Sole meunière

A sole é o nome francês do linguado, a meu ver o melhor peixe do mundo. A famosíssima maneira meunière significa basicamente passar o peixe na farinha, cozinhar ele na manteiga e comer com a manteiga dourada pelo cozimento e limão. Dizem que é a sole meunière que Julia Child comeu no dia que a fez dedicar sua vida à cozinha francesa.
Fazer esta receita é relativamente simples, só tem um segredo: Muita, muita, muita, muita manteiga. Para 4 pessoas:
  • 500 a 600g de filé de linguado rigorosamente fresco
  • 100g de manteiga (150g para os audaciosos)
  • 1 limão siciliano
  • 1 xícara de farinha comum de trigo

O preparo é muito rápido e tem que comer imediatamente, portanto comece o processo a seguir depois dos convidados já estarem sentados na mesa.

Espalhe a farinha em um prato. Passe os filés de peixe na farinha, de cada lado, até ficarem bem cobertos de farinha. Em uma frigideira (ou duas, os filés tem que ficar bem à vontade), derreta a manteiga. Quando estiver fervendo, coloque os filés. Deixe fritar por alguns minutos de cada lado, até eles ficarem bem marrons. Retire os filés e coloque imediatamente diretamente nos pratos dos convidados. Despeje por cima a manteiga amarronzada que ficou na frigideira, e sirva com um quarto de limão, para cada pessoa poder espremer na quantidade que quiser.
Acompanhe com batatas ou mandioquinhas cozidas no vapor (com um pouquinho de sal grosso, salsinha, queijo ralado e manteiga, por exemplo), uma salada verde e um vinho branco bem delicado como um vinho verde.

Sauerbraten

Esta receita é uma adaptação de uma receita do Hank Shaw que é ela mesma uma adaptação de um clássico da cozinha alemã. O radical sauer- significa azedo, pois o molho é feito com vinagre e é azedo mesmo. Mas ficou realmente delicioso. O ideal é acompanhar com spätzle e couve roxa, ou, em caso de preguiça, com batatas ou massinhas, como aqui. A receita é relativamente simples de fazer, a única complicação é que a carne tem que ficar pelo menos 24 horas (um bom sauerbraten pode marinar por vários dias) na marinada…
  • 1kg de lagarto bovino
  • 2 cenouras
  • 1 cebola roxa
  • 3 ou 4 ramos de salsão
  • 1 colher de alho triturado
  • 1 colher de sopa de gengibre fresco cortado em pedaçinhos
  • 10 a 15 uvas verdes
  • 1 xícara de vinagre de maçã
  • 1 garrafa de vinho tinto seco (pode ser da pior qualidade, não gaste um vinho bom para cozinhar!)
  • algumas folhas de louro
  • tomilho (fresco ou seco)
  • 2 colheres de sopa de mostarda em grãos
  • sal e pimenta do reino
  • 2 colheres de sopa de manteiga (para o outro dia)
O preparo no dia antes é bem simples: corte todos os legumes em pedacinhos, e coloque em uma vasilha com todos os outros ingredientes. Mergulhe a carne nessa marinada, cobre com filme plástico (não vai querer que sua geladeira inteira pegue cheiro de sauerbraten) e coloque na geladeira até o outro dia.
No dia D, coloque duas colheres de sopa de manteiga ou azeite numa panela, e doure o pedaço de lagarto por algumas minutos de todos os lados. Passe ele para um prato que vai no forno, regue com umas colheres de sopa da marinada e asse em forno quente (>250°) por mais ou menos 50 minutos.
Em uma outra panela, coloque toda a marinada e ferve por 30 a 40 minutos, até que os legumes se desmanchem). Se secar muito, coloque um pouco de água no meio do cozimento. Todo o segredo do sauerbraten é no molho, portanto não hesite em deixar cozinhar um pouco mais se precisar, até ficar com consistência perfeita. No final, pode acrescentar uma colher de sopa de farinha se deseja engrossar um pouco.
Quando tudo for pronto, corte a carne em fatias, e despeja o molho por cima.

