos e cozinhe em água salgada até que elas se esmaguem facilmente apertando com um garfo. Isto é mais ou menos 30 minutos. Escorre a água, acrescente um ovo inteiro, uma meia-xicara de leite, uma pitada de noz moscada e outra pitada de pimenta do reino. Esmague bem tudo, e acrescente mais sal se falta.
  • A puré de maçã
Você precisará de 1kg de maçãs, qualquer tipo serve. Quando é para cozinhar, não tem tanta importancia, portanto sugiro que você compre simplesmente as mais baratas… Descasque as maçãs, corte em 4, retire a parte central que tem as sementes, corte em cubinhos e coloque numa panela com uma boa colher de sopa de manteiga, duas colheres de sopa de açucar mascavo, uma pitada de canela e uma outra pitada de sal. Deixe cozinhar com a panela tampada.
Mexe com frequencia com uma colher, e quando começa a secar e queimar no fundo, acrescente um meio copo de água. O cozimento vai levar uns 25 minutos, provavelmente você vai precisar acrescentar água 2 ou 3 vezes. Eu gosto de deixar queimar um pouquinho mais tempo que deveria no fundo da panela, dá um gostinho caramelado bem legal…
  • A linguiça
Compre 600g de linguiça. Pode escolher qualquer uma, os belgas gostam das mais fininhas, de carne de porco, mas qualquer uma serve. Simplesmente coloque em uma frigideira que tenha tampa. Fure as linguiças com um garfo, tampe e deixe fritar na própria gordura. Tampe a panela, vire de vez em quando. Quando você acha que está pronto, corte uma das linguiças para ter certeza que está bem cozido.

Steak au poivre vert (Filé com pimenta verde)

Aqui está mais um clássico da cozinha francesa. É bem fácil de fazer, são simples pedaços de filé mignon, grelhados com pimenta verde. Quando a carne está pronta, se adiciona creme de leite para fazer um molho. Acompanhe com batatas sautées, gratin dauphinois, uma salada verde, ou, como aqui, com uma massa bem grossa, que combina muito bem com esses molhos a base de creme de leite.

Ingredientes, para 4 pessoas:

  • 600g de filé mignon, em um pedaço só, se possível (acho sempre melhor cortar seus próprios bifes, bem grossos, do que deixar o açougueiro fazer).
  • um potinho de pimenta verde, sempre vem em vinagre.
  • 200g de creme de leite
  • sal a gosto
Comece por cortar a carne em bifes bem espessos. Isso depende de como você gosta, mas a vantagem de fazer cortes espessos é que você consegue mais facilmente deixa-los bem torrados para fora e ainda bastante rosados por dentro. Eles terão então mais suco, que, misturado no molho, fica totalmente delicioso. Coloque uma frigideira em fogo bem alto, despeje uma boa dose de pimenta na frigideira, com um fio de oleo, e deixe fritar 2 ou 3 minutos:

Acrescente a carne:

Deixe grelhar, mais ou menos 5 minutos de cada lado, um pouco mais se você não gosta de carne mal-passada (o que seria uma pena!) :

Finalmente, coloque o creme de leite. Deixe no fogo mais um minuto ou dois, mexendo:

Prontinho! A próxima vez, tente trocar a pimenta verde por queijo roquefort, ou por estragão, as três receitas são deliciosas.

Torta de pimentões e ervas

Essa tortinha mais parece uma pizza, e também é perfeita pra servir em pequenos pedaços em confraternizações descontraídas. Pelo menos é assim que eu uso, mas acho que serve também para uma boa entrada.
Primeiro, preparamos a massa:

  • 2 xíc. de farinha de trigo
  • 1 colher de sopa de fermento em pó
  • 150 ml de leite
  • 1 gema
  • sal a gosto ( sugestão: 1 colher de chá rasa)

Misture numa tigela a farinha, o sal e o fermento. Dissolva a gema no leite e vá acrescentando à farinha. Misture bem com uma colher por uns 5 minutos, e depois transfira para uma superfície enfarinhada para sovar. Sove até que fique macia e elástica, e então deixe crescer por uma hora numa tigela untada, em algum lugar aquecido. Eu coloco no forno, que embora esteja ainda desligado, ficará morninho com o preparo que acontece em cima: a cobertura.
Você vai precisar de:

  • 2 pimentões amarelos grandes
  • 2 pimentões vermelhos grandes
  • 4 cebolas grandes
  • azeite de oliva
  • ervas frescas, 2 ou 3 variedades (tomilho, orégano, salsinha, sálvia, manjerona… eu não dispenso o tomilho!)

Descasque e pique, em tiras finas, os pimentões e as cebolas. Pique também as ervas. Coloque tudo para cozinhar em fogo moderado, com três colheres de um bom azeite numa frigideira. A mistura não deve dourar, portanto, fique de olho: se for preciso, acrescente colheradas de água.
A cobertura ficará no fogo cerca de 30 minutos, até que os legumes estejam macios. O aroma pela casa será inebriante!

Com a cobertura pronta, vamos abrir a massa já crescida e montar a torta. Agora é o momento de ligar o forno, para pré-aquecer. Mas tire a tigela de dentro!!
Abra a massa com um rolo numa superfície enfarinhada, até ficar do tamanho da forma (cerca de 30 cm de diâmetro). (O ideal é que fique um pouquinho maior que a fôrma, para poder fazer uma bordinha, uma parte particularmente deliciosa da torta!) É um pouco difícil, por sua qualidade “elástica”. Ela teimará em encolher! Mas quando conseguir, transfira com cuidado para a forma untada, e fure-a com um garfo.

Cubra com o refogado de pimentões, regue com mais azeite, e leve ao forno por 25 a 30 minutos, até que esteja crescida e crocante! Sirva quente, com uma taça de vinho. Que tal?

Variações. Dois toques especiais já testados e aprovados, para agradar a paladares diferentes:

  • cubra a torta com alguns filés de anchovas – para as pessoas e os dias que combinam com o bem salgado;
  • salpique passas pretas – para as pessoas ou os dias que pedem um toque mais doce.

Pita gyros

A pita é um tipo de sanduiche grego, recheado com carne, repolho marinado, queijo feta e molho de alho.

A pita é um grande ícone da culinária grega e de todos os países que bordam a Grécia. Por isso, tem inúmeras declinações. A que nos faremos aqui é uma versão bem básica, feita tanto na Grécia como na Turquia. Mas essa pita também se espalhou através a Europa inteira, e é hoje uma das comidas de rua mais fáceis de encontrar em todo lugar da Europa. Em Bruxelas, existe até uma “rua da Pita” (oficialmente rue du Marché aux Fromages) onde todas as casas são restaurantes de pita.

Você vai precisar preparar 4 recheios. As quantidades são para 4 pessoas:

O repolho marinado

Coloque numa saladeira uma colher de chá de sal, uma ou duas colheres de sopa de açucar, uma meia xicara de vinagre branco e uma colher de sopa de orégano. Misture bem até que o açucar e o sal estejam totalmente diluidos. Em seguida, corte um meio repolho em lâminas bem fininhas, corte duas ou três vezes no sentido perpendicular, para que as tirinhas não fiquem muito compridas. Coloque o repolho na saladeira, e misture bem. Reserve, e misture novamente de vez em quando para que todo o repolho fique bem impregnado com a marinada.

O queijo feta

Simplesmente corte 200 a 300g de queijo feta (queijo de cabra grego) em cubinhos, ou, se não encontrar ou se fica muito caro, de um outro queijo de cabra, ou, mais barato ainda, de um bom queijo de minas.

O tsaziki (molho de alho)

Isto é um molho muito típico da Grécia, que pode usar com muitos outros pratos, ou até comer com pão. Retire com um descascador a pele de um pepino japonês, e corte ele em pedaçinhos bem pequenos. Retire a pele de umas 10 a 15 dentes de alho (ou mais, se você tem bastante corajem) e corte também bem fininho. Coloque os dois numa cumbuca e esmague com um pilão, até quase ficar uma massa. Acrescente um pote de iogurte integral (+/- 200g, não adoçado, claro), uma pitada de sal se acha necessário e uma pitada de orégano. Misture bem, e reserve.

A carne

Corte 600g de carne bovina (coxão mole, alcatra, o que tiver disponível) em tirinhas, como para um estrogonofe. Tempere com sal, tempero para gyros se você tiver, ou algum outro tempero para carne (tempero para churrasco, tempero mexicano, etc…). O tempero típico de gyros é uma mistura de paprika, pimenta do reino, coentro em grãos, cominho, canela, cravos, salsa, orégano e noz moscata. Misture bem, e frite em uma frigideira com um fio de azeite de oliva.