Fish cakes e couve-flor com molho de tomates

Esta receita é uma adaptação de 2 receitas (esta e esta) do Jamie Oliver. Ficou sensacional, e com cara bem inglesa, e exceto as anchovas os ingredientes são bem baratos. Você precisará de:
  • 1 couve-flor
  • 1 cebola roxa bem grande
  • 2 latas de tomates pelados
  • 1 colher de sopa de alho triturado
  • 1 xícara de azeitonas pretas
  • 1/2 xícara de vinagre
  • uma latinha de anchovas em óleo
  • tomilho, salsinha e louro
  • 5 ou 6 batatas grandes
  • 500g de filé de peixe (pode ser qualquer peixe, fresco ou congelado)
  • 1 colher de sopa de farinha
  • 1 ovo
  • sal e pimenta do reino
Comece por dourar a cebola com um pouco de azeite de oliva em uma panela grande. Acrescente o alho, as azeitonas e as anchovas, deixe fritar um pouco mais, acrescente o vinagre, os tomates pelados, encha uma das latas com água e acrescente. Esmague os tomates com um garfo, deixe cozinhar mais  uns minutos e coloque o couve-flor inteiro no meio do molho, apertando ele um pouco. Ele tem que ficar meio mergulhado no molho, meio para fora, ali está o segredo (depois quando comer, certas partes do couve-flor terão muito gosto do molho, outras não). Acrescente sal e pimenta do reino e deixe cozinhar com a panela tampada por 40 a 50 minutos.
Em outra panela, cozinhe as batatas descascadas e cortadas em cubinhos em água salgada, por mais ou menos 20 minutos ou até que estejam bem macias. Se usar uma panela que suporta um escorregador para cozinhar no vapor, melhor, você poderá cozinhar o peixe junto, em cima das batatas, por 5 a 10 minutos.
Escorre as batatas, esmague-las com um garfo, esmigalhe o peixe nelas, acrescente uma colher de sopa de farinha e o ovo. Misture bem. Forme bolinhos com a mão, e role eles na farinha. Frite eles em uma frigideira com um fundo de azeite de oliva (isto é, com bem pouco azeite, não imersos como um pastel), mais ou menos 5 minutos de cada lado. Tome cuidado na hora de vira-los, são frágeis.
Enjoy!

Frango com endívias e ameixas

Esta receita é outro prato que se come com frequência na Bélgica e na França. As endívias se cozinham de um jeito parecido como nos chicons au gratin, as ameixas dão um gosto bem diferente, mas no final sempre tem aquele delicioso contraste com o amargo da endívia. Para 4 pessoas famintas,

precisaremos de:

  • 800 a 1 kg de frango (qualquer pedaços, de preferência sobrecoxas ou um pouco de tudo)
  • 5 ou 6 endívias
  • 200g de ameixas secas (com ou sem carroço, sem fica mais fácil)
  • 1 cerveja(350ml) escura não doce (por exemplo Eisenbahn azul-escuro ou bohemia)
  • 2 colheres de sopa de manteiga
  • 2 colheres de sopa de açúcar mascavo
  • sal, pimenta do reino
Derreta a manteiga numa panela grande, coloque as endívias dentro, e o açúcar mascavo. Deixe as endívias fritar por alguns minutos, mexendo de vez em quando para que fritem de todos os lados e peguem bem o açúcar derretido. Quando as folhas externas começam a ficar bem transparentes e se separar,  coloque todos os outros ingredientes na panela, acrescente uma pitada de sal e de pimenta do reino, tampe a panela e deixe cozinhar por 40 minutos e fogo médio. Mexe de vez em quando para evitar que algum pedaço fique queimando no fundo.
Fica pronto quando o frango está bem cozido, com a carne se separa do osso, e que as endívias ficam bem macias e as folhas estão quase soltas. Mas como todos os cozidos, não faz mal se cozinha por mais tempo.
Acompanhe com arroz ou quinoa, uma salada verde, e a mesma cerveja que usou para cozinhar.

Panelaço – Cozido de favas portuguesas e carne de porco

Essas favas portuguesas se encontram em vários lugares em São Paulo, sobretudo nos mercadões (centro, lapa). São grandes, tem casca espessa e um sabor totalmente especial. Tem que cozinhar um pouco mais tempo que feijão clássico, mas mesmo assim a casca fica durinha. Para este cozido, usei:
  • 400g de favas portuguesas
  • 1 cebola
  • 1 alho porro
  • 400g de filé de porco
  • 100g de bacon
  • 1 cenoura
  • 1 colher de chá de coentro em pó
  • 1 colher de chá de mostarda em pó
  • 1 colher de chá de cominho em pó
  • 1 tomate
Coloque as favas em uma panela de pressão e cobre com água. Deixe cozinhar durante 20 minutos, contados a partir do momento em que a panela começa a apitar.
Desligue o fogo, deixe o vapor sair, abra a panela e acrescente os outros ingredientes, o porco cortado em 6 ou 7 pedações, o resto cortado fino.  Acrescente água até quase cobrir tudo (quando cozinhar o nível vai baixar, portanto não coloque água demais. Se precisar, acrescente mais depois). Deixe cozinhar com a panela semi-tampada por outros 20 minutos, ou até que o interior das favas esteja bem macio.
O prato ficou tão bom que mereceu um nome, e foi unanimemente batizado “Panelaço”…

Espaguete com castanhas e cenoura

“A ideia inicial era uma macarrão alho e óleo, mas aí eu vi as castanhas e resolvi colocar.” Esse é o depoimento da cunhada sobre a criação do prato. Depois de várias experiências, consolidou-se essa receita:

  • 2 cenouras grandes cortadas em tirinhas (à juliana)
  • 300g de castanhas de caju grosseiramente picadas
  • 5 dentes de alho grandes bem picadinhos
  • 200ml de vinho tinto seco
  • 300g de parmesão ralado
  • sal e pimenta preta à gosto
  • 1 pacote de espaguete

Refoga em bastante azeite de oliva o alho, quando começar a dourar, coloque a cenoura e a castanha. Antes da cenoura amolecer, já acrescenta o vinho, o sal e a pimenta. Deixa evaporar uns 2 minutos e acrescenta o macarrão já cozido, al dente. Aí basta mistura bem o parmesão ralado e… está pronto!
É uma delícia! Valeu, Dani!

Waterzooi

O waterzooi (pronunciar uaterzúi) é o grande clássico da cozinha belga, talvez como a feijoada.
A versão mais comum é esta, chamada Gentse waterzooi (a moda de Gent), feita com frango, mas também existe uma versão feita com peixe. Tem também muitas variações, como fazer sem batatas, sem creme de leite, etc… Para 4 pessoas, precisaremos de:
  • 600g a 800g de frango, de preferência vários pedaços (coxas, sobrecoxas, filé)
  • 600g de cenouras
  • 1 cebola grande
  • 1 alho porro
  • 5 ou 6 ramos de salsão
  • 600g de batatas
  • 200ml de creme de leite
  • 1/2 xícara de vinho branco seco
  • 1 colher de sopa de manteiga
  • sal e pimenta do reino
Fatie a cebola, a cenoura, o salsão e o alho porro. Coloque tudo numa panela grande com a manteiga, e deixe dourar por alguns minutos, mas não deixe ficar marrom (queremos um prato de cor bem clarinha). Acrescente os pedaços de frango e o vinho branco, mais uma meia-xícara de água. Coloque uma pitada de sal e de pimenta do reino, tampe a panela e deixe cozinhar por 15 minutos.
Descasque e corte as batatas em cubos, acrescente ao resto, coloque mais um pouco de água de está secando muito, e deixe cozinhar por mais 15 minutos, ou até que as batatas começam a se desmanchar.
Por fim, retira do fogo, acrescente o creme de leite, misture um pouco e sirva! Com a batata, o prato se come sozinho, mas todas as idéias são possíveis, como acompanhar com arroz, salada verde, etc. Acompanhe com um vinho branco, ou, melhor ainda, uma cerveja branca (hoegaarden, bohemia weiss, etc)

Smaakelijk eten!

Sauerkraut (chucrute)

Esta é a maneira tradicional de comer chucrute no oeste da Alemanha e na Alsace: Acompanhada de batatas e de uma quantidade de carnes e linguiças, todas de porco. Inútil de dizer, fica delicioso. Não vamos fazer o chucrute nos mesmos, mas isso não é realmente um entorse, na Alemanha também ninguém faz o chucrute ele mesmo, se mora em cidade… E é relativamente fácil de encontrar em supermercados. Simplifiquei algums dos pedaços de carne também. Você precisará, portanto, para 4 a 6 pessoas, de:

  • 800g-900g de chucrute em conserva
  • 1 cebola
  • 6 a 8 batatas
  • 1 linguiça calabresa
  • 6 salsichas
  • 100g de bacon
  • 400g de presunto (não fatiado)
  • 4 bistecas de porco
  • pimenta do reino em grão
  • 5 ou 6 cravos
  • 1 copo de vinho branco seco ou suave (depende das receitas. Fiz aqui com seco)

Descasque as batatas, corte-las em duas metades, e cozinhe elas no vapor ou em água fervente (se for em água, acrescente uma colher de chá rasa de sal). Reserve para o final.
Corte o bacon e a cebola em cubinhos, e coloque no fundo de uma panela. Corte as carnes e a linguiça calabresa em pedações bem grandes, e coloque tudo na panela, com as salsichas, por cima do bacon. Acrescente um pouco de grãos de pimenta do reino inteiros, os cravos, e o vinho.
Tampe a panela e deixe cozinhar por 35 minutos. Na metade, verifique que não secou todo o líquido, e acrescente um pouco de vinho se necessário.
Acrescente todo o chucrute por cima das carnes, tampe novamente e deixe cozinhar por mais 25 minutos. Na metade, abra e mexa tudo com um colher de pau, para os sabores se misturar.