Quando todos os recheios estão prontos, dispõe na mesa com pão para pita. O pão de pita é um tipo de pão sírio bem fino, mas nem todos os pãos sírios servem para fazer pita, porque não são sempre resistentes o suficientes para ser abertos. Você provávelmente devera experimentar várias marcas até achar uma boa. Conte 3 ou 4 pães por pessoa se são pequenos. Se você tem uma torradeira, pode torrar levemente os pãos antes de servir (eles devem ficar moles ainda, para poder ser abertos)

Cada convidado pega um pão, corte um pedaço dele, abre o pedaço maior (é oco), e abre ele como se fosse um saquinho. Em seguida, recheia com um pouco de cada recheio, ao gosto de cada um.

Se você quiser, pode acrescentar muitos outros recheios como milho, cubinhos de tomate, molho rosé (iogurte + catchup), cubinhos de abacaxi, ou qualquer outra idéia que surja da sua imaginação. Mas não fique sem experimentar uma vez esta versão autêntica!

Filé à la béarnaise

Esta receita francesa bem famosa é no mesmo tempo simples e complicada. É simplesmente um pedaço de filé mignon de carne bovina, com o famosissimo molho béarnaise, a base de ovos, manteiga e estragão. Na foto acima, servimos ele com gratin dauphinoise rúcula.O molho

A dificuldade principal é fazer o molho béarnaise. Como todo molho de ovos, sempre há um risco de estragar. Você deverá tomar cuidado na hora de esquentar, para não cozinhar o ovo. Ia formar grumos e estragar tudo. Você vai precisar, para 4 pessoas, de 6 a 8 ovos, bastante estragão, 150g de manteiga, uma meia-xicara de vinho branco seco, 4 colheres de sopa de vinagre branco, uma cebola roxa, e sal.

Começa por picar a cebola muito fino:

Em seguida, coloque uma colher de sopa de manteiga em uma panela, e frite a cebola com uma pitada de sal e muito estragão (não se preocupe, não tem risco de por demais):
Quando a cebola está bem dourada, acrescente uma meia xicara de vinho branco seco e 4 colheres de sopa de vinagre branco. Continue mexendo, até que a quantidade de líquido reduza de metade:
Desligue o fogo, e coe. O líquido vai servir para a béarnaise, o resíduo sólido normalmente não serve para nada, mas não jogue fora, seria um crime! Use por exemplo para temperar a salada verde, ficará ótimo. Detalhe interessante, na Europa se vende o líquido de base pronto:

Mas, claro, ai você não ganha a cebola! Agora, com essa base, fazemos o molho:

Ferva água em uma panela, e coloque outro recipiente dentro, para fazer um banho Maria. No recipiente, coloque o líquido obtido na etapa anterior, e 6 a 8 gemas de ovo. Mexe sem parar, cuidando bem para que o ovo não cozinhe. Se ameaça de embolotar, retire imediatamente da água fervente e espera baixar um pouco a temperatura, sem parar de mexer. Rapidamente, a mistura vai engrossar até parecer um creme. Jogue nele a manteiga, cortada em pedaços. Continue mexendo até a manteiga estar totalmente derretida. Verifique que esteja salgado como você quer, ajuste se necessário. O molho está pronto, reserve.

A carne

Corte um pedaço de filé mignon (conte mais ou menos 600g para 4 pessoas normais, 800g para 4 pessoas gulosas) em filés bem espessos, com a melhor faca que você tenha:


Aqueça uma frigideira em fogo alto. Espere alguns minutos, para que a frigideira esteja o mais quente possível. Derreta uma boa colher de manteiga. Quando a manteiga começa a dourar, coloque os filés. Polvilhe com uma pitada de sal e de pimenta do reino.

O alvo é cozinhar o mais rapidamente possível, por isso tentamos deixar a frigideira mais quente possível. Na França, as pessoas tentam geralmente deixar a carne bem torrada por fora, mas bem vermelha por dentro. É assim que gosto também, e quando você tem uma carne boa, fica maravilhoso. Por isso fizemos filés bem espessos, que é para ajudar o centro a ficar bem vermelho. Deixe 4 ou 5 minuos, e vire os filés.

Faça a mesma coisa do outro lado, polvilhe um pouquinho de sal e de pimenta do reino, e deixe 4 a 5 minutos. Se você conseguiu uma carne boa, vai ficar totalmente suculento. Quando tudo for pronto, monte os pratos colocando uma generosa dose de molho em cima de cada filé.