Finalmente, monte o prato assim: Coloque um monte de chucrute no centro, as batatas em volta, e coloque as carnes por cima. Acompanhe com vinho Riesling ou cerveja (A bohemia Weiss fica ótima).

O omelete de Julia Child

A Julia Child, para quem não viu o filme Julie & Julia, aprendeu a cozinhar durante os vários anos em que morou em Paris, e, de volta aos Estados Unidos, escreveu uma bíblia de cozinha francesa e apresentou um programa de TV, também sobre cozinha francesa. Aqui está um trecho famosíssimo e imperdível, onde ela ensina a fazer uma verdadeira omelete francesa.

Thieboudienne

A thieboudienne é o prato nacional do Senegal. O nome significa, em Wolof, “arroz com peixe”. Neste prato o peixe e o arroz são cozidos em um caldo feito com o peixe e vários legumes. A maioria dos ingredientes é fácil de achar, mas, claro, teremos que trocar o peixe local senegalés (o thieb) por algum peixe daqui…

  • 800g a 1kg de peixe fresco em postas (namorado, cação, o que você achar)
  • 50g de peixe seco, ou uma colher de sopa de caldo de peixe ou de camarão em pó
  • 3 tomates
  • 1 abobrinha
  • 2 cenouras
  • 1 cebola
  • 500g de abóbora
  • 3 colheres de sopa de óleo de amendoim (ou algum outro óleo, mais uma colher de sopa de pasta de amendoim)
  • 400g de arroz comum
  • 2 litros de água

Frite o peixe dos dois lados no óleo bem quente, até dourar. Retire o peixe, reserve, e adicione todos os legumes cortados em pedaços bem grossos. Adicione também o peixe seco (ou o caldo de peixe), e a pasta de amendoim (se você não usou óleo de amendoim).
Deixe dourar um pouco, e adicione 2 litros de água. Tampe a panela e deixe ferver em fogo médio por 30 minutos, até os legumes começarem a ficar bem macios. Ainda tem que sobrar bastante caldo, pois precisaremos dele para cozinhar o arroz. Se tiver evaporado muito, adicione mais um pouco de água e espere até ferver.

Em uma outra panela, aqueça um pouco de óleo, e frite o arroz por alguns minutos, mexendo sempre, até os grãos ficarem transparentes. Adicione duas ou três conchas do caldo da outra panela. Deixe absorver, mexendo sempre, e adicione mais caldo. Repite isso até o arroz ficar bem cozido, como faria para um risotto.

Quando o arroz está cozido, coloque o peixe que reservamos no início no caldo. Deixe ele bem coberto pelo caldo. Deixe cozinhar por 5 minutos, sem mexer para não quebrar os pedaços de peixe.

Sirva uma porção de arroz, um pouco de peixe e um pouco dos legumes. Se você quiser fazer uma verdadeira refeição a moda senegalesa, sirva num prato só para todos os convidados, em uma mesa baixa, em volta da qual todos se sentam. Distribua colheres, e todo mundo come no mesmo prato. Se você quer ser muito purista, nem usará colher, comerá com a mão, mas isso demanda um pouco de prática. Neste caso, cuide de não colocar caldo, pois se a comida fica muito molhada é difícil de comer com a mão…

Cioppino

Apesar do nome, o cioppino não tem nada de italiano. Se trata de um prato de peixe, similar à bouillabaisse, originário de San Francisco. É um ensopado de peixe, onde é acrescentado tudo que tiver na rede quando o pescador recolhe ela: moluscos e crustáceos, carangueijo, lagosta, etc. Um bom cioppino deve ser servido com tudo isso na casca, e acompanhado de fatias grossas de pão local típico de San Francisco.É claro que teremos que adaptar um pouco, pois não temos rede de pescador por perto, ainda menos lagostas imprudentes ou pão típico de San Francisco…

  • 800g de peixes quaisquer, de preferência 2 ou 3 tipos diferentes.
  • 300g de camarão descascado
  • 200g de carne de siri (ou de surimi se não conseguir encontrar)
  • 200g de mexilhões (ou qualquer outro fruto do mar) congelados
  • 1 lata de tomate pelado
  • 1 xícara de vinho tinto (ou branco, depende das receitas) seco
  • 1 cebola
  • 1 cebola roxa
  • 1 pimentão
  • 1 alho poró
  • 1 colher de sopa de alho
  • 1 colher de chá de caldo de camarão (em pó, facultativo)
  • 1 bouquet garni, ou ervas finas (tomilho, salsa, cebolinha, manjericão, manjerona, estragão, alecrim)

Cozinhe rapidamente o siri, o camarão e os outros frutos do mar no vapor (max 5 minutos). Reserve. Na água que serviu para cozinhar, onde caiu parte da água dos frutos do mar, coloque o caldo de camarão e deixe ferver até formar um bom caldo. Acrescente sal se precisar.

Numa panela grande, frite as cebolas e o alho em azeite de oliva. Acrescente o pimentão e o alho poró cortados em pedacinhos. Deixe fritar mais um pouco, e acresente a lata de tomate pelados, o vinho, duas xícaras do caldo de camarão, e o bouquet garni. Deixe cozinhar por 30 minutos em fogo baixo.

No fim, jogue no molho os peixes cortados em pedaços grandes e todos os frutos do mar, acrescente mais caldo, se precisar, até tudo ficar coberto de molho, e deixe cozinhar por 5 minutos.

Acompanhe de fatias grossas de pão italiano (cobertas de alho se gostar) torradas no formo por 10 a 15 minutos, ou com massa grossa tipo linguine.

Pot-au-feu

O Pot-au-feu (pote-no-fogo) é um prato bem antigo e bem clássico na França e nos países vizinhos. É basicamente um cozido, similar aos que se fazem aqui, mas com um tempero um pouco diferente. Existem muitas receitas e variações, mas a técnica é simples: carne, legumes e ervas cozinham juntos em um caldo. Se preparado numa panela de pressão, vai bem rápido (mais ou menos 35 minutos); senão, leva normalmente umas 2 horas. Os ingredientes clássicos, para 4 pessoas, são:
  • 800g a 1 kg de lagarto bovino (ou outro pedaço, mas o lagarto fica perfeito)
  • 2 cenouras grandes
  • 2 batatas grandes
  • 1 ou 2 cebolas
  • 6 a 8 dentes de alho
  • 1 alho-poró
  • 6 ou 7 ramos de salsão
  • 1 ou 2 nabos
  • 1 bouquet garni (ou ervas de provence)
  • 3 ou 4 cravos
  • pimenta preta
Como existem muitas receitas diferentes, você pode variar os ingredientes, omitir algum que não encontrar, etc…

É muito simples de preparar: corte todos os ingredientes em pedaços grandes, coloque tudo na panela de pressão, encha de água até a metade dos ingredientes, coloque uma boa pitada de sal, e deixe cozinhar por mais ou menos 35 minutos. Não faz mal se cozinha um pouco mais. Se preferir cozinhar em panela comum, levará no mínimo 2 horas, em fogo médio. Se quiser, pode servir com algum acompanhamento (pão, arroz, salada, etc).

Satay de frango

O satay é na origem um espetinho de frango que se come com um molho de amendoim e pimenta, é presente em toda região da Ásia do sul, mas é (parece) originária da Indonésia. A versão que fiz aqui não usa espetinhos, mais por facilidade que por outra razão. Para 4 pessoas:

  • 800g de peito de frango
  • 1 pimentão vermelho
  • 1 pimentão verde
  • 2 cebolas
  • 1 cenoura
  • 2 figos
  • 1 colher de sopa de pasta de amendoim
  • 3 colheres de sopa de molho satay (se encontra em várias lojas da Liberdade)
  • 1/2 colher de chá de cúrcuma
  • 1/2 colher de chá de pimenta vermelha em pó
  • 1 colher de sopa de óleo de amendoim

A receita é muito simples: corte todos os legumes, coloque eles para fritar no óleo de amendoim; quando começar a dourar, acrescente o frango cortado em cubos. Quando o frango também começar a dourar, adicione a pasta de amendoim, o satay, o cúrcuma, a pimenta e uma pitada de sal. Continue mexendo por alguns minutos até se formar um molho bem homogêneo.

Sirva acompanhado de arroz guín ou arroz basmati.

Prato sem nome de inspiração sul-africana

Não consegui inventar um nome legal para este prato, portanto vai assim mesmo, mas a receita tem uma história legal. Um belo dia fomos convidados para a casa de amigos recentes. Insistiram para que eu cozinhasse uma receita “là daquelas terras”. Como não conseguia achar nenhuma receita que fosse fácil de fazer (já andava muito preguiçoso), resolvi inventar esta, que é basicamente um guisado com curry e um gratin dauphinois por cima. Na mesa, contei que se tratava de uma receita tipicamente sul-africana, pois combinava o tempero forte e tipicamente afro-indiano da carne com a batata, tipicamente anglo-holandesa. A história fez tanto sucesso quanto o prato em si… Hoje você também, portanto, será introduzido aos mistérios do prato-que-não-tinha-nome… Não é uma mentira total pois existe um prato bem parecido chamado bobotie, que farei algum dia.