O dia do nosso jantar, o Iri conseguiu este vinho fabuloso. Perfume muito fino, daqueles onde você consegue sentir o tonel de madeira, e um gosto totalmente surprendente, bem diferente do que você imagina cheirando. Combinou perfeitamente!

Aqui está, para o registro, o festão que fizemos:

Gratin Dauphinois

Este é um prato muito, muito simples de se fazer, e um grande clássico da cozinha francesa. Se trata de um gratin, ou seja, um prato gratinado, de batatas, creme de leite e alho. Fica ótimo como acompanhamento para algum prato de carne. Você precisará, para 4 pessoas, de 2 ou 3 kg de batatas (o que couber na sua assadeira), uma caixinha (mais ou menos 200g) de creme de leite, alguns dentes de alho esmagadas ou duas colheres de sopa de alho triturado, e 300g de queijo mussarela (ou prato).
Comece por colocar um fundo de leite ou de azeite no fundo da assadeira. Ligue o forno bem alto, em torno de 250°C. Descasque as batatas, e corte elas em fatias finas. Dispõe na assadeira. A cada 2 ou 3 batatas, espalhe uma colher de sopa de alho esmagado e uma pitada de sal.
Continue assim até encher o prato. No fim, despeje o creme de leite, o resto do alho e uma pitada de noz moscada.Por cima, coloque o queijo, em fatias, em pedaços ou ralado, pouco importa. O importante é cobrir o prato por igual. Coloque no forno por 50 minutos. Verifique que a batata esteja bem cozida enfiando uma faca no prato, se tem a consistência que você imagina que deveria ter, então significa que está pronto. Bon appétit!

Nota: Se você quer fazer este prato mais rapidamente, pode cozinhar as fatias de batata por 15 minutos em água fervente antes de colocar na assadeira. Ai, só precisará ficar no forno uns 20 minutos, para gratinar o queijo. Mas não fica tão bom!

Γιουβέτσι mε Θαλασσινα (massa grão de arroz com frutos do mar)

Ingredientes (para 4 a 6 pessoas)

500 g de mexilhões (de preferência na concha)
250 g de camarões crus
125 g de manteiga
1 cebola cortada em tiras finas
2 dentes de alho amassados
4 a 5 tomates, pelados e peneirados
1/2 colher de chá de açúcar
500 g de kritharáki (massa em formato de arroz)
200 g de quejo brebis (de ovelha)
sal
pimenta preta moída
Preaquecer o forno à 180º C.
Lavar e escovar as conchas e colocar para cozinhar em água apenas até que elas se abram. Escorrer e reservar o caldo. Jogar fora as conchas que não abriram. Retirar os mexilhões das conchas e lavar delicadamente em água corrente.
Acredito que essa primeira parte pode ser pulada, pois é muito difícil encontrar mexilhões ainda nas conchas para vender no Brasil. Normalmente, encontramos mexilhões congelados sem casca, mas é bom também. Seguindo então:
Lavar os camarões. Derreter a manteiga em uma frigideira e cozinhar os camarões em fogo baixo, até que eles fiquem rosados.
Juntar o alho e a cebola e dourar um pouco. Colocar os tomates, um pouco do caldo dos mexilhões (ou água se o mexilhão era congelado), os mexilhões e o açúcar, temperar com o sal e a pimenta e cozinhar lentamente (em fogo baixo) por 10 minutos.
Retirar do fogo e juntar a “massa arroz” . Colocar em tigelas, até a metade, tantas quantas forem as porções desejadas. Pode também usar um prato grande, mas ainda assim encher somente a metade. Colocar água fervente em cima até encher a tigela ou o prato e mexer.
Levar ao forno que estava preaquecido de 30 a 40 min. Note que 180ºC é para um forno muito bom, onde temos certeza da qualidade da temperatura (como num forno elétrico ou um excelente forno a gás). Num forno de fogão normal é bom deixar um pouco mais quente em torno de 250ºC.
Um pouco antes do fim do cozimento, repartir o queijo de ovelha (brebis) e colocar em cima do prato e deixar gratinar. Servir fervente.
*O kritharáki é uma massa em formato de grãos de arroz que por muitas vezes desconcerta a quem a degusta pela primeira vez, pois seu formato destoa do sabor.
No Brasil, só consegui encontrar até agora o produto importado, comecializado pela Barilla com o nome de Risoni.
A receita é típica das Ilhas Jônicas, um grupo de ilhas na Grécia. As sete são, de norte para sul: Corfu (Κέρκυρα), Paxos (Παξοί), Levkas (Λευκάδα), Ítaca (Ιθάκη), Cefalónia (Κεφαλλονιά), Zante (Ζάκυνθος) e Citera (Κύθηρα).
O nome jônicas é uma curiosidade geográfica, já que a região da Jônia, na Antiguidade, ficava a leste da Grécia, na costa do Mar Egeu, onde hoje fica a Turquia. O nome pode ter sido derivado do fato de que algumas das ilhas foram colonizadas pelos povos jônicos da Grécia Antiga. Ítaca era o nome da ilha natal de Ulisses no antigo poema épico grego A Odisséia, de Homero. Tentou-se identificar a Ítaca atual com a antiga, mas não é possível localizar a ilha pela descrição de Homero. (da wikipedia).
Para beber podemos escolher um Retsina ou, na falta deste, um Vinho Verde.