  • 600 a 800g de carne moída da sua escolha
  • 2 cebolas
  • 3 ou 4 colheres de sopa de curry em pó
  • 1 kg de batatas
  • 200ml de creme de leite
  • 300g de queijo mussarela ralado

Descasque as batatas se quiser, corte elas em fatias, e coloque-as numa panela, cobertas com água salgada. Ferva por 15 a 20 minutos ou até que fiquem macias. Escorra. Aqueça o forno a 300°C
Corte as cebolas bem fino, frite com um fio de azeite de oliva, acrescente a carne moída, frite mais um pouco, acrescente o curry e continue até que a carne fique bem cozida. Numa assadeira, coloque primeiro uma camada de carne, depois as batatas, e cubra com creme de leite. Disponha o queijo ralado por cima, e asse por 15 minutos, ou até que o queijo esteja dourado.

Lombo de porco com chutney de maçã e cranberry

Pegamos esta receita deste post do fantástico blog da Elise Bauer, e foi a peça principal da nossa ceia de Natal. Acompanhamos com batatinhas assadas com ervas e fleur de sel. Como não achamos cranberries, adaptamos um pouco a receita original para usar suco de cranberry.
  • Um lombo de porco de 1 a 1.5kg
  • 8 a 10 echalotes ou 2 cebolas roxas
  • 300g de maçã seca para chá
  • 1 maçã verde
  • 1l de suco de cranberry
  • 1/2 xícara de açúcar mascavo
  • 2 colheres de sopa de mostarda em grão
  • 2 colheres de sopa de pimenta rosa
  • 1/2 xícara de vinagre de maçã
  • 1/2 colher de chá de gengibre moído ou em pó
  • 1 colher de chá de pimenta síria
  • 1 a 1.5kg de batatas pequenas
  • fleur de sel (sal de mar não processado) ou sal grosso
  • ervas diversas (sálvia, estragão, cheiro verde, ervas finas) desidratadas
  • 1 colher de sopa de manteiga com sal

Comece por preparar o recheio do porco: deixe a maçã seca marinar no suco de cranberry por algumas horas. Corte as echalotes bem fino e frite na manteiga até dourar. Adicione a maçã seca com o suco de cranberry, a maçã verde cortada fino, o açúcar mascavo, o vinagre, a pimenta rosa, os grãos de mostarda, o gengibre e a pimenta síria. Acrescente uma pitada de sal. Tampe a panela e deixe cozinhar por uma hora, mexendo de vez em quando, e adicionando vinagre e/ou suco de cranberry se necessário.

Abra o lombo de porco: Passe uma faca no sentido comprido, e vai cortando como se você estava desenrolando um rolo de papel. Espalhe o recheio por cima. Reenrole, e ate a carne com um fio alimentar. Despeja por cima um pouco de mostarda em grãos, pimenta rosa, ou outras decorações da sua escolha (pedaços de amêndoa, de castanha de caju, etc…).

Coloque em forno quente (300°C) e asse por uma hora. Na metade do cozimento, reduza a temperatura do forno para mais ou menos 200°C.

Faça as batatas: corte as batatas em quartos, dispõe elas em um prato. Polvilhe com uma generosa dose de ervas, fleur de sel e coloque por cima 1 ou 2 colheres de sopa de manteiga cortada em pedaçinhos. Coloque no forno junto com o porco (usei a assadeira do porco como tampa para o prato de batatas, funcionou muito bem)

Sirva por exemplo com uma salada de rúcula, copos de parmesão e vinagre balsámicos.

Μουσακάς (Mussaka)

A mussaka é com certeza o prato grego mais conhecido fora da Grécia. É um prato gratinado feito com berinjelas, batatas, carne e molho de tomates, mas tem muitas variações, como trocar as batatas por massas, etc. Esta receita tem dois segredos fundamentais: 1) deixar as berinjelas “suarem” no sal antes de usar, e 2) uma alta dose da mistura típica de noz moscada e canela. Respeitando isso, você obterá grande êxito. O preparo não é muito complicado, mas demora um pouco. Comece a fazer no mínimo duas horas antes de comer. Para 4 pessoas:

  • 800g de carne moída de segunda categoria (importante! é um prato popular)
  • 1 kg de batatas
  • 800g de berinjelas
  • 2 ou 3 tomates
  • 200g de puré de tomate
  • 300g de queijo mussarela ralado (rale você mesmo, fica muito melhor!)
  • 50g ou 3 colheres de sopa de manteiga com sal
  • 1 cebola
  • 200ml de leite
  • 2 colheres de sopa de farinha
  • 1 colher de chá de noz moscada
  • 1 colher de sopa de canela
  • 1 colher de sopa de cominho (facultativo, mas eu gosto)
  • sal

Comece por cortar as berinjelas em fatias grossas. Polvilhe com MUITO sal, mexe bem para que as fatias estejam todas bem cobertas com sal. O sal vai “sugar” o suco das berinjelas, deixando as fatias um pouco murchas, e tirando todo o amargo. Coloque tudo em uma escorredora e deixe pingar por uma boa meia-hora.

Enquanto isso, descasque as batatas e corte elas em fatias. Se quiser acelerar o preparo todo, cozinhe as fatias em uma panela, cobertas com água, adicione uma colher de chá de sal, e deixe ferver por 10 minutos. Não deixe cozinhar muito; a ideia é simplesmente pre-cozinhar um pouco. Fazendo isso, você pode diminuir o tempo de forno de 50 minutos para 40. Mas fica melhor simplesmente colocar as batatas cruas no prato, e deixar cozinhar mais no forno.

Prepare a carne. Frite a cebola com um fio de azeite e uma pitada de sal, adicione a carne moída, deixe fritar um pouco mexendo bem, adicione os tomates cortados em cubinhos, o purê de tomates, a canela, a noz moscada, o cominho. Tampe a panela e deixe cozinhar por uns 20 minutos. Adicione um pouco mais de sal se precisar.

Aqueça o forno a 250°C

Prepare o molho béchamel. Isso é talvez a parte mais difícil; fazer um bom béchamel requer um pouco de cuidado. Faça assim: coloque a farinha e o leite por perto, e não faça nada outro enquanto faz o molho, não pode descuidar nem parar de mexer nenhum instante. Coloque uma panela pequena no fogo baixo, e coloque nela 3 colheres de sopa de manteiga. Quando a manteiga derreteu, adicione 3 colheres de sopa de farinha, mexendo vigorosamente para não queimar, até toda a farinha ficar absorvida pela manteiga. Ali fica o perigo, vai querer queimar em segundos. Portanto, adicione imediatamente um pouquinho de leite. Ele vai engrossar muito rápido. Coloque mais leite. Mexa até engrossar. Mais um pouco de leite. Deixe engrossar. E assim por diante. Você vai ver que a cada vez engrossa menos. Você tem que estimar quando chegou até o ponto desejado, quando você tiver uma quantidade de molho suficiente e ainda ficar bem cremoso. Mas, como o molho vai ser usado dentro de um prato, não é grave se ficar um pouco líquido demais.

No fim, lave bem as fatias de berinjela, uma por uma, e deixe elas pingar um pouco para secar.

Monte o prato assim: coloque um fio de azeite no fundo do prato, uma primeira camada de fatias de berinjelas, uma segunda camada de fatias de batatas, e uma terceira camada de carne com molho de tomate. Despeja o molho béchamel por cima, e espalhe o queijo ralado. Coloque no forno quente (250°C) por 50 minutos (ou um pouco menos se você já cozinhou as batatas).

Sirva como prato único, e, se quiser impressionar mesmo, acompanhe de um vinho retsina (vinho branco grego amadurecido em toneis de pinheiro, que dão um gostinho de resina ao vinho). Mesmo sem retsina, contudo, o prato impressiona, como evidencia na foto o sorriso de satisfação da pianista Érika Ribeiro, uma das mais assíduas (e ilustres) degustadoras das receitas do Inventário.

Ovos pochê no molho de tomate e ervilha

Gosto muito dessa receita. Ela é bem fácil, rápida e muito gostosa.

Para servir duas pessoas:

  • 01 cebola média
  • 01 colher de sopa de azeite de oliva
  • 300g de ervilha congelada
  • 400g de tomate pelado (1 lata)
  • 2 a 4 ovos (depende da fome né)
  • sal
  • pimenta do reino moída

Frite a cebola no azeite, cortada em tiras finas, até dourar. Acrescente os tomates pelados e deixe cozinhar até desmanchar um pouco. Vale esmagar na panela com um colher de pau. Acrescente sal.
Quando estiver bem consistente, acrescente as ervilhas e deixe cozinhar até que fiquem macias e a água (do gelo) seque um pouco.
Quando o molho voltar a ter uma consistência cremosa, quebre os ovos em cima dele, acrescente sal e pimenta a gosto e tampe a panela. Deixe alguns minutos, até que a clara do ovo esteja branca. A gema depende do gosto de cada um, se preferir mais duro deixe cozinhar por mais tempo.
Normalmente eu sirvo com aquelas misturas de 7 cereais e uma salada verde para acompanhar. Bom Apetite!