Lemon Curd

A última colherada!

Descobri essa delícia há pouco tempo, na casa do nosso amigo Zé Roberto Prazeres, o “Zé dos Prazeres”, como chamamos. A lenda dizia que era feito por mãos de velhinhas inglesas anglicanas, e o Zé dizia que era fácil comprar, porém… nós não nos contentamos com tão pouco! Qual é o nosso barato?! Fazer!
So… procurei a receita, e achei no site da BBC. Mas engana-se quem pensa que a receita abaixo é mera tradução. É, eu fiz como eles diziam, mas achei um pouco mais doce e/ou um pouco menos ácido do que me apraz. Então fiz pequenas adaptações.
Você vai precisar de casca e suco de 4 limões sicilianos (acho que pode ser qualquer limão, mas esse dá um sabor mais “típico”), 4 ovos, 110g de manteiga sem sal, 400g de açúcar. A receita é tão simples que a parte mais trabalhosa é raspar o limão – raspe só a parte colorida da casca! Depois, extraia o suco. Misture casca e suco com a manteiga fria, cortada em pedacinhos, os ovos ligeiramente batidos e o açúcar. Eu bati o açúcar no liquidificador por um minuto antes de usar, já que outra receita dizia pra usar açúcar extrafino (açúcar de confeiteiro). Esse é um truque simples para fazê-lo em casa.
Agora é só levar ao banho maria, fogo baixo, e ir mexendo. Demora um pouco, e parece até que não vai dar certo. Mas, de repente, a mágica se faz! A mistura talhada vira um creme aveludado. O cheiro é delicioso desde o começo. Está pronto quando, ao virar a colher, fica uma “capinha” de creme.
Pela foto vocês podem ver que segui à risca as instruções “Pour into warm sterile jars, cover, seal and label. Refrigerate.” Sim, tem mais um ponto importante aqui: precisamos guardar em vidros esterilizados, já que não usamos conservantes. Veja aqui como fazer. (Eu dispenso o passo 3, secar no forno. E além disso, como vocês podem observar, eles não usam o pano no fundo da panela como recomendam. Eu também não!)
Essa receita rende dois vidros com capacidade para 400, 500 ml. Use para recheios de tortas, sonhos, coberturas para sorvete, para passar no pão, ou simplesmente para comer de colher!

Carbonnades à la liégeoise

Esta é uma variação das famosas Carbonnades flamandes, um ícone da cozinha belga, que sem dúvida aparecerá aqui em breve. Como tudo que é chamado “à la liégeoise”, em referência à cidade de Liège, tem um molho doce, feito com frutas.

É um prato de carne (as carbonnades são cubos de carne), embalada em tiras de bacon, e cozida em um molho de cebolas, cerveja preta e sirop de Liège ou geleia. Pode ser servido com vários acompanhamentos, mas se você quer fazer algo bem belga, serão batatas, fritas ou, como aqui, cozidas e depois sautées.


Para 4 pessoas, Você vai precisar, para começar, de 600g de carne bovina (pode ser qualquer pedaço, alcatra, coxão mole, coxão duro. Quando a carne cozinha muito tempo em um molho, pode muito bem ser uma carne de menor qualidade, mais dura). Corte essa carne em 8 a 10 pedações, e embale cada pedaço em tiras de bacon. Amarre com barbante.

Lave um pequeno kilo de batatas bem pequenas. Não descasque, mas tire os nós e partes machucadas. Corte cada uma em quatre, cobre de água fria salgada e deixe ferver durante mais ou menos 15 minutos. Teste com uma faca, quando a batata estiver quase cozida mas ainda um pouco dura, retire do fogo e escorre a água.

Em outra panela, frite 2 ou 3 cebolas picadas bem fino em um pouquinho de manteiga. Quando estão bem amarelos, adicione os pedaços de carne. Continue fritando até o bacon ficar dourado. Adicione em seguida uma lata de cerveja preta (qualquer uma serve, minha preferida é a bohemia preta), e 3 boas colheres de sopa de sirop de Liège ou de geleia.


O sirop de Liège é uma pasta feita de suco de frutas e açucar, típica da região de Liège mas fácil de encontrar na Bélgica toda. Fora da Bélgica, infelizmente, é quase impossível de encontrar, mas esta receita ficará quase igual se você usar uma geleia qualquer.

Deixe cozinhar em fogo brando durante mais ou menos 30 minutos, ou mais se você tiver tempo (mais tempo melhor). Ajuste o sal, e adicione uma colher de chá de farinha ou maizena, para engrossar um pouco o molho.

Enquanto a carne cozinha, coloque uma colher de sopa de manteiga nas batatas cozidas, e um punhado de salsa e cebolinha. Coloque no fogo, e frite (=sauté) levemente, sem parar de mexer. Pare quando as batatas começam a dourar, a esfarelar e a grudar no fundo da panela.

Prontinho! O ideal para acompanhar este prato é, como para quase toda a culinária belga, cerveja. Se você encontrar uma cerveja belga, melhor (a Leffe e a Hoegaarden são agora fácil de encontra no Brasil), mas a defeito, tem várias cervejas brasileiras que combinarão muito bem, como a bohemia confraria ou a bohemia preta, ou qualquer outro tipo de cerveja escura e com gosto bem forte.

Bom apetite!

Älplermakronen ou "Macarrão dos Alpes"

Foto fresquinha, do macarrão feito minutos atrás!

 

Receita fácil e saborosa, um prato típico suíço (achou que era só fondue e raclete??!!). Que tal impressionar hoje à noite? 😀

Basicamente um macarrão com… batatas e queijo! E creme de leite! Segundo nosso amigo suíço Michael, que está ali na cozinha preparando e ditando pra mim as quantidades, as pessoas por lá dizem que este é um prato pra se fazer quando se tem batatas sobrando, hehe!! Ele diz que a proporção tradicional é mais ou menos o mesmo peso em massa, batata e queijo. Mas o Michael particularmente coloca MAIS queijo!!

Então, mãos à obra!
Para 4 pessoas, colocamos pra cozinhar 4 batatas grandes em cubinhos em uma panela de 5 litros com água fria. Assim que a água ferver, vamos esperar 5 minutos e acrescentar nessa mesma panela, junto com as batatas, a massa, 400g de penne. Cozinharemos mais o tempo necessário para a massa, no caso, cerca de 10 minutos.
Numa tigela separada, você deve ter cerca de 400g de queijo ralado. Nós estamos usando um mistura de gruyère e emmenthal, pois o toque é suíço 😉 Mas creio que é possível abrasileirar ou dar o toque pessoal, de acordo com os seus queijos preferidos. Vale uma primeira tentativa com essa mistura suíça, claro! Essa mistura foi temperada com um pouco de pimenta e noz moscada moídas na hora.
Agora, uma pequena controvérsia alpina: colocar ou não um pouco de presunto cozido. Nós estamos usando, cerca de 100g, também ralado e misturado aos queijos.
Quando o macarrão finalmente estiver cozido, escorreremos a água e vamos misturá-lo ao queijo e a cerca de 250g de creme de leite fresco. Hummm!!! Assim já pode ser considerado pronto, é um jeito de serví-lo. Nós temos um porém: é possível gratiná-lo! Então nós guardamos um pouquinho do queijo para pôr por cima e metemos tudo no forno. Esperamos criar aquela linda casquinha dourada e finalmente servimos!
Vai acompanhado de purê de maçãs (!!!) ou uma saladinha e coberto por cebolas carameladas (fritinhas na manteiga).
Guten appetit!
Você sabia? Segundo fontes locais (o Michael, aqui do meu lado) essa receita surgiu como uma forma de reaproveitar sobras, e acabou tornando-se um ícone da culinária suíça.
Pelo mundo: Enquanto um suíço consome em média 20kg de queijo por ano, no Brasil, a média per capita/ano é de apenas 3kg.