Risoto de limão siciliano e manjericão

Para 02 pessoas:

  • 02 colheres de sopa de azeite de oliva
  • 500 ml de caldo de legumes (tablete ou natural)
  • 01 alho-poró inteiro fatiado (inclusive a parte verde)
  • 02 talos de salsão fatiados (com as folhas)
  • 01 limão siciliano cortado em 04 partes e depois fatiado
  • 01 dente de alho amassado
  • 03 colheres de sopa de majericão picado
  • 150g de arroz para risoto
  • 02 colhres de sopa de queijo parmesão ralado
  • 75 ml de vinho branco seco

Usando o azeite, frite o alho-poróe o salsão numa panela de fundo grosso, com fogo alto, até estejam macios.
Junte o alho e o arroz, frite mais um pouquinho e adicione o vinho. Adicione o caldo de legumes. Quando ferver, abaixe o fogo e tampe a panela. Se precisar adicione água. Quando o arroz estiver cozido, junte o manjericão e o limão, mexendo suavemente. Polvilhe com o pamesão e sirva.

Ovo cocotte no tomate

Aqui mais uma receitinha fácil, rápida e deliciosa. E light! Para 2 pessoas vamos precisar de:

  • 02 tomates
  • 02 ovos
  • 01 pitada de páprica
  • folhas de manjericão
  • pimenta preta em pó
  • sal
Lave os tomates e tire uma tampa. É importante escolher tomates mais ou menos grandes. Eles não precisam ser enormes, mas o ovo precisa caber dentro. Os tomates gaúchos são mais fácil de achar num tamanho bom.
Retire a parte interna do tomate sem o furar. Coloque sal, pimenta e manjericão à gosto. Uma pitada e pimenta, um pouco de sal espalhado pelo interior e 2 ou 3 folhas de manjericão são suficientes.
Quebre um ovo dentro do tomate.
Coloque sal e pimenta à gosto e a pitada de páprika no ovo. Feche o tomate com a tampa.Deixe assar por 15 a 20 min em forno pré-aquecido à 250 graus (para forno normal à gás).
Não é uma regra, mas gema do ovo costuma ficar dura e os tomates um pouco murchos.
É muito bom!

Chicharrón

O Chicharrón é um prato boliviano (embora amigos do outras partes da América latina já nos falaram que existem outros pratos chamados assim que são bem diferentes), vamos dizer que este é o chicharrón boliviano. É um dos pratos típicos da feira boliviana da praça kantuta em São Paulo. Para quem nunca foi la, vale muito a pena conhecer. Acontece todo domingo, tem várias bancas vendendo pratos quentes, lanches, bebidas, roupas, ingredientes, pães, tudo tipicamente boliviano. É muito fácil ir de metrô (descer na estação Armênia e seguir a rua Pedro Vicente até cair na feira). Várias bancas oferecem chicharrón, mas vá la com fome, as porções são enormas! Outras dicas deliciosas: salteñas de todo tipo, pastel de zonzo, refresco de pêssego seco e suco de maní (amendoim).

Tentamos portanto, munidos de ingredientes comprados na feira, reproduzir o chicharrón. Você precisará de:

  • 600g a 800g de carne de porco, filé ou lombo
  • um pacote pequeno (300g) de chuño (batata preta desidratada) *
  • um pacote pequeno (300g) de mote (milho branco de grãos enormes) *
  • duas colheres de sopa de cominho
  • 1/2 xícara de amendoim triturado ou 2 colheres de sopa de pasta de amenduim
  • 1/2 xícara de vinho tinto
  • pimenta malagueta

* Estes ingredientes típicos se encontram na própria feira. É aconselhado não demorar muito para fazer o prato, os ingredientes tem vida útil curtíssima, como aprendemos por experiência…

Comece por colocar o chuño e o mote para cozinhar em água salgada, em duas panelas diferentes. Os dois precisam cozinhar em água fervente por mais ou menos 25 minutos, ou até que fiquem macios.

Em uma terceira panela, coloque um fio de óleo ou de banha, e deixe dourar o porco cortado em pedaços bem grandes (conte que uma pessoa vai comer um ou dois pedaços), mexendo para que doure por igual de todos os lados. Em seguido, adicione o vinho tinto, o cominho, a pimenta, a pasta de amendoim, uma pitada de sal e uma xícara de água. Tampe a panela e deixe cozinhar por 30 minutos, acrescentando mais água se secar muito.

Quando o porco estiver bem cozido, sirva acompanhado de chuño e mote. Simples assim!